quinta-feira, 2 de agosto de 2012

[Gostámos] "Marcada", Saga "A Casa da Noite", de P.C. Cast e Kristin Cast





Sinopse

      Zoey Redbird tem 16 anos e vive num mundo igual ao nosso, com uma única excepção: os vampyros não só existem como são tolerados. Os humanos que os vampyros "marcam" como especiais entram na Casa da Noite, uma escola onde se vão transformar em vampyros ou, se o corpo o rejeitar, morrer.

      Para Zoey, apesar do medo inicial, ser marcada é uma verdadeira bênção. É que ela nunca encaixou no mundo normal e sempre sentiu que estava destinada a algo mais. Mas mesmo na nova escola a jovem sente-se diferente dos outros: é que a marca que a Deusa Nyx lhe fez é especial, mostrando que os seus poderes são muito fortes para alguém tão jovem.

      Na Escola da Noite, Zoey acaba por encontrar amizade e amor, mas também mentira e inveja. Afinal, nem tudo está bem no mundo dos vampyros e os problemas que pensava ter deixado para trás não se comparam aos desafios que tem pela frente.

Opinião

  A acção desenrola-se nos dias de hoje e as autoras reformularam a sociedade já existente. Introduziram um novo conceito de vampiros (vampyros) que são aceites na sociedade há muitas décadas. Prova disso são as inúmeras referências a celebridades desde Shakespeare a actores de Hollywood. Bram Stoker, autor de Drácula, também é referenciado, mas ironicamente não como vampyro.  

Inicia-se com a personagem principal, Zoey Redbird, a ser Marcada pelo caça. Passo a explicar: por volta dos 16 anos, alguns adolescentes são Marcados e levados para a Casa da Noite, a escola de etiqueta para vampyros. Lá, terão de se submeter à Mudança e se o seu corpo a aceitar, transformam-se. Se tal não acontecer, morrem para sempre.

Desta feita, Zoey torna-se numa iniciada da Casa da Noite. E uma que nada tem de normal. A sua marca e os dons com que a Deusa Nyx a presenteou fazem dela a iniciada mais poderosa de sempre. A sua mentora na nova escola é a Sumo-Sacerdotisa Neferet, com a qual cria uma forte ligação. Basicamente, este primeiro livro conta a integração de Zoey na nova escola.

 A sua família abomina vampyros, excepto a sua Avó com quem tem uma relação leve, fresca e maravilhosa. Já o seu “ex-quase-namorado” Heath também não o faz e deixa de beber e de fumar, motivos pelos quais tinham “acabado” o namoro. Isto divide muito a Zoey, pois sendo uma iniciada especial, revela um desejo ardente (que só os alunos do último ano sentem) pelo seu sangue. 

  Ao contrário do que acontecia na sua vida de comum mortal, na Casa da Noite, Zoey encontra verdadeiros amigos e um novo amor. E também um pequeno “ódio de estimação” chamado Afrodite. Quantos jovens não o têm? Isso faz com que muitos se identifiquem com a personagem principal.
     
 Pontos Positivos:

1. Para além do enredo, gostei da escrita que as autoras utilizaram. Conseguiram colocar-se bastante bem na pele dos jovens, utilizando uma linguagem descontraída (corrente), com muito humor e ironia à mistura. Apesar de utilizarem alguns palavrões e isso tirar um pouco a credibilidade à história. 

2. Quanto às personagens, criaram algumas diversificadas, o que só contribuiu para enaltecer o humor. Uma delas é Damien, um jovem homossexual assumido e rejeitado pelos pais. É divertido e usa palavras “caras” para confundir as amigas do grupo. Este aspecto livra a obra de preconceitos e ideias pré-concebidas sobre assuntos-tabu da actualidade, tornando-a numa obra bastante terra-a-terra. A juntar a este aspecto, também retrata locais e espaços públicos reais (como Starbucks, por exemplo). 

3. A ideia geral é inovadora e realidade nunca é deixada de parte, está sempre bem patente ao longo de todo o livro. As autoras incluíram a religião, sendo que, os vampyros juram adoração e devoção à Deusa Nyx. 

Pontos Negativos: 

1. Exagero no erotismo e nas alusões aos momentos/pensamentos eróticos. Tornou a narrativa engraçada, principalmente com linguagem corrente e, não as condeno, mas ficaram um pouco deslocadas e exageradas para a faixa etária a que se destina.

2. Exagero de dramas adolescentes e a ausência de crescimento maturacional da personagem principal. Sendo que a acção se passa em poucos meses, diria que é normal. Contudo, já li opiniões bastante negativas sobre isso, principalmente por ser uma saga muito extensa (12 livros!). Realço apenas que a minha opinião incide sobre este (e brevemente sobre o segundo e o terceiro) e que não posso corroborar essas críticas. Eu gostei do que li até agora e recomendo principalmente a jovens e para quem gosta de histórias sobre vampiros, no geral.


    Para concluir, diria que é um livro (ou saga) destinado principalmente aos jovens adolescentes (nunca abaixo de 13/14 anos devido aos últimos pormenores). Lê-se bem e em poucas horas e tal como muitos outros do género, vai ser adaptado ao cinema, em breve. 

Ivonne

7 comentários:

  1. eu tmb gostei mas fartei-me. too much drama :P

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  2. Adoro a forma como a originalidade é julgada hoje em dia. Muda-se um I de vampire para Y e faz-se com que estes "Vampyros" tolerem (mas lhes seja dolorosa) a luz solar, algo que não é de todo original. Pegam-se em deuses já existentes, fantástico. A Casa da Noite parece ser a Hogwarts deste universo. It's all amazing. Recomendo a obra vivamente a todas as pessoas que gostem de mais entulho literário e colagens sobre vampiros.

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  3. Eu não passei das 40 páginas! Teen drama com pitas pseudo-góticas não é para mim e a escrita daquilo é um nojo autêntico.

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  4. Vou comentar os pontos positivos e negativos que foram postados, uma vez que a primeira parte do post é a descrição da história e isso é factual.

    1- discordo totalmente do facto do livro estar escrito numa chamada "linguagem corrente" ser um ponto positivo. Durante o meu percurso académico aprendi que não se deve escrever como se fala. Por outro lado, não consigo compreender como é que o uso de palavrões pode ser considerado descredibilizante para a história. Toda a gente usa palavrões, e quando usados com moderação (e, na verdade, com sentido e não a torto e a direito) num livro torna-o apenas mais real. É lamentável verificar que o tabu do uso de palavrões em literatura permanece em muitas cabeças. Para além disso "galdéria" está longe de ser um palavrão e devia ter os meus onze anos quando deixei de classificar "merda" como um.

    2 - A única característica do Damien atribuída em toda a saga é o facto de ele ser gay. Sempre que a Zoey fala nele diz que ele é gay. Sempre que pensa nele pensa em quão gay ele é. A única característica psicológica existente em Damien é: gay. Lá porque no livro não se verifica discriminação por parte das personagens não quer dizer que seja uma abordagem sem preconceitos. Antes pelo contrário. Marcada faz da homossexualidade um estereótipo errado e completamente repugnante, contra o qual acredito que a comunidade homossexual se ergueria. E por favor, se o Damien diz palavras caras eu não quero saber como anda o vocabulário dos estudantes de hoje em dia.

    3- A ideia envolve vampiros. Numa escola. Com as hormonas aos saltos. Se isso é inovador então um gatinho a vomitar arco-íris é inovador. O "y" não engana ninguém.

    4 - Exagero no erotismo... Posso até concordar que algumas pessoas não gostem muito, mas é preciso não ter lido muito para achar que Marcada tem muito erotismo. Aviso para não tocar em 50 shades of Grey então. Aquilo sucka de qualquer das formas.

    5- Concordo! Devo apenas acrescentar que os 12 livros são porque as autoras não quiseram largar a mama e estão a ver até quando dura para ver se o dinheirinho jorra da fonte. Uma chulice.

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    Respostas
    1. Mar, em primeiro lugar, tenha gostado ou não do seu comentário, obrigada pela intervenção. Vê-se que leu o livro e leu a "Opinião".

      Em segundo lugar, pretendo defender algumas ideias por mim escritas em cima. Esteve no seu direito de opinar e eu respeito. Agora, é a minha vez de defender as minhas ideias e as razões por que escrevi o que escrevi.

      Ponto 1.
      Corrente não era o termo que procurava. Está certo. Intercala entre Linguagem corrente e popular que pode ser um ponto positivo para os adolescentes. É sabido que os jovens precisam de ler mais e não começar por ler grandes obras com descrições “secantes” e “palha” que leitores mais experientes gostam (atenção, disse palha, vendo da perspectiva dos jovens, não dos leitores experientes, até porque não me identifico como tal). Certo? Principalmente se estiverem a começar a ganhar gosto pela leitura. Dado que é um livro que se destina mais a jovens adolescentes, pareceu-me ser um ponto positivo. Mas isso sou eu. Daí que seja uma “opinião” e não uma “Crítica literária”. Há que fazer essa distinção e eu nunca referi que os meus textos eram Críticas, porque obviamente não o são e não é o meu objectivo (ainda) para este blogue. Não tenho formação em Línguas, Literaturas, Comunicação nem coisa parecida, limito-me a dizer o que acho dos livros que leio, sejam mais “infantis” ou não. Se eu quisesse fazer CRÍTICA, tratava de me formar na área indicada. "Não se deve falar como se escreve". Talvez não. Mas é certo que se o público alvo é jovem não vamos escrever de forma elaborada como se fosse para 30, 40 ou 50 anos e por aí fora, certo? Há que haver adaptação às situações. Não sei qual foi a ideia as autoras, talvez tenha sido essa, talvez não... Mas gosto de dar o benefício da dúvida.

      Ponto 2.
      Concordo, mas não totalmente. É verdade que pode estar implicito nas entrelinhas, mas isso depende da percepção de cada um. Ora, mais uma vez, ressalvo que se esta saga se destina aos mais jovens, a percepção é diferente. Claro que as mensagens subliminares são uma coisa terrível… Comparado com o resto do livro e das personagens, Damien usa palavras "caras", sim. Talvez para leitores experientes não o seja, mas não estou a ver um muído de 14/16 anos dizer “indaguei”, “consuetudinário” e coisas assim (e falo porque o meu irmão tem essa idade. Não gosta de ler e não fala assim, infelizmente. Mas cada coisa tem o seu tempo… Se calhar quando chegar aos 50 anos e com 15mil livros lidos, fale assim… Estou a exagerar, mas é para não haver dúvidas e não existirem más interpretações.). É um facto, infelizmente.
      Talvez a comunidade homossexual se ergueria, não sei. Não sou lésbica, nem homofóbica, têm o meu apoio e nada mais. São pessoas normais como eu e deviam ter os mesmos direitos. Ponto final. Mas enquanto hetero e mera leitora, escrevi o que achei. Eu falei do que achei. Se é errado? Desculpe, mas são opiniões. Nem todos podem ter uma igual à sua. Talvez, um dia, a minha visão mude, mas por enquanto foi assim que eu vi este livro.

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    2. Ponto 3.
      Numa época em que surgiram vampiros em Twilights, Sangue Fresco e etc e era tudo ou muito cor de rosa e um amor impossível ou hardcore, adolescentes/jovens adultos e adultos, respectivamente, acho a ideia da Casa da Noite inovadora, sim. Mas, mais uma vez, bato na mesma tecla. É a minha opinião. Quando opino, não tenho de estar sempre a pôr “Na minha opinião”, “eu acho que…”, porque está lá identificado antes de eu começar o texto - “Opinião”. Certo? Limito-me a deixá-lo nas entrelinhas. Concordo que seja uma espécie de Hogwarts da Saga Harry Potter, sem as asneiras e as alusões ao sexo. Okay, e depois? A Saga de J.K. Rowling é para todas as idades, mas destina-se mais aos jovens (como esta) e, podemos dizer que a ideia do internato não é especialmente nova em Inglaterra, mas foi em Portugal e noutros países que teve mais sucesso. Mas ela juntou magia a uma escola-interna e um enredo todo giro et voilà, durante mais de 10 anos foi uma das sagas mais vendidas, tanto no cinema como na literatura. E, atenção, não estou a criticar, eu fui uma das que acompanhou a saga desde os meus 10 anos. Foram estes livros que mais me incitaram a ler e a continuar. Adorei e é com orgulho e sem vergonha que afirmo que às vezes ainda leio…

      Ponto 4.
      Eu tenho “As Cinquentas Sombras de Grey” para ler e outros tantos do género. Não que isso interesse para o caso. Mas não vamos juntar alhos com bugalhos, mais uma vez o argumento é: Grey destina-se a adultos. Está categorizado como erótico. É completamente normal existirem cenas de sexo e cenas hardcore. A Saga da Casa da Noite é para adolescentes (não abaixo dos 13/14, vá não abaixo dos 12!) e está categorizado como “Fantástico”. Algumas cenas estão completamente deslocadas, na minha opinião. Não concordo em criar pudor em volta do tema “sexo” nos adolescentes, mas também há que ver a idade. É isso que muitas vezes cria gravidezes indesejadas e doenças e etc. Não acho normal que com 18 anos, a família encare o tema com pudor. Em Portugal, é assim e é uma estupidez. Falo por experiência, a minha família infelizmente é assim (é da educação). Contudo, as alusões ao sexo serviram mais para vender e tornar a história bonita e picante, mais nada. Tudo bem, os adolescentes começam cedo a vida sexual, mas creio que pode incitar ao sexo desprotegido, sem ponderar bem nos pós e contras. O certo é que o sexo vende. E os escritores têm-se agarrado a essa realidade. Todos os livros que eu li desde Abril (recomecei a ler este ano, sim. Não sou entendida portanto no que toca aos livros. Gosto de ler e de opinar de uma forma mais leve.) contém cenas de sexo e os géneros rondaram o policial, romance romântico, romance dramático, Fantástico, Ficção Científica, etc. Em alguns géneros, fica deslocado. E não gostei desse aspecto neste livro, neste género e para a faixa etária a que se destina, mas isso sou eu.

      Ponto 5.
      Quanto a este ponto, só tenho a dizer que concordo que seja extensa. Só posso falar dos livros que li, os três primeiros, mas penso que quando uma coisa começa a estender-se e a estender-se, acaba por romper e aborrecer. Deu a sensaçao, pelas opiniões que tenho lido, que é só para vender. Só poderei formar a minha OPINIÃO quando acabar de ler a saga. Tento nunca falar de barriga vazia (e, atenção, embora possa parecer, não é uma indirecta. O que eu tenho a dizer para me defender, digo. Parece-me que leu os livros, senão todos, talvez os primeiros.).

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  5. Ahhh a Mar tinha que cá estar =) ela é a minha arqui-inimiga (e bff no resto lol) aqui na saga da mae e filha =P

    Ora eu tenho esta colecção toda, pelo menos a que saiu em PT e li quase tudo, e pelo que me lembro gostei e entusiasmei me. Desculpem mas nao li nenhuma das vossas opinioes - um dia quando tiver uma tarde livre =P - mas a minha é positiva.

    Esta saga não é espectacular, mas eu engracei com ela e por isso é que estou a comprar os livrinhos todos.

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