segunda-feira, 8 de abril de 2013

[Renda & Saltos Altos] "Ligeiramente Casados", de Mary Balogh [ASA]


Título: Ligeiramente Casados [Bedwyn #1]

Autora: Mary Balogh

Editora: Asa [Grupo LeYa]

Edição: Março de 2013

Páginas: 336

Género: Romance 


Crítica por Isabel Alexandra Almeida / Blog Os Livros Nossos:


   Ligeiramente Casados , de Mary Balogh, é o primeiro romance de uma nova saga familiar - Bedwyn - que promete apaixonar as leitoras mais românticas, em especial, se gostarem de cenários de outros tempos, mais concretamente, na Inglaterra do  Século XIX, mais concretamente, em 1814, aquando do rescaldo das Guerras Napoleónicas.

   A acção tem início em Tolouse, num cenário de guerra já semi-abandonado, onde o nosso herói - Lord Coronel Aidan Bedwyn, encontra prestes a agonizar um dos seus soldados - Percival Morris - que, no leito de morte, incumbe o seu superior de proteger a sua irmã Eve Morris " Contra Tudo e Todos!", devendo ser o mensageiro da triste notícia.

  A assim, a tragédia servirá de motor ao destino e futuro dos dois protagonistas - Eve Morris, irmã de Percy, proprietária rural de educação algo refinada, mas que nunca conviveu de perto com o Beau Monde de Londres, e o arrogante, circunspecto e intimidante Aidan Bedwyn, o segundo filho de uma família aristocrática agora chefiada pelo vaidoso e prepotente irmão mais velho - O Duque de Bewcastle.

   A narrativa é bastante fluída e rica em detalhes de crónica social da época e contexto histórico do romance.

  E pese embora a forte carga romântica, é-nos fácil gostar dos dois protagonistas, pela personalidade forte que cada um deles demonstra possuir, e também porque ambos são bastante presos a valores importantes, como a família, a amizade e o amor pelo seu país e suas tradições.

   Forçada a contrair casamento com Aidan Bedwyn, para não perder a propriedade da família para o cruel e pretencioso primo e herdeiro - Cecil Morris, o que a deixaria sem tecto, assim como a todos os seus protegidos ( já que Eve é uma pessoa extremamente bondosa, acolhendo em sua casa empregados com passados complicados, como a Governanta Agnes, que já esteve presa, Thelma - caída em desgraça socialmente devido a uma ligação amorosa mal aceite, os dois irmãos órfãos - Becky e Davy - a quem quer e trata como seus filhos, a sua tia Mari, já idosa e que ali encontra um verdadeiro lar com todo o carinho e sentido de união familiar).

   Inadvertidamente, Aidan e Eve acabam por firmar um pacto de respeito e fidelidade mútuos, dispondo-se a levar vidas em separado, após os tempos iniciais de união matrimonial.

  Mas o destino promete ainda pregar algumas partidas a este novo casal, e para garantir uma boa aceitação social de ambos, dadas as raízes humildes de Eve (embora filha de um homem abastado, não é aristocrata), mergulha na Alta Sociedade Londrina, conhecerá os cunhados: o chefe da família - Duque de Bewcastle; a arrogante Freyja (cujo respeito irá conquistar com a sua determinação);  o divertido e galante Alleyne, a jovem Morgan, e na parte final da narrativa, Ralf.

   Devendo apresentar-se em sociedade, contará com o precioso apoio da Marquesa de Rochester, uma rígida dama da Sociedade, tia dos Bedwyn, que em tempo recorde ensinará Eve a comportar-se em público, a saber estar, conviver, vestir-se e a impressionar, sendo absolutamente deliciosa a descrição da conversa entre a jovem Eve e a rainha Carlota (a quem consegue impressionar, chegando mesmo a conversar com a Ilustre personagem, bastante rígida e antiquada a ditar preceitos sociais na sua Corte).


  Porém, há fantasmas do passado que teimam em regressar, e que podem deitar a perder o prenúncio de felicidade de Eve e Aidan ( que a pouco e pouco vão-se afeiçoando um ao outro, e quebrando barreiras de orgulho que haviam interposto entre si).

  E como irá o pérfido e despeitado primo Cecil Morris arranjar forma de se vingar de Eve e Aidan, devido a ter ficado sem a propriedade de Ringwood Manor?

  E o Duque de Bewcastle, será tão frio e indiferente às emoções como se possa inicialmente supor? Adoraria ver a evolução desta personagem em próximos episódios desta saga familiar.

   Um romance envolvente, com intriga, paixão, amor, humor saudável, detalhes históricos (no contexto do final das Guerras Napoleónicas, quando uma Inglaterra ferida começa a reconquistar a dignidade e a pujança), uma pormenorizada descrição e crónica de costumes de época, e para complementar todos estes argumentos favoráveis, twists finais que farão vibrar e emocionar as leitoras ainda mais.

  Uma narrativa de época bastante rica e detalhada, uma série que vamos querer acompanhar. Recomendo esta leitura sem reservas.




   


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