sábado, 22 de setembro de 2012

[Secção Criminal] "A voz", de Arnaldur Indridason





Autor: Arnaldur Indridason

Género: Policial

Título: "A voz"

Editora: Porto Edirora

Páginas: 304


Sinopse:

"Gudlaugur, o velho porteiro de um dos mais famosos hotéis de Reiquiavique, é encontrado seminu e apunhalado no seu miserável quarto na cave do hotel. Mas Gudlaugur é muito mais do que um simples porteiro que também se disfarça de Pai Natal para as festas das crianças - ele é um completo mistério. Ao fim de vinte anos a trabalhar no hotel, ninguém parece conhecê-lo verdadeiramente. À medida que a investigação prossegue, uma teia de más intenções, avidez e corrupção começa a emergir. Toda a gente - entre funcionários e hóspedes - tem algo a esconder. Mas o segredo mais chocante reside no passado da vítima, no qual o inspector Erlendur tem de mergulhar para encontrar o assassino."
 
Crítica/Opinião por: Cátia Correia/ Os Livros Nossos

Foi a minha estreia deste escritor escandinavo, vencedor de diversos prémios, embora ele já tenha outro título já traduzido em português.
Tem uma sinopse inquietante e é assim mesmo que o livro se revela, bastante perturbante.. um homem é encontrado morto numa cave escura e fria de um dos maiores hotéis da cidade de Reiquiavive na Islândia uns dias antes do Natal, o estado em que o encontram é deplorável e brutal, presumindo-se assim que foi um crime intenso e bastante violento, talvez sexual.
Este homem é nada mais nada menos que Gudlargur Egilsson (nomes nórdicos complicados que teimo em não conseguir fixar, levando-me sempre a andar às aranhas com quem é quem, acho-os todos parecidos), o velho porteiro que há vinte anos trabalha neste hotel, sendo já trabalhador imprescindível pois fazia todo tipo de serviços, inclusive interpretava o papel de Pai Natal nas festas natalícias, pronto até aqui tudo bem, digamos “normal”. Mas quando se começa a investigar o crime, eis que os investigadores principais: Erlendur, Sigurdur Óli e Elínborg (esta última mulher) se deparam com um imenso muro de silêncio e desconhecimento da parte tanto de funcionários do hotel como da família.
Como é possível que ninguém conhecesse bem este homem ou os seus hábitos? Ninguém quer falar e todos parecem tê-lo evitado em vida, tornando bastante complexa a investigação. Ninguém parece conhecê-lo verdadeiramente, para poder indicar o seu modo de vida ou pessoas com quem se relacionasse.
Há medida que os dias da investigação vão avançando é-nos contado em paralelo uma história de violência sobre uma criança, levando-nos a questionar se ambas as histórias poderão ou não estar relacionadas. A juntar a isto temos claro uma luz, embora que fraca sobre os problemas conturbados da vida do principal investigador: Erlendur.
A confusão e a falta de informações da polícia vão-se mantendo ao longo do livro, com várias tramas em paralelo proporcionadas pelas personagens que Erlendur vai conhecendo ao longo do caso, as pontas soltas são mais que muitas, e só mesmo no final é que tudo é rematado rapidamente, embora quando isto aconteça, parece ficar sempre algo por explicar. Ainda assim, gostei bastante de o ler e é um livro, aconselho!!
Em relação à composição do livro, este lê-se bastante bem, rapidamente, a história é dividida em dias, e dentro de cada temos ainda capítulos, mas curtos e que se leêm num ápice. O livro começa logo com a chegada da polícia ao local, daí esta a estruturação da minha opinião, começa logo pela cena central e depois vamos regredindo aos poucos e entre episódios mais passados, nomeadamente da vida da personagem assassinada.

2 comentários:

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