Autor: Júlio Magalhães
Género: Romance Histórico
Título: "Um amor em tempos de guerra"
Editora: A esfera dos livros
Páginas: 336
Sinopse:
"António nasceu marcado pelo nome. O mesmo que o vizinho da rua das traseiras, o homem que se fez doutor em Coimbra e que ia à terra sempre que podia, o tal que governava o país com pulso de ferro. Mas de pouco ou nada lhe valeu tão grande nome quando o destino o enviou para Angola, para defender a pátria em nome de uma guerra distante que não era a sua. Deixou para trás a sua terra, a mãe inconsolável e Amélia, a mulher que pedira em casamento, num banco de pedra, junto à igreja e que prometera fazer dele o homem mais feliz de Vimieiro. Promessa gravada num enxoval imaculado que ficou guardado no armário, à espera do fim daquela maldita guerra. Quando António regressou de Angola, era um homem diferente. Marcado no corpo por anos de guerra e de cativeiro e no coração por um amor impossível que deixara em pleno mato angolano. Regressava para cumprir a promessa que fizera anos antes à sua noiva Amélia, que o julgara morto, e que, em sua memória, tinha enterrado um caixão sem corpo."
Crítica/Opinião por: Cátia Correia/ Os Livros Nossos
Continuo completamente rendida ao
autor, sem dúvida que são uns livros para guardar na estante, e já adquiri mais 2 para
juntar à coleção. E continuo a dizer que são de fazer a chorar as pedras da
calçada, eu pelo menos desfaço-me em lágrimas, tal como o outro que já li do
Júlio, são extremamente fortes, que tocam imensamente o leitor, fazendo sentir
página atrás de página o seu desespero e dor destes portugueses, gente da nossa
gente.
Neste romance somos levados para
a guerra do Ultramar em África, com o António, protagonista, rapaz típico das
terrinhas de Portugal, vizinho de Salazar em Santa Combadão, que nunca dela
tinha saído, apaixonado pela moça mais linda da aldeia e de casório marcado é
chamado para recruta da tropa e pouco meses depois destacado para Angola. E é
aqui que viajamos com ele, de barco, como tantos milhares de homens que partiram em vão,
lutando por uma guerra que não era deles, iludidos e pensando estar a fazer o
bem.
António torna-se numa pessoa fria
ao conhecer os horrores da guerra, e transmite isso mesmo através das suas
cartas à sua noiva Amélia, cada vez mais apoquentada por o seu homem estar
mudar. A ele valem-lhe os amigos que faz na tropa que depressa passam de
companheiros a irmãos, a Dulce uma preta com sangue quente no corpo, que conhece em África durante uma missão, e que o faz
esquecer a Amélia e conhecer um amor diferente e sensual, diferente do amor
inocente que sente por Amélia.
Contando os dias para poder
voltar a Portugal, a sua missão arrasta-se por mais de dois anos, e eis que a
pouco meses de voltar é apanhado numa emboscada de guerrilheiros e o fazem
prisioneiro em cativeiro durante 3 anos, sem noticias do António, este é dado
como morto, enterrado de caixão vazio, chorado, amado e relembrado pela
família, amigos e noiva, que após 3 anos de luto resolve refazer a sua vida
junto de Osvaldo, um amigo de António que a acompanhou enquanto o António
esteve na guerra. É chorado também por Dulce que quando António desapareceu
descobriu estar a aguardar um filho deste.
Mas eis que em 1975, como que
renascido das cinzas, António e outros companheiros conseguem fugir do
cativeiro e chegar até às tropas portuguesas que ainda permaneciam no pais,
dado como morto e desorientado da vida, António fica confuso e sem saber o que
fazer, abandona assim Dulce com o seu filho pequeno e regressa a Portugal, sem
saber o que o espera.
Chega a Portugal um homem doente
física e psicologicamente, completamente destroçado. Enraivecido por Amélia não
ter esperado por si e em dúvida se há-de trazer para junto dele mulher e filho
de Angola. Mas a vida dá muitas voltas e António vai a África buscar o seu
filho, enquanto Amélia luta em busca da felicidade ao lado de um homem que não
é o seu, mas mais umas voltas no cubo da vida e tudo termina bem. É lindo,
aconselho seriamente a sua leitura, a quem não se importa de deitar umas
lágrimas.
Obrigada Vanessa, é bom saber que o nosso "trabalho" poderá "influenciar" alguém. Honestamente agora que já li todos dele, excepto o último, os dois que colocei aqui a review mais os Retornado são os que realmente aconselho, o outro Por ti, resistirei, a história é tao breve, que nem conseguimos entrar bem dentro dela.
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