quarta-feira, 8 de maio de 2013

[Renda & Saltos Altos] " O Café do Amor", Deborah Smith [Porto Editora]


Título: O Café do Amor

Autora: Deborah Smith

Edição: Maio de 2013

Editora: Porto Editora

Tradução: Isabel Alves

Para saber mais sobre a obra, consulte o site da Editora AQUI


Crítica por: Isabel Alexandra Almeida - Blog Os Livros Nossos:


   O Café do Amor, da autora Norte-Americana Deborah Smith é um romance na verdadeira e clássica acepção da palavra. A sua leitura correspondeu à nossa estreia em relação a esta autora, e fez nascer a vontade de ler as anteriores obras da mesma, dentro de igual registo literário.
  
  Romântico, avassalador, numa narrativa de sensibilidade levada ao extremo, não passa indiferente ao leitor desta história toda a carga dramática das tragédias que, de um momento para o outro, podem alterar as nossas vidas, e fazer repensar a nossa existência, podendo mesmo levar a considerar a hipótese de suicídio.

 Mas temos uma mensagem positiva, onde se exaltam os valores da resiliência humana sustentados nas firmes bases da amizade e do amor inesperados e incondicionais, tudo vivido num paralelismo entre distintos mundos sociais e espaciais, e através de personagens humanas, muitíssimo bem construídas e que nos fazem oscilar entre o sorriso nos lábios, e a lágrima que espreita sem pudor de revelar as emoções fortes que o livro tão bem proporciona.

  Os protagonistas são a estrela de cinema Cathryn Deen, que se defronta com uma reviravolta alarmante na sua vida, ao ficar marcada num violento acidente de automóvel onde quase perde a vida, e Thomas Mitternich, um arquitecto de Nova Iorque, também assolado pela tragédia, que vive em depressão após a trágica morte da mulher e do filho nos atentados de 11 de Setembro de 2001 no World Trade Center.

  Separados pelos meios sociais onde se movimentavam - Cathryn em Los Angeles, mimada e adorada pela sua beleza, tantos pelos seus fãs como por Gerald, o seu marido empresário de sucesso e milionário - e Thomas workaholic convicto, e bem sucedido na área da arquitectura, em Nova Iorque, acabam por se cruzar, pela circunstância de Thomas se refugiar nas Montanhas da Carolina do Norte, onde é adoptado por Delta (uma maternal e destemida matriarca e cozinheira que é prima afastada de Cathryn, e que retribui a Thomas o acto de ter salvo da morte um filho que viveu um trauma de guerra.

  Inadvertidamente, Thomas acabará por entrar em contacto com Cathryn, desempenhando um papel de relevo na recuperação da jovem, após o terrível acidente que a atira para os cuidados intensivos de uma Unidade Hospitalar de Queimados, e entre ambos nasce uma natural cumplicidade, à distância, e sem que sequer se conheçam pessoalmente até fase bastante mais avançada da narrativa.

   Cathryn acaba por procurar abrigo junto das suas origens, ao regressar à casa da sua avô materna - Nettie - uma figura incontornável, querida e admirada da sua infância, e é acolhida na Carolina do Norte pela Prima Delta ( e restantes familiares), dos quais se reaproxima.

   Muito interessante é considerarmos o paralelismo entre três espaços sociais muito distintos, Los Angeles e todos os riscos e fragilidades da fama das estrelas de cinema, o culto da beleza, a perseguição pela imprensa com a correspondente perda de privacidade; Nova Iorque, a vida dos seus Yuppies bem sucedidos, ricos, mas sem a necessária disponibilidade para a família mais próxima; a simplicidade e a luta diária pela subsistência de uma pequena e isolada comunidade nas Montanhas da Carolina do Norte, com a comida caseira, o turismo que busca usufruir das tradições locais e que acaba por se revelar o sustentáculo financeiro dos que ali vivem, E estes espaços distintos acabam mesmo por se cruzar, assim como os respectivos habitantes, o que nos apela para o título original da obra "Crossroads Cafe", onde todas as personagens centrais irão encontrar-se, cruzando existências.

  Como se já não fossem bastantes os argumentos favoráveis à leitura deste romance verdadeiramente avassalador, eis que a autora nos traça de forma perfeita, o retrato das vivências do mundo interior das personagens, e tudo isto numa linguagem cuidada e emotiva.

  Que surpresas, boas ou más, pode reservar o futuro de Cathryn e Thomas? Caberá ao leitor desvendar estes mistérios!

 Emotivo, brilhante e sensível! Recomendo!








1 comentário:

  1. Isabel adorei a tua opinião, deu-me vontade de saltar para dentro do livro!

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