quinta-feira, 30 de agosto de 2012

[Secção Criminal] "Um eco distante", de Val Mcdermid


Autora: Val McDermid

Género: Policial

Título: "Um eco distante"

Editora: Gótica

Páginas: 456


Sinopse:
"Às quatro da manhã, em finais de Dezembro, a neve cobre a cidade universitária de St. Andrews, Alex Gilbey e os seus três melhores amigos regressam a casa depois de uma festa... quando tropeçam no corpo ainda com vida de uma rapariga. Rosie Duff foi violada, apunhalada e abandonada à beira da morte e os únicos suspeitos são os quatro estudantes que, ao tentarem socorrê-la, ficam manchados com o seu sangue. Vinte e cinco anos mais tarde, a polícia decide rever casos antigos sem solução e, entre eles, o do assassínio de Rosie Duff. De repente, um dos quatro amigos morre num incêndio suspeito, pouco depois, um segundo é morto no que aparenta ser um assalto. Alex Gilbey teme o pior e inicia uma investigação por conta própria para descobrir o verdadeiro assassino, antes que se torne a próxima vítima."


Crítica/Opinião por: Cátia Correia/ Os Livros Nossos

Este foi o livro que escolhi para a minha estreia aqui no blogue, e que grande livro da Val McDermid, sem dúvida, escritora conhecida e premiada, oferece-nos mais um thriller de suster a respiração. Da editora Gótica que infelizmente já não nos pode oferecer estes maravilhosos livros, tornando-os assim perfeitas raridades para quem procura e demasiado preciosos para quem os tem e conserva na estante.
Tal como todos os livros da Val que li até agora, e este não é exceção, o drama está muito bem construído, assim como as personagens que dele fazem parte.. são personagens muito ativas e todas elas com um papel importante no desenvolvimento da história
A acção desenrola-se em St. Andrews, na Escócia, uma cidade universitária, nos finais dos anos 70, em que quatro amigos de infância de volta de uma festa de arromba durante a madrugada e tropeçam literalmente num cadáver de uma rapariga que eles conheciam – Rosie Duff, são eles então que dão o alarme para a policia, mas em vez de serem tratados como testemunhas, começam logo a ser tratados como suspeitos, o que leva ao inicio da ruina das suas amizades.
Sem provas nem indícios, a investigação desenrola-se e os quatro jovens começam a ser apontados como culpados também pela comunidade que os rodeia, marcando para sempre as suas vidas.
Após 25 anos a polícia local decide reabrir casos antigos não resolvidos, entre eles o da jovem Rosie.. e eis que são ressuscitados os fantasmas do passado que continuam a assombrar Alex, Ziggy, Mondo e Weird, nas suas vidas adultas.
Numa constante viagem ao passado vêem-se assim novamente envolvidos na investigação, o que piora com a morte suspeita de um dos membros do grupo, e posteriormente num assalto encenado dá-se outra morte, os restantes amigos do grupo temendo pela própria vida, avançam numa investigação a pormenores que na altura eram descurados pela ciência, tendo como único objetivo a salvaguardar a própria vida.
Numa viagem alucinante e cheia de adrenalina, só no final conseguimos juntar as peças do puzzle e compreender quem é o verdadeiro assassino.. muito, muito bom!! Aconselho a quem o tem, que o guarde a sete chaves!!


    

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

[Opinião] "Inveja", de J. R. Ward


Autora: J. R. Ward

Título: “Inveja”

1ª Edição: Agosto de 2012

Editora: Quinta Essência

Páginas: 512

Sinopse:

Redenção não é uma palavra que Jim Heron conheça muito bem. A sua especialidade é a vingança e, para ele, o pecado é relativo. Mas tudo muda quando se torna um anjo caído e é incumbido da tarefa de salvar sete pessoas dos sete pecados mortais... e o fracasso não é permitido.

Enquanto filho de um assassino em série, o detetive de Homicídios Thomas Delvecchio, Jr., cresceu à sombra do mal. Agora, dividido entre o dever cívico e a vingança cega, vai expia os pecados do pai -lutando com os seus demónios interiores. Sophia Reilly, a agente dos Assuntos Internos encarregue de supervisionar Delvecchio, tem por ele um interesse tanto profissional como pessoal.

E Delvecchio e Sophia têm outra coisa a uni-los: Jim Heron, um misterioso desconhecido com demasiadas respostas... a perguntas que são fatais. Quando Delvecchio e Sophia entram na batalha final entre o bem e o mal, o seu anjo caído salvador é a única coisa que se interpõe entre eles e a danação eterna.


Crítica/Opinião:

Por: Isabel Alexandra Almeida/Os Livros Nossos

“Inveja”, de J.R. Ward, corresponde ao terceiro livro da série “Anjos Caídos”. Nesta obra, Jim Heron e os seus fiéis amigos Eddie e Adrian travam mais uma batalha contra as forças do mal , personificadas pelo demónio Devina, disputando ambos os litigantes mais uma alma perdida, e estando ambas as partes a enfrentar as suas inseguranças e receios.

Mais uma vez, a narrativa é dinâmica, ousada, sensual e extremamente envolvente, e cabe assinalar que a autora vem mantendo um claro equilíbrio nos livros da série, em termos de qualidade e fluidez da narrativa.

No que tange às personagens fixas da série (as entidades sobrenaturais), denota-se uma evidente e deveras interessante evolução psicológica nas mesmas, que adquirem uma ainda maior densidade. Jim Heron, o Anjo salvador, revela-se obcecado com Sissy Barten, a jovem virgem sacrificada por Devina, no anterior livro da série “Desejo”,Heron revela um sentimento de posse e protecção de Sissy, mesmo perante o seu já consumado sacrifício por Devina.

Perante a anterior vitória do mal, nas hostes celestiais vivem-se momentos de insegurança e receia-se pela perda de mais um combate e dos guerreiros do bem.  Interessante é acompanhar o conflito entre as personagens Nigel e Collin, que experienciam alguma instabilidade na sua próxima relação amorosa, que vai bem mais além da natureza física.

Adrian e Eddie, os dois inseparáveis parceiros atravessam momentos de profunda desmotivação e receio pelo futuro, correrá esta amizade o risco de se perder?

Devina, o demónio perverso e traiçoeiro assume afinal, a sua frustração pessoal, perante a sua incapacidade de viver uma vida comum, de amar e ser amada ( o que vê ser desfrutado por tantos mortais) e é a sua “Inveja” que vem dar o título a este romance. Esta personagem acaba por não estar isenta duma certa carga de ironia e reflexão, já que nos mostra que, mesmo o poder quase absoluto, que engloba mesmo a faculdade de interferir e manipular  as vidas alheias , nem sempre redunda na felicidade de quem detém tal poder, o mesmo se dizendo em relação ao materialismo e obsessão pela posse de bens materiais (que no caso de Devina, e considerando a sua natureza sobrenatural, simbolizam as almas que se perderam devido à sua intervenção e interacção com os simples mortais).

É deliciosamente irónica a circunstância de Devina fazer terapia e reflectir gradualmente nas palavras da sua psicóloga.

Quanto ao elenco de personagens humanas, desta vez somos colocados em contacto com o dia-a-dia de uma esquadra de Policia em Caldwell, com a azáfama do trabalho e os dramas internos dos agentes , enquanto seres humanos. Acompanhamos a história de amor que vai nascendo entre Thomas Delvecchio (um detective filho de um serial Killer, que vive atormentado no medo de ser igual ao pai) e Sophia Reilly – uma perfeccionista e cumpridora agente dos Serviços Internos incumbida de averiguar suspeitas surgidas em relação a Delvecchio, no sentido de que este poderia ter agredido quase mortalmente um psicopata Kroner que deixou atrás de si um largo rasto de sangue e a morte de jovens inocentes.

De forma engenhosa e brilhante, Ward articula mais uma vez os dois planos narrativos – a realidade e o mundo sobrenatural - sendo colocadas em interacção as personagens que habitam os dois planos, é curioso assistirmos ao confronto com o mundo sobrenatural levado a cabo pelas  mentes lógicas e objectivas dos elementos da policia de Caldwell.

Mas poderá a força do amor ser bastante para libertar Thomas Delvecchio da perdição, dos fantasmas do seu pai  (a aguardar execução no corredor da morte) e dos intuitos perversos de Devina que o reclama para as suas hostes diabólicas? Poderá Sophia Reilly acreditar na sinceridade de Thomas Delvecchio quando surgirem dados incriminatórios contra este? Quem vencerá este combate eterno, o amor ou as forças do mal?

Viciante, envolvente e sempre surpreendente! que venha o próximo livro da série, os leitores aguardam ansiosamente cada lançamento.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

[Ponto M] - "Rendida", de Sylvia Day


Rendida

Autora: Sylvia Day

Título: Rendida

Editor: 5 Sentidos [Uma chancela do Grupo Porto Editora]

Edição: 2012

Páginas: 352


Sinopse:


Gideon Cross apareceu na minha vida como uma luz na escuridão.
Um homem lindo, fascinante, um pouco louco e muito sedutor.
A atração que sentia por ele era diferente de tudo o que tinha experimentado na minha vida até então. Eu desejava-o como a uma droga que me enfraquecia dia após dia.
Gideon encontrou-me fragilizada e carente e entrou facilmente na minha vida.
Descobri que também ele tinha os seus próprios demónios. Tornámo-nos o espelho um do outro; éramos o reflexo das nossas mais profundas cicatrizes e... desejos.
Este amor transformou-me, mesmo que ainda hoje continue a rezar para que os pesadelos do passado não voltem para nos atormentar.



Opinião:
São vários os livros que estão a invadir o mercado da literatura erótica. Depois de "As cinquenta sombras de Grey" a nova aposta deste género é nos dada por Sylvia Day, uma autora completamente desconhecida do grande público mas que não é nenhuma novata no mundo editorial. Possui diversos livros publicados, incluindo a obra que vos vou falar hoje, "Rendida", primeiro volume da trilogia Crossfire, editado pela Porto Editora. 

Como refere a sinopse, o livro apresenta Eva Tramell, 24 anos, solteira e boa rapariga que acaba de arranjar o trabalho dos seus sonhos numa das maiores agências de publicidade, dirigida pelo jovem Gideon Cross, um homem sexy, poderoso e rico. A atração entre os dois dá-se logo no primeiro capítulo e como em diversos romances, o interesse é mútuo, apesar de Eva tentar com todas as suas forças resistir aos avanços de Cross. Esta resistência não dura muito tempo e os dois envolvem-se numa violenta paixão, começando por uma amizade e sexo casual passando a uma relação intensa e de extremos, nada saudável.

São claras as influências que "Rendida" bebe da obra de E.L. James, Eva não é tão tímida como Anastasia, mas mesmo assim é uma rapariga simples, que vem de uma cidade pequena, mas com ambição de fazer uma carreira sozinha, e não quer nem pensar em relacionamentos. Cross é igual a Grey, jovem, um rico empresário, controlador, possessivo, traumatizado pelo passado, dominador. Para quem já leu as duas obras, é impossível não fazer comparações, aliás, a autora não esconde nada, nos agradecimentos, E.L.James é referenciada como a grande inspiração para este romance.

Então para quê ler este livro, se é igual a outro? Pessoalmente achei este livro melhor que o livro de Grey&Anastasia em termos de narrativa e pela protagonista. Sylvia Day tem uma escrita fluída e de melhor qualidade, prendendo o leitor até às últimas páginas e Eva também é bem caracterizada, apresentando-se não como uma inocente, virgem e tímida mas como uma mulher segura e madura que sabe o que quer, ou seja é uma personagem mais complexa. Gostei do facto de ela saber se impor perante os ciumes e o controlo feito por Gideon, mas também por mostrar que ela própria também é ciumenta e insegura.

Não há repetições *cof cof "deusa interior" ou "oh my"* nem tantas dúvidas e inseguranças, ou seja, a Eva dá 20 a 0 à Anastasia em termos de caracterização. Já Cross, achei-o praticamente uma cópia de Christian, controlador e verdadeira máquina sexual...Gideon e Christian podiam ser gémeos, pois há mínimas diferenças entre os dois. A autora poderia ter desenvolvido melhor a personagem, para que não se façam comparações destas. Devido ao livro se centrar na relação de Tramell e Cross, as personagens secundárias são um pouco abafadas pelos dois, não dando muito espaço para criarem uma ligação com o leitor, mesmo assim, a que mais gostei foi Cary, melhor amigo de Eva, que não aprova muito a relação da melhor amiga com o empresário, mas só quer que ela seja feliz. A mãe da Eva, irritou-me imenso, mas depois de descobrir a razão de ser tão protectora com a filha, comecei a entender o porquê de ser assim. 

Como previ logo de início, o livro é recheado de cenas de forte conteúdo sexual, podendo incomodar alguns leitores que nãos estejam habituados a este tipo de cenas mais explícitas, o clima entre os protagonistas é de grande intensidade, e as cenas são de puro fogo. Ao princípio os encontros entre os dois transmitem bem os desejos de ambos, apenas querem momentos bem passados, sem compromisso, relações fortuitas com o único objetivo é dar e receber prazer mas à medida que a trama vai avançando, as cenas explosivas continuam mas passa de sexo casual, para uma relação séria. Os dois são insaciáveis, não se cansam. As cenas hot são constantes ao longo do livro, e tal como em "Cinquenta sombras de Grey" (é mesmo impossível deixar de comparar) aqui também há um início muito leve de uma relação D/S (dominador/submissa). Espero que a autora não siga este caminho, pois é totalmente desnecessário. Gostava que se centrassem mais no passado que ambos carregam e numa forma de ultrapassar os medos e inseguranças dos dois, sem ser através do sexo! 


Não é um livro que tenha muito conteúdo, muita história, a maior parte centra-se na evolução da relação e nos encontros sexuais entre os dois. Se aconselho o livro? Bem, sim e não. Recomendo a quem gostou muito de "As cinquenta sombras de Grey" e queira ler mais livros do mesmo género...mas ao mesmo tempo é uma recomendação com reservas, pois vão achar o livro muito parecido. E também aconselho a quem não tenha gostado de "As cinquenta sombras de Grey" pela escrita ou pelas personagens, mas que goste de ler este tipo de romances.

Resumindo, eu gostei de ler "Rendida", mas não esperava que fosse tão parecido com "As cinquenta sombras de Grey", sinceramente "Bared to you" pode ser considerado quase plágio da obra de E.L.James. Espero que no segundo livro a narrativa tome um caminho mais próprio, e já não se note tantas similaridades. 

 Lá fora, já publicado, temos "Reflected in you", e em Maio de 2013 publica-se "Entwined with You", terceiro e último livro. 
 

Leia também aqui a review de Isabel Alexandra Almeida - no blog Crónicas de Uma Leitora





segunda-feira, 27 de agosto de 2012

[Entrevista Nacional] - Paula Santos, autora de Eu+tu=1


Biografia integrada no Livro

“Nasceu em Lisboa a uma 3ª feira às 21h15, mais precisamente no dia 4 de Outubro de 1977. Estudou e residiu no Barreiro e atualmente reside na freguesia vizinha da Baixa da Banheira.
Um dos seus sonhos, para além de um dia saltar de paraquedas, é ver esses dois sítios do seu coração, livres da “gasaria” (palavra inventada pelos Barreirenses) e dos buracos no passeio.
Já conheceu alguns países desta aldeia global a que chamamos Terra e um dia, quando for muito rica, espera poder conhecer a Lua e mais alguns Planetas que lhe dê na real gana.
Atualmente, trabalha como administrativa e tem um marido com uma paciência de santo, uma gata chamada soneca que faz jus ao nome e um blogue todo XPTO – Marshmallows & Lilypad – http://marshmallowandlilypad.blogspot.com.
E pronto. É isto.”

Um Muito Obrigada à Paula! Adorei a sua jovialidade e boa disposição!!
 Entrevista conduzida por Ivonne.

Entrevista

Paula, eu tentei encontrar mais informações sobre si, mas apenas encontrei as que se encontram dentro do livro. Pode falar-nos mais sobre si?

Olá. O meu nome é Paula Santos e sou uma docólica anónima. Bem, anónima é como quem diz, porque quem me conhece sabe que se me puserem um pastel de nata à frente (com canela, atenção) ganham uma amiga para a vida! Brincadeiras à parte, sou uma pessoa simples, que gosta de coisas simples e que leva um dia de cada vez. E que está a aprender a dar importância ao que realmente importa e a deixar as coisinhas mesquinhas do dia-a-dia passarem ao lado!

A ideia contida no romance, em que uma maquilhadora e um actor famoso se apaixonam assemelha-se a um conto de fadas moderno (e português), tendo como pano de fundo as ruas de Lisboa, Sintra e Algarve. Como surgiu a inspiração para Eu+tu=1?

Ui... Deixem-me pensar que isso já foi há uns anitos valentes... Desde miúda que adoro ler e escrever e imaginação, graças a Deus, é coisa que não me falta. Às vezes até é demais, mas enfim...cof, cof... Lembro-me de ser criança e já adolescente e devorar livros dos Cinco, das Gémeas, d'Uma Aventura, de Eça de Queirós, de quadradinhos, sei lá. Tudo o que me vinha parar às mãos era lido com prazer. E ainda o é! Há alguns anos, comecei a escrever um conto para um concurso literário, que se foi desenvolvendo e se transformou no Eu+tu=1. O facto de ser uma maquilhadora e um actor não foi propositado. Creio que surgiu naturalmente e quanto aos locais, já conhecia alguns e os outros conheci através de pesquisa e de fotografias e incorporei-os no livro.

Como surgiu a oportunidade de ver editado o seu romance?

Quando acabei de escrever o livro, pesquisei na internet várias editoras portuguesas e enviei email's a perguntar se poderia e como poderia fazer chegar-lhes o meu manuscrito. Diga-se de passagem, que nem todas responderam... Finalmente, enviei o livro em papel para algumas, em ficheiro para outras e fiquei à espera. E esperei e esperei e esperei (é preciso ter paciência). Ao fim de alguns meses começaram a chegar cartas e email's e infelizmente, todos com respostas negativas. Sei que quando já não contava com a publicação do livro, tentei num último esforço procurar mais editoras que porventura me tivessem escapado. Entre elas estava a Alfarroba. Tornei a contactar, tornei a enviar e num belo Sábado de manhã, o Nuno (o meu marido, não o Nuno Almeida) abriu o email e lá estava um convite da Alfarroba (beijinho, Andreia!) para me reunir com eles e discutir  a hipótese de publicação do livro. O que me valeu um grande sorriso na cara e um grito de alegria em cheio no ouvido do Nuno (novamente, o meu marido)...

O seu marido chama-se Nuno. Atribuir o seu nome à personagem masculina principal foi uma homenagem? Que papel teve o seu marido desde o início de Eu+tu=1 até à sua publicação?

Foi uma homenagem sim, porque foi a pessoa que sempre me apoiou e incentivou a continuar, mesmo quando outras pensavam que isto era um capricho e que nunca iria ser publicado. Além disso, não me posso esquecer de certas amigas que tiveram uma paciência de santas e leram e releram o manuscrito antes de eu o enviar para as editoras. E não me bateram no processo!

O seu blogue “Marshmallow, Lilypad, a cat and wait for it...”, cujo nome é baseado na sua série favorita “How I met your mother” já fez um ano no principio do mês. Fale-nos um bocadinho sobre este espaço e as vantagens que lhe tem proporcionado esta plataforma. 

Gosto muito do meu “Marshmallow, Lilypad, a cat and wait for it...” e creio que hoje em dia, seria impensável deixar de o ter. Através dele conheci pessoas que se calhar de outra forma nunca iria conhecer, descobri outros mundos e opiniões e alarguei os meus horizontes. Posso dizer por exemplo, que desde que tenho blogue (este não é o 1º), ansiei por respostas de portugueses, chorei com pessoas que estavam a passar por maus momentos nos EUA e ri com momentos felizes de alguém no Brasil. Creio que um blogue é uma chave para abrir uma porta da sala que se chama mundo (uau, agora fui poética, não fui?)!

Pode falar-nos sobre alguns dos seus outros hobbies e inspirações para além do blogue?

Gosto muito de ler, ir ao cinema, estar em casa com o marido e a gata (que também pertence à família), ver outros blogues e certos programas que tento não perder. Quanto a inspirações, acho que as tenho no dia-a-dia com situações que vejo ou pelas quais passo.

 

Este ano compareceu na Feira do Livro de Lisboa, “como escritora”, como refere no facebook. Pode falar-nos sobre esse acontecimento?

Estiveeeeeee!!! E que orgulho que foi estar do “lado de cá” dos livros! A 1ª pessoa que comprou o meu livro foi uma adolescente que gostou dele por causa da capa. Depois leu a sinopse e disse para o pai: - quero este! Assim, sem dúvidas. E quando mo deu para assinar, só não derramei uma lágrima ali na hora porque ainda iam achar que eu era uma lamechas, dar-me palmadinhas nas costas e dizer: - pronto, pronto. Vá, não custa nada. É só colocar a caneta no papel e deixar deslizar...

É administrativa. Podemos deduzir, então, que por motivos profissionais, utiliza muito o computador? Por essa razão, opta por escrever no papel e passar depois a computador? Teve ou tem alguma rotina para escrever?

Em criança costumava escrever tudo a lápis. Lembro-me que quando tinha uns 10, 12 anos, escrevi um livro de aventuras do género dos da Enid Blyton (uma das minhas escritoras preferidas até hoje) e já ia nas 80 e tal páginas quando me passou uma coisinha má pela cabeça e o destruí. Enfim... Mas actualmente escrevo tudo a computador. É muito mais prático! Quando escrevo prefiro estar sozinha e em silêncio. Desligo a televisão, rádio, tudo. Consigo escrever e concentrar-me melhor assim.

Em breve, poderemos contar com mais trabalhos seus publicados? 

Já comecei a escrever outro livro. O género é o mesmo; comédia romântica e espero que também arranque algumas gargalhadas a quem o leia. A mim já arrancou algumas!

Para terminar, quer deixar uma mensagem especial para os leitores e aspirantes a escritores?

Ai, os discursos... A mensagem que quero deixar é que não desistam. Se têm a certeza que o vosso trabalho é bom e o vosso sonho é serem escritores, cantores, actores, tocadores de pífaro ou o que quer que seja nunca deixem de o enviar a quem de direito e lutar por aquilo que desejam. Só tenho pena que em Portugal ainda não se aposte muito em autores novos e/ou desconhecidos. Mas tenho esperança que isso mude. Afinal, se ninguém tivesse apostado um dia na J. K. Rowling hoje não tínhamos o Harry Potter, não é?


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

[Opinião] "Desejo", de J. R. Ward



Autora: J. R. Ward

Título: “Desejo”

1ª Edição: Novembro de 2011

Editora: Quinta Essência

Páginas: 478

Sinopse:

Redenção não é uma palavra que Jim Heron conheça muito bem. A sua especialidade é a vingança e, para ele, o pecado é relativo. Mas tudo muda quando se torna um anjo caído e é incumbido da tarefa de salvar sete pessoas dos sete pecados mortais... e o fracasso não é permitido.

Isaac Rothe é um assassino, desertor do exército e por isso, manter-se nas sombras é a única maneira de sobreviver. Ao fugir do seu antigo chefe, é preso e o seu futuro fica nas mãos da bela defensora oficiosa, Grier Childe. A forte atração que existe entre eles pode ser fatal.

Continuando a sua missão, Jim Heron deve salvar a alma desse soldado. E, ainda, enfrentar um jogo sexual perverso com o demónio Devina. O desejo dela por Jim levará ambos a um caminho sem regresso, onde apenas um deles poderá vencer.

Isaac deve decidir se o soldado que existe nele é capaz de acreditar que o amor é a melhor arma para vencer esta batalha e livrar-se do seu passado sombrio

 

 

Crítica/Opinião:

Por: Isabel Alexandra Almeida/Os Livros Nossos

Neste segundo livro da saga dos Anjos Caídos, sob o título “Desejo”, de J.R. Ward, continuamos a acompanhar as aventuras e desventuras de Jim Heron, um poderoso e sensual recém nomeado Anjo, sobre o qual subsiste a responsabilidade de juntar pontos a favor do bem, na eterna luta entre as trevas e o paraíso, defrontando o Demónio Devina, num elaborado e violento combate sobrenatural, mas tendo presente a necessidade de resgatar almas perdidas.

Desta feita, encontramos as personagens já nossas conhecidas do primeiro livro "Cobiça", além de Jim, os seus inseparáveis amigos e parceiros Adrian e Eddie, bem como os seus superiores hierárquicos nas hostes angelicais.

Jim Heron vê-se compelido a enfrentar o seu passado, enquanto militar dos Serviços Especiais Norte-Americanos, dos quais foi o único a conseguir sair com autorização do seu superior Mathias, um solitário, cruel, frio e enigmático chefe militar habituado a tudo controlar e a não conhecer quaisquer limites para os seus actos, muitas vezes criminosos, que jutifica em nome do interesse nacional.

Isaac Rothe, um jovem militar, colega de Jim nas Forças Especiais, luta pela sobrevivência, e vai enfrentando os seus fantasmas e remorsos, sendo um alvo a abater, dada a sua qualidade de Desertor daquelas forças militares, onde os homens perdem a sua identidade!

Rothe irá cruzar o seu caminho, mais uma vez, com Jim (agora um Anjo Caído com uma importante missão transcendental e intemporal) e com Grier Childe, Advogada que, apesar da sua elevada condiçãp social, sofre com ocultos segredos de família que envolvem a morte do seu amado irmão Daniel, e que se cruzará com Rothe, ao ser-lhe nomeada Defensora Oficiosa (no âmbito dos serviços pro bono que faz questão de prestar aos mais desfavorecidos).

Uma destas almas destina-se a ser disputada entre Jim Heron e Devina  (o terrivel demónio que sente um irresistível desejo em relação a Jim), o combate será terrível, e nem os imortais estão isentos do sofrimento, nem os mortais estão preparados para enfrentar os seus demónios pessoais que são uma carga deveras dolorosa que acabam por transportar inadvertidamente.

Com uma narrativa dinâmica, envolvente e extremamente sensual, Ward não desaponta os leitores de mais esta saga, e faz com que nos sintamos compelidos a não largar o livro sem que cheguemos à última página, e acabamos inevitavelmente por tomar partidos e por nos apaixonar por personagens que estão longe da perfeição, afinal como qualquer ser humano.

Um turbilhão de acção, sensualidade, suspense e fantasia,servido com imenso glamour à mistura, como já vem sendo habitual na obra desta autora!

Quem irá vencer este combate? Quem perecerá como dano colateral do mesmo?

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

[Opinião] " A Vida que nunca te contei", de Josephine Cox


 
 
Autora: Josephine Cox
Título da Edição Portuguesa: “ A Vida que nunca te contei”
Título Original: “Songbird”
Editora: Publicações Europa-América
Colecção: Contemporânea
Data da 1ª Edição: Agosto de 2009
Páginas: 320


Sinopse:

Na cidade de Bedford, quatro estudantes ouvem a voz insistente de uma mulher a cantar. A bela melodia é entoada pela vizinha — uma pessoa solitária, que nunca abre a porta a ninguém, nem sai de casa em pleno dia.

Não podiam saber que a mulher na casa ao lado, Madeleine Delaney, é perseguida por uma recordação antiga que durante vinte anos controlou a sua pobre existência…

A voz angélica de Madeleine e a sua beleza impressionante atraem os corações de muitos. Mas ela só está interessada no proprietário do clube, Steve Drayton, um homem extremamente atraente mas assustador.

Então, uma noite, ela presencia um crime horrível e a sua vida muda irrevogavelmente para sempre. A gentileza e a amizade de uma rapariga — Ellen — salva Madeleine da destruição total. Mas para sobreviverem têm de fugir de Londres, deixando para trás aqueles que amam, e o perigo segue-as para onde quer que vão...


Crítica/Opinião

Por: Isabel Alexandra Almeida/Os Livros Nossos


   O romance “A vida que nunca te contei” da autora Britânica Josephine Cox, com a chancela de Publicações Europa-América, traz-nos de volta a um género por vezes esquecido da literatura, que poderemos livremente apelidar de romance dramático, que poderá ser também caracterizado como literatura feminina.

   Trata-se de uma obra escrita de forma exemplar, com uma linguagem fluída mas também algo elaborada (sem que tal prejudique a inteligibilidade da obra e antes afastando a mesma da categorização, tantas vezes perjorativa, de literatura light). A autora transporta-nos numa viagem que, temporalmente, decorre entre 1978 e 1996, tendo por cenário cidades Britânicas como Bedford, Londres, Blackpool, Bedfordshire e novamente Bedford. A obra apresenta-se estruturalmente dividida em cinco partes, num total de 25 capítulos não demasiado extensos ( o que também facilita a leitura), sendo a narrativa feita de uma forma circular, na medida em que a acção é narrada no presente (Bedford em 1996), seguindo-se três partes que correspondem a analepses, e terminando no mesmo local em que tivera início, de forma surpreendente.

   A personagem Central da obra é Madeleine Delaney, outrora cantora conhecida entre o público da Noite Londrina, tendo sido cantora residente no Clube Pink Lady, propriedade do sedutor, violento e inescrupuloso Steve Drayton, com o qual manteve uma relação destrutiva, e cujo medo persistirá ao longo de vinte anos como um terrível fantasma do passado que persiste em atormentar Maddy, e vedar-lhe o acesso a uma vida tranquila,  livre e plena, pois que o confronto final com Steve Drayton, em Londres ficará sempre gravado na mente de Maddy, que não esquece a ameaça a si dirigida pelo homem que tanto amou “ - A tua carta está marcada sua cabra. Não deixes de olhar por cima do ombro. Dia e Noite, onde quer que tentes esconder-te, eu encontrar-te-ei.”

  É também ainda em Londres, enquanto cantora no Pink Lady, que conhece a sua melhor amiga e protectora Alice Mulligan, o dedicado Jack e o prestável Raymond, amigos dos quais se verá tragicamente separada.

   Em Blackpool, onde se refugia na companhia de Ellen Drew, que conhece acidentalmente em Londres em circunstâncias gravosas para ambas, conhecerá momentos temperados com bastante ternura e quase encontra uma nova família e Ellen e no seu simpático avô Bob (a personagem mais simpática, carinhosa, divertida e positiva da história), mas o destino força-a a fugir novamente, e em Bedfordshire encontrará Brad Fielding, um sofredor e simpático Veterinário, viúvo e com um filho ainda menor, também ele uma vítima das circunstâncias da vida, mas um lutador incansável. Mais uma vez, não o destino, mas a traição de alguém que julgara ser-lhe leal,  separam Maddy de um local seguro e quase põem fim à sua vida.

   Em 1996, encontramos novamente a personagem, já com cinquenta anos, descuidada e perturbada mentalmente (depressiva, paranoide, apática e isolada socialmente), será ajudada por um casal de jovens estudantes universitários, seus vizinhos que a socorrem de um problema de saúde. E sabemos então o desenlace final da história desta personagem dramática, com elevada carga psicológica, e que nos faz pensar na gravidade da violência exercida contra tantas e tantas mulheres que não vislumbram inicialmente o perigo que correm em relacionamentos amorosos que estão condenados à partida, como se lhes escapasse toda a lógica e racionalidade para julgar o carácter dos agressores, que muitas vezes as manipulam.

   As personagens podem facilmente distinguir-se entre bons e vilões, a narrativa é rica em detalhes que permitem caracterizar diversos espaços sociais, desde a vida nocturna Londrina em finais dos anos sessenta (em moldes que, se abstrairmos da época e espaço, nos chegam a fazer lembrar algumas descrições próprias de policiais noir povoados por Gangsters ao estilo de Al Capone), passando pela vida modesta da classe média em Bedford, ou o ambiente agradável e sereno de uma pequena povoação balnear Britânica (Blackpool) que nos evoca por vezes, as férias estivais, deixando-nos curiosos para conhecer directamente as paisagens, onde acabamos por simpatizar até com as vizinhas coscuvilheiras da povoação, e tomamos também contacto com a vida numa típica quinta Britânica (em Bedfordshire).

    Podemos encontrar descrições abundantes e claras dos locais onde decorre a acção, as personagens vão-se dando a conhecer, nos seus vícios e virtudes, forças e fraquezas, quer pela caracterização do narrador quer pelos seus diálogos e interacções diversificadas.

  Denotou-se alguma diferença no ritmo narrativo nos quatro primeiros capítulos da obra, sendo que, daí em diante, o ritmo vai gradualmente acelerando, apenas nos pareceu menos necessária à construção da narrativa a descrição do ambiente entre os estudantes universitários vizinhos de Madeleine no início da obra, se bem que, na parte final, acabamos por entender melhor a pertinência de tal menção. O romance é pautado por um permanente clima de tensão e suspense que incentiva o leitor a avançar na sua leitura, e inevitavelmente, a questionar-se sobre se, em algum momento, Maddy encontrará a paz e a felicidade tão merecidas e desejadas, bem como o reencontro com algumas das pessoas mais importantes da sua vida, em termos positivos.

   De um modo geral, podemos considerar que a narrativa é fechada ( com conflito, climax e desenlace) , mas a nosso ver, existem alguns pormenores da história que bem poderiam dar lugar a um novo livro, e que, em nossa opinião, não foram totalmente explorados pela autora.

   Em suma, uma obra de elevada qualidade literária, que prende os leitores do início ao fim, apenas com a ressalva do ritmo dos quatro primeiros capítulos, com descrições de alguma violência, uma forte carga psicológica, e a levar a reflectir, por exemplo, sobre valores como a amizade, a lealdade (até onde vai a nossa lealdade e amizade?), e acaba por nos transmitir uma salutar mensagem de esperança perante muitas das adversidades da vida. Gostámos e recomendamos a leitura !

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

[Opinião] "Eu+tu=1", de Paula Santos


Autora: Paula Santos
Título: Eu + Tu = 1
Editora: Alfarroba Edições
 
 
 
Sinopse:

O "eu+tu=1"é uma comédia romântica, que pelo meio aborda vários temas atuais da nossa sociedade, tais como a preocupação excessiva com a aparência, a “mania” de imitar os famosos, os problemas familiares e como muitas vezes se escolhe fugir deles, ao invés de enfrentá-los e a maneira, nem sempre correta, como frequentemente a comunicação social retrata a vida das pessoas.
Este livro conta-nos a história de Maria, maquilhadora num estúdio de televisão, que leva uma vida perfeitamente normal e está a recuperar de um desgosto amoroso, quando conhece um ator português internacionalmente famoso (e não, não é o Joaquim de Almeida!) e as suas aventuras e desventuras para lutarem pelo seu amor.
O que esse ator não sabe é que Maria tem um segredo na sua vida, que só a sua melhor amiga conhece e que a impede de ser feliz.
Pelo meio, vê-se envolvida em mentiras, desilusões, embaraços, alegrias e muitas mais situações, que vão levar o leitor a não querer pousar o livro antes de chegar à última página!

Opinião:

Aiai… li este livro em menos de cinco horas (eu sou muito lenta a ler, ok?? O livro não é maçador, tem 168 páginas!) e nem sei bem por onde começar…
Adorei o livro, caramba! De tal forma, que vim logo escrever a opinião (São 2h da madrugada de Domingo, 19). Ainda sinto o coração a bater desenfreadamente e o rosto manchado pelas lágrimas enquanto escrevo isto (O que querem? Sou uma romântica incurável, mas lamechas, não! Acreditem, estou a ser sincera e não a tentar escrever uma opinião toda bonitinha, cheia de pós prilimpimpim só por ser da nossa chancela Alfarroba! Eu sou sincera, independentemente da editora. Ou, pelo menos, tento sê-lo. Digo o que gosto e o que não gosto.).
Penso que a sinopse diz tudo, por isso não vou estender ainda mais a opinião a contar isso. Por um lado, dei por mim a rir de forma descontrolada (num tom extraordinariamente alto), com a minha mãe e o meu irmão a olharem para mim como quem diz “Foi desta. Entregou-se à loucura!”. Por outro, dei por mim a roer as unhas e a chorar desalmadamente, tal Madalena arrependida! Paula Santos, ora diverte-nos com diálogos (e monólogos, devo dizer) divertidos, ora põe-nos a chorar com as cenas mais comoventes e apaixonantes!
Há muito que não me divertia com um livro assim de uma portuguesa. Foi-me emprestado pela Isabel, mas assim que puder, vou comprá-lo, pois nos momentos tristes, este livro é uma verdadeira lufada de ar fresco! Devo dizer que desconfiei da sinopse, pareceu-me uma história banal (ah, mas esqueçam lá isso, eu ainda ligo aos preconceitos que crio sobre os livros? Parece inevitável, mas os preconceitos têm-me saído todos ao lado – e ainda bem!). É um conto de fadas à portuguesa…
A narrativa, toda ela, é impregnada com muito humor e ironia e a autora tem uma escrita muito fluída. Como escreveu a historia na primeira pessoa, parece estar a falar directamente com o leitor, com a personagem principal a dirigir-se-nos com perguntas como “Eu não vos avisei?”. Isso permitiu estabelecer uma ligação directa com o leitor e resultou muito bem. Gostei muito do estilo da autora.
 As personagens estão em constante movimento, o que torna a acção tudo menos aborrecida, e só nos incentiva a continuar. Talvez tenha perdido (um pouco) a força nas últimas páginas, em termos de acção e movimento, mas foi rematado por um final delicioso. A autora não esqueceu os diálogos, que ficaram bem construídos. Já os monólogos interiores, devo dizer, ficaram surpreendentes. Com muita carga emotiva, tanto positiva (felicidade e humor) como negativa (medos e inseguranças).
Adorei as referências às zonas de Lisboa, intercalando com as belas zonas de Sintra e do Algarve. O uso de expressões engraçadas tornou a narrativa mais fresca! Para ilustrar, vou deixar aqui um exemplo, por isso, quem não quiser saber, passe para o parágrafo seguinte, por favor: “- Hã? É que… li numa revista. – Olha a deusa da sabedoria! Olá! Já não a via há alguns dias!”. Faz-me lembrar de uma amiga e colega de faculdade que, curiosamente, tem o mesmo nome próprio!
É uma autêntica lição que nos ensina que devemos aproveitar as oportunidades e deixar as mágoas onde elas realmente pertencem: ao passado e seguir o que nos dita o coração.
E durante toda a leitura não é que “o sorriso palerma… não me saia da cara!”? Eu só pensava para comigo o excelente filme português que esta narrativa não daria… Alguém por aí a ler-me com contactos? Por favor, o povo precisa de se rir mais (para desgraças, já basta a vida real) e este livro é uma óptima aposta para o cinema português! Digo-o, na minha condição de amante de cinema (amante, não expert, atenção!). Adoraria ver este livro em filme!
Novamente, digo e com toda a sinceridade, foi uma excelente aposta da Alfarroba! É uma comédia portuguesa a não perder! Parabéns, Paula Santos, adorei! “É de gargalhar e chorar por mais!”.
Ivonne