quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

[Renda & Saltos Altos] "Um Toque de Perversão", de Jennifer Haymore [Planeta]

 
Autora: Jennifer Haymore
 
Título: "Um Toque de Perversão"
 
Título Original: " A Hint Of Wicked"
 
Edição: 2011
 
Editora: Planeta
 
Sinopse:
 
   Sophie, a duquesa de Calton, recomeçou por fim a viver. Após sete anos de luto pela perda do marido, Garrett, em Waterloo, casou com o melhor amigo e herdeiro, Tristan. Sophie entrega-se-lhe de corpo e alma até ao dia em que o marido regressa do continente e exige o seu título, as suas terras… e a sua mulher.
Agora, Sophie tem de escolher entre o primeiro e o novo amor, sabendo que, seja qual for a sua opção, esta destruirá um dos homens que adora. Será Garrett, o seu namorado de infância, cuja perda a ia aniquilando? Ou será Tristan, o amigo querido que se tornou amante, que a apoiou nos últimos anos de luto e que lhe deu a conhecer uma paixão que ignorava? Enquanto os dois maridos lutam pelo seu coração, Sophie vê-se envolvida num jogo perigoso – onde as apostas não são só o amor… mas a vida e a morte.
 
Crítica por Isabel Alexandra Almeida/Blog Os Livros Nossos:
 

  "Um toque de perversão", (com o título original - A Hint of Wicked) é um romance histórico, cuja acção decorre em Inglaterra no Século XIX, na sequência da Batalha de Waterloo.
 
   Foi a leitura de estreia de uma obra da simpática autora Jennifer Haymore, a qual tive o prazer de entrevistar [leia aqui a entrevista com a autora], e devo dizer que fiquei de imediato fã incondicional do estilo bem próprio de escrita com que a autora nos brinda, o que me levou a querer ler a continuação desta série [Os Jameson], sendo que, durante as férias de verão devorei literalmente em dois dias o segundo livro "Um toque de Escândalo".
 
   Quanto à linguagem, a mesma é bastante fluída, não deixando de conter o jargão formal tão próprio da época da narrativa, e do meio social onde se movem as personagens centrais [a aristocracia britânica, no século XIX], uma escrita muito muito envolvente, que leva a que mergulhemos nos livros na ansia de desvendar as peripécias que se seguem, e não faltam nesta história várias reviravoltas inesperadas, o que confere aos livros originalidade dentro do género em que se inserem [Romance de época, sensual], o qual é bastante explorado, principalmente entre autores anglo-saxónicos.
 
  As personagens principais: Sophie, Tristan e Garrett mostram-se amplamente caracterizadas aos níveis físico, psicológico e social, e somos muitas vezes transportados até ao seu mundo interno, que se percepciona pelas suas dúvidas, atitudes, decisões e indecisões.
 
   Há personagens - como Lady Rebecca, que não assumem neste primeiro livro, tão grande destaque, mas apenas porque virão a assumir o papel de personagens centrais noutos "episódios" da série  dedicada à família Jameson.
 
   Quanto à intriga, a mesma é bastante apelativa e desperta díspares emoções, levando os leitores a tomar partido a favor ou contra algumas das personagens. A minha personagem preferida foi Tristan, mas as opiniões divergem entre os leitores.

  Garrett - Duque de Calton -  é dado como desparecido na referida batalha, e durante sete anos, a Duquesa Sophie e o primo do Duque - Lorde Tristan Westcliff - envidam todos os recursos ao seu dispor para o procurarem, mas sem sucesso.

  Entretanto, o destino prega uma cruel partida a este trio aristocrático, e o Duque de Calton regressa passados sete longos anos, vivo, e disposto a retomar a sua vida de volta, assim como o amor de Sophie, a qual entretanto, reconstruira a sua vida junto de Tristan, o qual assumira a administração das propriedades do Duque.

   Sophie vê-se então dividida entre dois amores, e surge ao longo do livro a questão sempre latente: pode Sophie amar ambos os homens? Como irá ela tomar a mais importante e dolorosa decisão de toda a sua vida? Como se explica o misterioso desaparecimento do Duque de Calton, durante longos anos e tendo sido arduamente procurado pela família que tanto o estimava? Estes são alguns dos dilemas colocados durante a narrativa.

  A autora traça um retrato fiel da sociedade Inglesa do Século XIX, com o seu puritanismo por vezes exacerbado, as convenções sociais levadas ao extremo, e uma justiça que compactua com esta visão muito severa da moralidade vigente [uma moralidade bastante hipócrita, a meu ver], logo, temos um bom retrato do espaço social vigente.

   Em simultâneo, a autora soube habilmente inserir na obra um toque de sensualidade, em especial, descrevendo de forma explícita, porém elegante, os envolvimentos sexuais que as personagens vão tendo, mas onde o sexo surge envolvido num indiscutível turbilhão emocional, e por isso em nada choca o leitor este aspecto da obra.



   No último terço da obra, e à medida que vamos descobrindo as respostas, surge também um momento de acção, com a perseguição a um criminoso em que se envolvem algumas das personagens, o que traz também uma componente de aventura à narrariva, já de si, bastante bem construída e rica em detalhes.
  Atrevido, sem ser excessivo, com boas doses de dilemas e dúvidas que afectam as personagens, romance, paixão, amor, sexo e também aventura.
  Recomendo uma das minhas autoras preferidas!


2 comentários:

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