Autor: Pedro Garcia Rosado
Género: Policial
Título: "A cidade do medo"
Editora: ASA
Páginas: 291
Sinopse:
"Para a Polícia, a morte violenta de um sem-abrigo cuja identidade é quase impossível de determinar não é uma ocorrência a que se possa dedicar muito tempo. Mas a situação altera-se na manhã seguinte: aparecem mortos, da mesma maneira, mais dois sem-abrigo na Baixa de Lisboa. E, dois dias depois, são três os sem-abrigo atacados. O serial killer começa, porém, a deixar pistas - e estas apontam para um culto satânico, mas também para a maçonaria. Com o medo a instalar-se em Lisboa, onde o assassino vai multiplicando os seus actos de violência, e enquanto Joel Franco começa a descobrir as origens desta vaga de crimes, o presidente da Câmara de Lisboa e um seu discreto aliado na própria PJ percebem quem é o autor das mortes: o homem que quiseram transformar em bode expiatório quando começou a correr mal o comércio ilícito de terrenos na zona do projectado aeroporto da Ota. No qual pontificara o presidente da Câmara quando ainda era ministro do Ambiente… E em breve vão estar frente a frente dois homens que, à sua maneira, procuram justiça: o assassino propriamente dito e Joel Franco, que tenta vingar a morte de um amigo de infância em cada homicida que persegue. É bem provável que ambos desafiem a antiquíssima norma que regula a sociedade humana: «Não matarás.»"
Crítica/Opinião por: Cátia Correia/ Os Livros Nossos
Mas que agradável surpresa
descobrir este escritor português, ainda por cima a escrever o meu género
preferido: policiais.. gostei muito de o
descobrir, já tinha o livro há algum tempo na estante e agora nos últimos
tempos com o lançamento do seu 3º livro da triologia “Não matarás” – thrillers com
Portugal como cenário de fundo e personagens nacionais, é que me despertou a
curiosidade para lê-lo.
E foi com algum espanto que
descobri que A cidade do medo é já o seu 5º thriller desde 2004. E assim me
aventurei por cenários bem conhecidos da nossa capital como a Basílica da Estrela
ou o Parque Eduardo VII, constatando mais uma vez, que Lisboa é uma bela cidade
para serem cometidos crimes dando uns bons livros policiais para minhas
delícias.
O livro lê-se muito bem, a
linguagem é muito fluída e está bem dividido, temos alguns cenários distintos,
Lisboa, na actualidade onde os crimes estão a ser cometidos e outros locais
como Londres ou Brasil, para onde há 5 anos atrás uma personagem fugiu. Estes
curtos episódios passados vão ajudar-nos a perceber a história presente de
algumas personagens importantes. Depois temos a divisão por dias, ou seja oito
partes, cada uma delas correspondente a um dia de investigação, o que nos
orienta melhor na ação, porque o que acontece muitas vezes quando se lêem policiais
é que perdemos a noção do tempo dentro de uma investigação.
Quem acompanhámos nesta
investigação é o inspector Joel Franco, jovem, dinâmico e perspicaz, com um
grande fantasma do passado que ainda o persegue em pesadelos e na consciência,
mas um óptimo policial que não descansa enquanto não explora todas as opções e
é assim desde o início em que é encontrado o primeiro corpo de um sem-abrigo
junto à Basílica da Estrela.
Satinizador, é o nome pelo qual o
assassino se intitula, prometendo uma “limpeza” nas ruas de Lisboa, as mortes
sucedem-se e rapidamente a meio do livro conseguimos perceber quem é o causador
e os motivos que o levaram a tal.. o medo instala-se e o poder político começa
a manifestar-se tentando encontrar uma escapatória para si próprio.
Gostei bastante da abordagem feita sobre a “invisibilidade”
dos milhares de sem-abrigo no nosso país, assim como o egoísmo por parte do
poder politico e a especulação da comunicação social, achei um livro bastante
actual e bastante “real”, tudo o que lemos podia bem ter acontecido. E embora o
assassino seja identificado foi com muita vontade que quis chegar ao fim para
perceber os seus motivos.
Orgulhosamente, mais um escritor
nacional, para preservar na estante.. aguardo os outros 2 livrinhos seguintes
que já estão encomendados e prestes a chegar, para acompanhar as aventuras do
Joel Franco e espero sinceramente que num deles haja a resolução do seu fantasma passado.
Por acaso tenho alguma curiosidade em conhecer o trabalho deste autor.
ResponderEliminarFica para breve...
Vasco
http://vascoricardo.blog.com
ResponderEliminarVasco, aconselho vivamente, este é o 1º de uma trilogia, sendo os seguintes: Vermelho da cor de sangue e Triângulo.