sexta-feira, 5 de outubro de 2012

[Secção Criminal] "A fúria das vinhas", de Francisco Moita Flores


Autor: Francisco Moita Flores

Género: Policial

Título: "A fúria das vinhas"

Editora: Casa das letras

Páginas: 318


Sinopse:

"Uma história emocionante passada nos socalcos do Douro no tempo em que se abriam as portas da ciência e do conhecimento.

Este romance recupera factos e histórias que Francisco Moita Flores não incluiu na série que escreveu para a RTP com o título A Ferreirinha. Narra a epopeia da luta contra a filoxera, uma praga que, na segunda metade do século XIX, ia destruindo definitivamente as vinhas do Douro. Na mesma altura em que, por toda a Europa, surgiam as primeiras técnicas e tentativas de criação de um método para a investigação criminal.
Moita Flores criou um bacharel detective - Vespúcio Ortigão - que, na Régua, persegue um serial killer, confrontando-se com o medo, com as superstições, com as crenças do Portugal Antigo que, temente a Deus e ao Demónio, estremecia perante o flagelo da praga e dos crimes. É uma ficção, é certo, mas também um retalho de vida feita de muitos caminhos que a memória vai aconchegando conforme pode."
Crítica/Opinião por: Cátia Correia/ Os Livros Nossos

Mais uma estreia para mim, do bastante conhecido Francisco Moita Flores, especialista em criminologia, assíduo comentador televiso e com muitas obras de sucesso, quer em livros quer em televisão. Na minha opinião uma personalidade muito interessante e de quem estimo as suas ideias, portanto foi com muita vontade e expectativa que acolhi esta leitura.
E passo a citar a informação que vem na contracapa do livro que achei curiosa: “ Pese o facto de ter dedicado a sua vida ao estudo da violência, da polícia e à ficção, é a primeira vez que escreve um romance policial.”
A ação deste livro é decorrida em tempos longínquos, na segunda metade do século XIX (portanto 1800 e tal), quando ainda não se sabia bem o que era a investigação criminal ou a ciência forense como hoje a conhecemos, muito menos claro, neste nosso pequeno país na altura completamente rural.
Descrevo este livro como bastante interessante, direi até engraçado e caricato.. para quem conhece a história da Ferreirinha (séria já passada na tv) encontra aqui as mesmas personagens, embora sob outros factos e histórias, como refere a sinopse.
Viajamos então até às vinhas do Douro, mais precisamente até Régua e aldeias circundantes, onde toda a área era composta por Quintas e Quintinhas dedicadas exclusivamente à produção de vinhos. Temos presente a D. Antónia Ferreirinha, personagem de grande importância e respeito na zona e no negócio, e o perspicaz e talvez um pouco louco, Vespúcio Ortigão, bacharel em direito, mas com um intuito danado para o crime e mistério. E é assim que começa a nossa história, uma rapariga adolescente aparece morta num vinhedo/ monte longínquo após uma tempestade diluvial, e quando todos dão por certo que terá sido atacada por lobos, Vespúcio questiona vários elementos que a ele lhe parecem óbvios e comuns num assassinato. Mas as gentes da terra, tementes a Deus e ao Demónio, acham-no louco e despropositado, e dão a morte por certo castigo de Deus.
Ao mesmo tempo que isto acontece as vinhas estão a ser atacadas por uma praga chamada filoxera, que veridicamente nesta altura ia destruindo por completo as vinhas do Douro.. gerou destruição em certo casos por completo e por sua vez desemprego e miséria total nestas terras de interior, onde todos trabalhavam nesta fonte de negócio.
E eis que acontece a segunda morte, ao mesmo tempo que Vespúcio vem a descobrir que em anos anteriores já tinham havido outras raparigas com a mesma descrição mortas.. portanto enquanto o bacharel é perseguido por este mistério, a D. Ferreirinha vê as suas vinhas destruídas pela praga.. ao mesmo tempo que a população anda numa caça desalmada aos lobos e diz que todos estes terríveis acontecimentos são obra de bruxas e do diabo.
As mortes continuam a suceder-se e os campos a ficarem devastados, ninguém quer ouvir Vespúcio, apenas a velha Ferreirinha, amiga e alma bondosa que lhe pagou os estudos. Até que Vespúcio inspirado em Sherlock Holmes, percebe a raiz do problema e começa a delinear uma estratégia de resolução dos dois problemas que não passam apenas de um.
Confusos? Curiosos? Leiam o livro e descubram tudo nesta viagem ao passado!! Adorei.



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