domingo, 30 de setembro de 2012

[Ponto M.] "Na Noite", de Kathryn Smith

Na Noite (Ryland Brother, #4)


Sinopse:

Wynthrope Ryland é um experiente ladrão que usa o seu charme junto de mulheres bonitas e com posses para conseguir os seus bens valiosos. No entanto, essa vida de crime não é a que deseja para si e, quando jurou deixá-la, eis que tem de cometer um último crime para proteger a carreira e a família do seu irmão North. Moira Tyndale, uma imponente viscondessa, é o seu último alvo. Porém, quando o descobre já uma profunda ligação os une. Wyn percebe que não pode mais ignorar a sua paixão. Deve proteger os seus segredos e o seu passado, mas não pode protegê-la de si mesmo. Como pode ele escolher entre o desejo do seu coração e a segurança do seu irmão?


Opinião:

"Na Noite" de Kathryn Smith, é o quarto volume da série Ryland. Já tinha ouvido falar da autora mas conhecia apenas a série sobrenatural dela. Não percebo o porquê de terem começado a publicar esta série em português (se é que vão continuar a publicar) começando pelo 4º volume. Fenómeno inexplicável da editora Livros d'Hoje para juntar a um rol de tantos outros (como por exemplo a série salteada da Laura Lee Gurhke).

Este livro, apresenta-nos um dos membros da família Ryland, uma família conhecida por ser pouco aristocrata e pelos seus membros masculinos que têm uma única fraqueza: as mulheres.

Wynthrope Ryland é um homem misterioso que esconde um grande segredo que está prestes a ser revelado. Moira Tryndale é uma jovem insegura, que sempre foi desprezada pela mãe por não se inserir nos padrões de beleza desta. Sendo assim, a sua infância foi bastante complicada, e a sua auto-estima é mais baixa que as temperaturas do Pólo Norte. E nada vem ajudar ao facto de se ter casado, quase por obrigação com o gentil Anthony, que só queria que Moira saísse da pressão que vivia. O que muitos não sabem é que Anthony é homossexual, e este casamento é perfeito para esconder o seu romance com Nathaniel. O casamento é dado mas não consumado e quando Anthony adoece e acaba por morrer, Moira vê-se viúva e virgem.

Moira é relutante, embora viúva e por isso merecedora de uma certa tolerância da sociedade em relação a seus casos amorosos, o segredo da sua virgindade é algo que a envergonha e a assusta, pois se for descoberto, ela é obrigada a viver com a mãe, uma pessoa detestável que nunca contribuiu para a felicidade da filha.

Wynthrope Ryland é um dos solteiros mais cobiçados da sociedade e desde o primeiro encontro entre os dois que Ryland deseja apenas um beijo mas consegui-lo irá ser bem mais difícil do que pensava. A juntar à audácia e à resistência de Moira, Wynthrope também esconde um segredo (muito misteriosas eram estas pessoas do século XIX!), um segredo que já esteve mais longe de ser revelado.

Chantageado por William Daniels, Ryland vê-se entre a espada e a parede. Trair a sua família ou perder o grande amor da sua vida? Esta decisão vai preencher toda a trama do livro, dando um toque de mistério ao enredo, o que foi uma boa aposta por parte da autora, trouxe mais emoção à leitura.

O plano de Ryland seria perfeito, aproximar-se de Moira, conseguir o que queria e livrar-se dela como fez com tantas outras. O único problema que encontrou foi a sensualidade e delicadeza desta que faz com que Wyn se apaixone perdidamente.

Como podem ver não há muito mais detalhes a revelar, receando contar toda a história. O romance é fofo, leve, daqueles que deixam as meninas a suspirar por mais, uma história típica de contos de fada. Desde que Ryland leva a cabo o seu plano de seduzir Moira, não faltam provocações e apostas, como a das partidas de xadrez, onde quem perde tem o direito de servir o opositor da forma que este desejar. Estão a ver no que vai dar não é?

Mas dando algum crédito ao livro, diria que o que mais gostei foi a relação entre a Moira e Nathaniel, o amante do seu falecido marido. Ora aqui está algo diferente que nunca tinha lido, foi muito engraçado ver a amizade entre a Lady Aubourn e o gay e fiquei com o coração apertadinho com o desejo que Moira tinha: ver o seu amigo feliz e de novo apaixonado, mesmo que não pudesse expressar o seu amor publicamente, como tinha feito com Anthony.

Contudo e dentro do género, “Na Noite” não será das leituras mais prazerosas, a escrita é fluída mas as personagens pecam por serem estereotipadas, primeiro Moira é tímida, roliça, virgem (!!!) oprimida pelos comentários da mãe e da sociedade, Ryland é o comum libertino, amante de muitas mulheres e heart breaker de tantas outras. Ou seja, não há nem uma característica que realce os protagonistas, o que é uma pena.

Outro momento que me irritou e que me chateia mesmo são as inseguranças, o “vai e não vai” entre as personagens. Aqui, o que aconteceu foi que Ryland foi atacado pelo síndrome do amor pela primeira vez e como qualquer engatatão fica na dúvida se ama Moira ou não. E o mesmo acontece com ela pois claro, convencida que nenhum homem lhe quer, Aubourn também se sente insegura em à relação aos sentimentos de Wynthrope. Estas indecisões fizeram-me revirar os olhos diversas vezes.

Concluindo, “Na Noite” é um livro que vale a pena mas que claramente não acrescenta nada de novo a este género, é um livro agradável com um romance cor-de-rosa, uma escrita fluída e fácil de ler. O livro foi lido com um sorriso nos lábios e com um nó na garganta face a algumas partes do livro. É realmente uma pena que não tenhamos oportunidade de conhecer os restantes membros da família, de modo a perceber melhor esta união e os segredos da família Ryland, mas aqui fica a minha recomendação.

Até para a semana! 

sábado, 29 de setembro de 2012

[Entrevista Internacional] Kate Pearce [Quinta Essência]

 
 
   Kate Pearce nasceu em Inglaterra, numa grande família onde todas eram raparigas, e passou grande parte da sua infância feliz num mundo de sonhos. Sempre lhe disseram que tinha de «fazer o correto», portanto estudou História e formou-se com distinção pela University College of Wales. Depois do fim do curso entrou na vida real e trabalhou em finanças, carreira que não era a melhor opção para uma futura escritora.
Finalmente, mudou-se para os Estados Unidos, o que lhe permitiu realizar o seu sonho de escrever um romance. Para além de ser uma leitora voraz, Kate gosta de fazer caminhadas com a família pelos parques regionais da Califórnia.
Para mais informações, visite
www.katepearce.com [Fonte do texto introdutório: site da Quinta Essência]

  Kate Pearce, autora da Série [ Casa do Prazer], é já bem conhecida do público Português, sendo a sua obra editada pela Quinta Essência [Grupo LeYa]. Escreve romances eróticos históricos, e também se dedica à literatura paranormal e contemporânea [não sendo ainda conhecidas do público Português estas duas últimas facetas da obra desta escritora]. Em Português existem já publicados dois livros de Kate Pearce - "Escravos do Amor", e " Escravos da Paixão" - o segundo romance foi a novidade editorial de Setembro da Quinta Essência.
   Polémica, com uma escrita bastante ousada, para ser lida sem preconceitos, tivemos a oportunidade de dar a conhecer melhor a autora, extremamente simpática e descontraída, numa entrevista alargada que, acreditamos, irá melhor contextualizar a sua obra.
 
 
[ENTREVISTA INTERNACIONAL: KATE PEARCE]
 
Entrevista conduzida por: Isabel Alexandra Almeida /Os Livros Nossos:
 
1- Kate, sempre foi uma leitora ávida, que mais tarde se tornou escritora. Acha importante para um futuro escritor ler muito? O que de melhor aprende quando lê?
   [Kate Pearce]: Eu penso que aprendemos como um livro funciona, como usar a linguagem, o ritmo e a fluidez de uma história. Quanto mais lemos, melhor compreendemos como escrever. Quando comecei a escrever pela primeira vez, costumava copiar partes do texto que me faziam vibrar e analisava-as.
2- Diga-nos os seus autores preferidos.
[K.P.]: É uma pergunta difícil, porque eu leio muito! Terei de referir Dorothy Dunnett, Rosemary Sutcliff, Jane Austen, Georgette Heyer, Marian Keyes, Jody Picoult, Susan Howatch, Linda Howard e Mary Balogh.
3- Escreve romances eróticos e também fantasia histórica, como a Série dos Vampiros Tudor, ainda não disponível em Portugal. Quão difícil é para si fazer a pesquisa? Quanto tempo demora?
[K.P.]: O período da regência foi por mim estudado na escola, e estou com ele bastante familiarizada, por isso ocorre-me de forma bastante natural.(Tendo sido nascida e criada perto de Londres, e estar familiarizada com os locais acerca dos quais escrevo, também ajuda). Na Universidade também estudei a política da época Tudor, por isso tenho um bom entendimento de tal matéria também. Eu adoro fazer pesquisa, por isso, não considero um trabalho, apenas uma base para tornar mais credíveis as histórias que escrevo.
Também escrevo romances paranormais e contemporâneos. O mais difícil para mim de captar é a contemporaneidade Norte Americana. Mesmo após 15 anos aqui eu ainda entendo mal algumas coisas. J
4- Na sua opinião, a sua formação académica em História ajuda-a na pesquisa?
[K.P.]: Completamente. Eu sei como encontrar as coisas rapidamente e, para ser sincera, a internet tornou isso mil vezes mais fácil.
5- É Britânica, mas vive actualmente nos Estados Unidos, porque sentiu que seria mais difícil para si publicar no seu país natal?
[K.P.]: A Indústria dos romances nos Estados Unidos é enorme e é o género literário que mais vende. No Reino Unido, o romance é considerado como sendo essencialmente edição da Mills & Boon [Editora de romances populares no Reino Unido], e não é considerado como boa literatura, o que penso que é de lamentar. Quando me mudei para os Estados Unidos e vi os romances nas livrarias, descobri que tinha encontrado o que queria escrever.
6- Alguns dos leitores Portugueses da Série [Casa do Prazer] ficaram chocados com as descrições explícitas. O que a levou a escrever acerca de temas tão peculiares, como a violação e a homossexualidade?
[K.P.]: Não me parece que sejam apenas os meus leitores Portugueses a ficar chocados. J Acho que choquei todas as nações. [Risos] Não sei o que me fez escrever acerca destes temas. Valentim e Peter apareceram um dia na minha cabeça, e chegaram por inteiro, com toda a sua história e bagagem emocional. Apenas decidi que teria de ser corajosa [e em 2007, quando estes livros surgiram, foi coragem mesmo] e escrever a história deles, e tinha de ser escrita.
Eu sempre gostei de pisar as fronteiras daquilo que é considerado um “romance” e nunca gostei de rótulos, por isso, escrever acerca destes dois homens que poderiam amar-se, sem olhar ao género, pareceu-me natural.
Também acho que o sexo é um assunto tão fascinante, e não se trata apenas da parte física ou da orientação do sujeito, é também uma questão de poder.
7- Quando descreve um episódio de natureza sexual, apresente apenas um trabalho de imaginação, ou as descrições são baseadas na vida privada Britânica do Século XIX?
[K.P.]: Bem, acho que as pessoas têm sexo há milhares de anos, e se olharmos para culturas ancestrais como os Egípcios, os Maias ou os Celtas, podemos ver a arte e a literatura a representar todos os tipos de posições  e combinações sexuais interessantes [Risos].Conjugo um interesse em pesquisar acerca deste tipo de livros com a minha vívida imaginação. J
8- Gostaria de recomendar alguns livro´s que nos possam ajudar a compreender melhor o contexto histórico Britânico do Século XIX?
[K.P.] Em relação à componente erótica, podem consultar obras do Capitão Sir Richard Francis Burton, que foi um arrojado explorador Britânico, e também linguista, no início do Século XIX, que, nas suas viagens, trouxe os livros das Mil e Uma Noites e do Kama Sutra, para Inglaterra.
Para a Regência e o Principe Regente, não ficam mal com o livro de J. B. Priestly “ O Príncipe do Prazer” .
Também investiguei a Guerra Peninsular travada entre França e Inglaterra, por toda a Europa, incluindo Portugal. Os diários de Harry Smith, desse período, são muito interessantes. Ele casou com uma senhora Espanhola, enquanto esteve lá, e levou-a para Inglaterra com ele. J Se quiserem a versão romantizada desta história, experimentem o livro “A noiva Espanhola” de Georgette Heyer.
9- O que cria primeiro: enredo ou personagens? Costuma escrever esquemas ou deixa que a imaginação flua?
[K.P.]: São sempre as personagens que me surgem primeiro. Há uma longa fila de personagens na minha cabeça, pacientemente à espera de que escreva sobre elas. Não sou muito boa a elaborar enredos. Tendo a sentar-me e a escrever, parando por vezes para pesquisar, enquanto trabalho. Às vezes, quando concebo um livro, não tem nada a ver com a ideia original que propus ao meu editor.
10- Gosta de se manter em contacto com os seus leitores e fãs, o que é que eles mais gostam nos seus romances?
[K.P.]: Isso depende do leitor. J A maioria gosta de cenas de sexo, mas também se apaixonam pelas personagens, o que é muito especial para mim.
11- Entre a Série Casa do Prazer e as Crónicas dos Vampiros Tudor, quais são os seus preferidos?
[K.P.]: Isso é como pedir-me que escolha um filho preferido. J Penso que a Casa do Prazer vai sempre ser a minha série preferida, porque significou muito para mim ser capaz de escrever algo tão inovador e subversivo.
12- O que recomendaria a alguém que  queira tornar-se escritor?
[K.P.]: Ler muito do seu género literário preferido e escrever muito. Aprenderá muito se continuar a escrever. Quando nos sentimos suficientemente confiantes para partilhar o nosso trabalho, encontrar outros escritores que partilhem o nosso amor por aquilo que escrevemos e aprender com eles  através das críticas e da partilha do nosso trabalho.
13- Gostaria de deixar uma mensagem para os seus leitores e fãs Portugueses?
[K.P.]: Apenas dizer que fiquei encantada por saber que tenho leitores em Portugal, que gostam destes livros, e espero que continuem a gostar deles. Obrigado.
 
 
[INTERNATIONAL INTERVIEW WITH KATE PEARCE]
 
By: Isabel Alexandra Almeida /Our Books blog
 
English Version
1)    Kate, you have always been an avid reader, who became an author later. Do you find important for a future writer to read a lot? What are the best things you learn when reading?
[Kate Pearce]: I think you learn how a book ‘works’, how to use language and the flow and pace of a story. The more you read, the more you understand how to write. When I first started writing I used to copy out pieces of text that resonated with me and analyse them.
2)    Name your favourite authors.
[K.P.]:That’s a tough question because I read a lot! I’d have to say, Dorothy Dunnett, Rosemary Sutcliff, Jane Austen, Georgette Heyer, Marian Keyes, Jodi Picoult, Susan Howatch, Linda Howard and Mary Balogh.
 
3)    You write erotic novels and also historical fantasy such as the Tudor Vampires Series, not yet available in Portugal. How hard it is for you to make the research? How long does it take?
[K.P.]: The Regency period is a period I studied in school, and one that I am quite familiar with, so it comes quite naturally to me. (Being born and brought up near London and being familiar with the places I write about also helps). I also studied Tudor politics at university, so I have a good basic understanding of that, too. I love doing research so I don’t consider it as work, just as background to make the stories I write more believable.
I also write paranormal and contemporary novels. The hardest thing for me to get right is contemporary American. Even after fifteen years here I still get things wrong, J
4)    In your opinion, does your History Degree help you with the research?
[K.P.]: Absolutely. I know how to find things quickly and, to be honest, the internet has made that a thousand times easier!
 
5)    You are British, but you are currently living in the U.S.A.. Why do you feel that it would be harder for you to publish in your home country?
[K.P.]:The romance industry in the USA is huge and is the biggest selling genre of them all. In the UK, romance is considered to be mainly Mills & Boon and is not considered to be good literature, which I think is a shame. When I moved over to the U.S. and discovered the romances in the bookstores, I knew I had found what I wanted to write. J
6)    Some of your Portuguese readers of The House of Pleasure Series were shocked by the explicit descriptions. What drove you to write about such peculiar themes such as rape and homosexuality?
[K.P.]:I don’t think it’s just my Portuguese readers who were shocked. J I think I’ve shocked every nation. LOL I don’t know what made me write about these subjects. Valentin and Peter just turned up in my head one day, and they came complete with all their backstory and emotional baggage. I just decided I had to be brave (and back in 2007 when these books came out, it was brave) and write their story as it was meant to be written.
I’ve always liked pushing the boundaries of what is considered a ‘romance’ and I’ve never liked labels, so writing about these men who could love each other regardless of their gender, just seemed natural to me.
I also think that sex is such a fascinating subject and it isn’t just about the physical or the person’s orientation; it’s also about power.
7)    When you describe an episode of sexual nature, do you present just a work of imagination, or are the descriptions based on the 19th century British private Life?
 
[K.P.]:Well, I think people have been having sex for thousands of years, and if you look at ancient cultures such as the Egyptians, or the Mayans or the Celts, you can see art and literature representing all kinds of interesting sexual positions and combinations, LOL. I combine an interest in research into these kind of books and my very vivid imagination. J
8)    Would you like to recommend some books that could help us understand better the British historical context in the 19th century?
[K.P.]:For the erotic side of things look up Captain Sir Richard Francis Burton who was a dashing British explorer and linguist in the early nineteenth century who on his travels brought both the Tales of the Arabian Nights and the Karma Sutra back to England.
For the Regency and the Prince Regent, you can’t go wrong with the standard J.B. Priestly’s book ‘The Prince of Pleasure’.
I’ve also researched the Peninsula War fought between France and England all over Europe, including in Portugal. The journals of Harry Smith from that time period are very interesting. He married a Spanish lady while he was there and brought her back to England with him. J If you want the romance version of that, try Georgette Heyer’s ‘The Spanish Bride.’
9)    What do you create in the first place: plot or characters? Do you usually write outlines or do you allow the imagination just to flow?
[K.P.]:It’s always the characters that come first for me. There’s a long line of them queued up in my head, patiently waiting their turn to be written about. I’m not a great plotter either. I tend to just sit down and write, stopping to research something as I go. Sometimes, when I turn a book in it is nothing like the original idea I proposed to my editor.
 
10) You like to keep in touch with your readers and fans, what do they usually like most about your novels?
 
[K.P.]:It depends on the reader. J Most of them like the sex scenes, but they also fall in love with the characters, which is very special for me.
11) Between the House of Pleasures and The Tudor Vampire Chronicles which one is your favourite?
[K.P.]:That’s like asking me to choose a favourite child! J I think the House of Pleasure is always going to be my favourite series because it meant so much to me to be able to write something so ground-breaking and subversive.
12) What would you recommend to someone who wants to become a writer?
[K.P.]:Read a lot in your favourite genre and write a lot. You’ll learn so much if you just keep writing. When you feel confident enough to share your work, find other writers who share your love of what you write and learn from them by critiquing and sharing your work.
 
13) Would you like to leave a message to your Portuguese readers and fans?
 
[K.P.]:Just to say that I’ve been so delighted to hear that there are readers in Portugal enjoying these books, and that I hope you continue to enjoy them. Thank you.
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REVIEWS:
 
 
 
 
Agradecimentos:
 
Este trabalho contou com o apoio da editora Quinta Essência, que disponibilizou para leitura e review o mais recente livro da autora. Agradecemos ainda a disponibilidade e simpatia de kate Pearce, e aqui fica um público agradecimento a Ana Ferreira, autora do blog Illusionary Pleasure, que reviu e aperfeiçoou as questões por mim originalmente formuladas em Língua Inglesa.
 
 
 

[secção Infantil] “A Gatinha, a Princesa e a Bebé” , de Paula Gonçalves [ Edições Vieira da Silva]


Autor: Paula Gonçalves
Coleção: Infanto-juvenil
ISBN: 978-989-8545-83-1
Depósito Legal: 344611/12
P.V.P: € 5.00
Editora: Edições Vieira da Silva
Número de páginas: 16

Sinopse:
No mundo da fantasia, uma gatinha, simpática e sensível vive uma aventura incrível que a leva a realizar o seu mais profundo desejo.
Ao ajudar uma bebé, a Branquinha vai viver num castelo com uma princesa de coração de oiro.
Análise Realizada por Liliana Novais.

   Paula Gonçalves conta-nos uma fábula à moda antiga. Neste livro conhecemos a Branquinha uma gatinha que tem um sonho, viver no palácio com a princesa. Mas isso nunca havia passado de um sonho que ela achava inalcançável, tudo mudará quanto ela encontra uma bebé abandonada, a Ana.
   É um livro curto ideal para ler aos nossos filhos antes de deitar, e viajar com eles num mundo de fantasia. As ilustrações deste livro são simples, sem grandes artifícios nem aplicações de computador. O que aproxima mais as crianças desse mundo, como se este houvesse sido criado por eles.
   Um livro que se recomenda para ler encostadinho na almofada e os lençóis entalados.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

[Opinião] Análise literária do livro “Protegida” de Catarina Broco.



Ficha técnica:
Editora: Edições Vieira da Silva
Autor:  Catarina Broco
Coleção:  Ficção
ISBN:  978-989-8545-75-6
Depósito Legal:  344010/12
P.V.P:  € 8.50
Número de páginas: 68

Sinopse:

Estranhos e coincidentes acontecimentos ocorrem na vida de Aleera Luce, uma adolescente italiana, cujo nascimento ficou marcado na cidade de L’Aquila.
Ziel, um rapaz atraente e misterioso, entra inesperadamente na sua vida e altera-a por completo.
Uma história de um amor proibido por vários segredos.
Uma história apaixonante e cativante.
Uma história sobre um mundo que não está longe de ser o nosso.
Uma história que não vai querer deixar de ler.

Análise realizada por Liliana Novais.

“Protegida” de Catarina Broco é o seu romance de estreia Pode classificar-se também conto devido à sua curta extensão, podendo ser tomado como um ponto negativo. A sua brevidade não é sinónimo de falta de qualidade, muito pelo contrário. Este consegue agarrar o leitor, o qual fica com vontade de saber mais acerca das personagens.
O livro começa com um evento catastrófico que leva ao nascimento da personagem principal. Toda a ação ocorre em Itália, podendo estar melhor descrita ao longo do livro. Quando lemos, sabemos que são italianos devido às expressões que usam, como por exemplo “Scusa”, falhando um pouco na descrição.
Aleera é uma jovem que fica fascinada por um estranho que a auxilia nos momentos de maior aflição do livro, o seu nome é Ziel. Órfã, ela vive na sombra de uma mãe que não conheceu e idolatra. Com o avançar da história ela acaba por conhecer melhor o seu passado. E acaba por descobrir o grande segredo de Ziel.
Uma história de amor que cresce nos encontros e desencontros destas duas personagens principais. Ciúmes e desilusões são algo que previsto no desenvolver da história, como muitos outros livros do mesmo estilo. Apesar disso, a autora conseguiu que o leitor se sinta interessado em acabar de ler a história. O enredo evolui a uma velocidade vertiginosa, podendo ter sido em algumas partes mais explorado e desenvolvido. O final deixa a vontade de querer saber mais.
No geral o livro é interessante e de leitura rápida. Apesar do tema já ter sido bastante explorado não é um cliché. 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

[Gostámos] "Academia de Vampiros", de Richelle Mead



Autora: Richelle Mead
Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 264
Editor: Edições Contraponto

Sinopse:
Lissa Dragomir é uma princesa Moroi - um vampiro mortal com um laço inquebrável com a magia da Terra - e deve por isso ser protegida dos Strigoi, os vampiros mais ferozes e mais perigosos - os que nunca morrem. Rose Hathaway, a melhor amiga de Lissa, é uma Dhampir - nas suas veias corre uma poderosa mistura de sangue de ser humano e de vampiro. Rose tem como missão proteger Lissa dos Strigoi, que tentam por todos os meios tornar Lissa uma deles.

Após dois anos de uma liberdade proibida, Rose e Lissa são apanhadas e arrastadas de volta à Academia São Vladimir, escondida nas profundezas da floresta de Montana. Aí, Rose deverá continuar a sua educação de Dhampir, enquanto Lissa será educada para se tornar a rainha da elite Moroi. E ambas voltam a quebrar corações na Academia. No entanto, é dentro dos portões de ferro de São Vladimir que a segurança de Lissa e Rose está mais ameaçada. Os horríveis e sanguinários rituais dos Moroi, a sua natureza oculta e o seu fascínio pela noite criam um enigmático mundo repleto de complexidades sociais. Rose e Lissa vêem-se forçadas a deslizar por este perigoso mundo, resistindo à tentação de romances proibidos e nunca baixando a guarda, ou os Strigoi farão de Lissa um deles para a eternidade...


Opinião:
Variedade é a palavra de ordem neste primeiro livro da saga Academia de Vampiros. Por um lado temos vampiros Moroi, nascem vampiros, aguentam a luz do dia, têm o poder dos elementos, alimentam-se de humanos sem precisarem de os matar. Do outro temos vampiros Strigoi que são Moroi ou humanos transformados, não suportam a luz do dia, são desprovidos de poderes e são transformados quando matam pessoas quando se estão a alimentar, são mais fortes que os Moroi que perseguem devido ao poder que o seu sangue lhes dá e têm uma natureza selvagem. Por fim temos os Dhampir que nascem da união de Dhampir com Moroi ou humanos com dhampir, têm a força dos vampiros, a resistência dos humanos e a sua vida é dedicada à protecção dos Moroi.
Rose é Dhampir e a sua intenção é proteger com a própria vida a sua amiga e princesa Moroi Lissa nem que para isso tenha que a levar fugida do colégio que ambas frequentam e é isso mesmo que faz, até serem apanhadas e levadas de volta. Agora tem que recuperar os 2 anos que perdeu da sua formação como guardiã e para isso terá além das aulas normais treino extra com Dimitri, o guardião que a apanhou, antes e depois das aulas, ficando de castigo no quarto durante o restante tempo.
Ao longo do livro vamos conhecendo as personagens, as suas intenções, motivações e acções. Rose sempre foi estouvada e Lissa calma contudo têm uma ligação muito forte onde a primeira sente as emoções mais forte da amiga, chegando a ver a acção dos olhos desta como se estivesse a possuir o seu corpo. Acabando esta ligação por ser fundamental em toda a trama. Rose descobre muito acerca de Lissa desta maneira apesar de achar que está a invadir a sua privacidade. Gostei imenso de Christian e da sua "não amizade" com Rose, finalmente um livro onde nem tudo é cor de rosa. Achei-o interessante, uma personalidade forte sem se deixar afectar pelo que dizem ou pensam de si ou da sua familia. Dimitri é também bastante carismático, não sei se choca alguém a diferença de idade entre ele e a sua educanda mas a mim não me choca nada, nem sequer o facto dela ser menor faz diferença. Gosto imenso da tensão que existe entre eles e o impossível aqui tem uma dimensão diferente. É que o amor deles é impossível por serem iguais e não por serem diferentes o que dá uma dinâmica diferente ao livro. Rose não é uma menina calma, pura e doce, pelo contrário a sua beleza dá-lhe força para se impor e a sua personalidade é expansiva não é pessoa de ficar de braços cruzados à espera da acção, pelo contrário, procura estar sempre no centro dos acontecimentos não deixando o protagonismo por mãos alheias. Lissa é o oposto, é a típica menina doce e calma com um coração de ouro, mas o elemento que lhe dá poder transforma-a revelando uma pessoa completamente diferente. Gostei imenso das mudanças que vamos vendo nela ao longo do livro apesar de algumas não lhe serem benéficas.
Gostei imenso de o ler, foi pura e simplesmente devorado, arranjei-o para trocar por outro e acabei por não conseguir me desfazer dele e penso relê-lo mais tarde. Adorei a construção das personagens, as diferenças de estatuto e a sua evolução. É uma saga que vou apostar pois considero-a bastante interessante principalmente pela diversidade das personagens!

Esta e outras opiniões no blogue Crónicas de uma Leitora

terça-feira, 25 de setembro de 2012

[Opinião] - "A Flor do Desejo", de Cherie Feather [Quinta Essência]



Sinopse 

Mandy Cooper, directora do Museu de Arte Feminina da Cidade de Santa Fé, há muito que admira a pintora Catherine Burke e segue com interesse a história da intensa relação amorosa que a artista do século XIX manteve com Atacar, um belo americano nativo. Contudo, a ligação de Mandy ao casal vai estreitar-se ainda mais. Mandy envolve-se com Jared Cabrillo, o perigosamente atraente sobrinho-bisneto de Atacar, naquela que será uma relação escaldante e avassaladora.
Jared, por sua vez, esconde um segredo que vai mudar a vida de todos. Na posse do diário íntimo de Catherine, que muitos pensavam estar perdido para sempre, conhece todos os desejos e fantasias da artista. E decide recriar na sua relação com Mandy a paixão escaldante que uniu Atacar e Catherine. Ele sabe exactamente como conquistar uma mulher, incluindo o recurso à simbólica e sensual linguagem das flores… Mas Jared sabe também o quão intensamente Catherine amava Atacar e o quão perigosamente ele a amava. Será amor o que o une a Mandy?
O diário de Catherine é intemporal, simultaneamente romântico, sensual e trágico. Mais de cem anos depois, os segredos contidos nas suas páginas tanto podem unir Mandy e Jared para sempre como destruí-los a ambos - atrever-se-ão eles a amar depois de tudo por que passarem?
A Flor do Desejo é uma história envolvente sobre dois romances separados pelo tempo, mas unidos e marcados pela mesma paixão arrebatadora.

Opinião

Já li este romance na semana passada, é o primeiro do género que leio. A sua compra deveu-se ao preço lowcost a que o encontrei, na curiosidade em enveredar por este tipo de romances e, claro, a sinopse e a capa, que revelam muito, cada uma à sua maneira. E também por já ter lido opiniões divergentes que me deixaram curiosa.

Estava reticente sobre o que ia encontrar dentro das páginas, mas fiquei agradada com o resultado. A contracapa não mente, é descritivo de cariz sexual, mas também apresenta uma história forte por trás. Aliás, duas. A autora vai contando duas histórias de amor em paralelo. 

Adorei os dois romances, sinceramente não sei se conseguiria escolher. Como vêem pela sinopse, o primeiro data do século XIX e coloca os problemas da época, entre Catherine e Atacar (já disse que adoro o nome?). O segundo passa-se nos dias de hoje e visa em encontrar um meio-termo entre o equilíbrio físico e emocional, entre Mandy e Jared. De salientar que Jared é o sobrinho-neto de Atacar e que tem um segredo de família muito bem guardado e que Mandy anda à procura do diário de Catherine. Sherie foi bem-sucedida, em ambos os romances, mostrou duas épocas e quatro pessoas muito diferentes, interligadas por um objectivo supremo. 

As cenas escaldantes são muito descritivas, às vezes com pormenores que eram dispensáveis, pois subentendem-se claramente, mas fora isso, é um romance agradável.

A escrita da autora é simples, fluída e cativante. Surpreendentemente, a parte que mais gostei não foi a parte que li em outras opiniões, mas foi o facto de as personagens se irem descobrindo a eles mesmos e cederem aos poucos ao amor. 

Gostei do final. Uma das histórias não acaba assim tão bem, admito que chorei (como Madalena que sou), mas também admito que não podia ser de outra maneira. E se fosse não teria tido tanto impacto e a história não alcançava o objectivo a que se propunha. 

É claramente um romance feminino (ainda não se tinha notado, pelas lágrimas que afirmei verter, pois não?), com muita sensualidade e comoção. 

Ivonne

domingo, 23 de setembro de 2012

[Ponto M.] "Escravos da Paixão", de Kate Pearce [Quinta Essência]

Escravos da Paixão  (Casa do Prazer #2)


Sinopse:

Uma proposta ousada... Forçada a casar muito nova, Abigail Beecham está farta do seu casamento sem sexo. Anseia por sucumbir aos prazeres deliciosos do puro desejo carnal sobre o qual apenas leu. Se o marido não é capaz de satisfazer as suas carências, ela está disposta a encontrar um homem que o seja... Um passado diferente... Peter Howard está habituado a pedidos sexuais fora do comum. Os seus dez anos como escravo num bordel turco tornaram-no um especialista nas delícias sensuais. Mas há pouco que realmente o excite... até conhecer Abigail. Agora vive para a provocar e atormentar até ela gritar de prazer. Talvez quando sentir finalmente aquela deliciosa sensação de felicidade por que tanto anseia...

Opinião:

"Escravos da Paixão" é o segundo volume da série "Casa do Prazer" editada pela Quinta Essência. Depois de no ano passado ter lido o primeiro volume "Escravos do Amor" confesso que vontade de ler este novo livro não era muita, pois não gostei muito do primeiro livro e certamente posso dizer que não adorei este.

Estes livros são romances eróticos no sentido mais puro da palavra. São livros recheados de práticas sexuais desde a primeira página até à última e que para o leitor que não se sente muito confortável com estes temas, pode tornar a leitura constrangedora. Tal como no primeiro volume, aqui há um pouco de tudo e para todos os gostos, desde sexo a três, sexo anal, brinquedos eróticos, sexo homossexual entre outros. Posso afirmar que não me choco com facilidade mas confesso que esta leitura foi esgotante, é que ler 341 páginas de pornografia é muito cansativo. Gosto pouco de livros em que seja só sexo e pouco conteúdo e apesar de este livro até ter história, ou pelo menos uma premissa tem (um bordel de escravos) a autora conseguiu anular o plot em prol das satisfações sexuais das personagens.

Falando em personagens vale a pena falar um pouco do trio que compõe o livro: Peter, que já nos tinha sido apresentado anteriormente, vê-se sozinho e isolado dos amigos Valentin que no primeiro livro, encontra o grande amor da sua vida e que soube compreender o seu passado negro. Desde que o melhor amigo de Peter se casa, este começa a pensar no seu próprio futuro, querendo alguém que compreenda tudo o que passou.

Depois das suas experiências como escravo, jurara nunca mais ser usado sexualmente, mas um encontro com James irá mudar tudo isso. James é homossexual mas vive um casamento de fachada com a doce Abby, considerada fria e inexperiente na cama. Esta, embora nunca tenha contacto íntimo com James, Abby anseia por um filho mas a proposta do seu marido, à primeira vista não lhe parece a mais correcta: receber um estranho na cama voluntariamente para que este os ajudasse no seu relacionamento sexual.
Esta proposta ousada irá revelar uma nova Abby nunca antes vista, sensual, sedutora e pronta para qualquer desejo dos de James e Peter, acabando por abandonar as convenções sociais que lhe foram impostas, começando pela prática de adultério.

Eu gostei das personagens mas não posso dizer que me identifique com estas o que é uma pena, pois se a autora se tivesse centrado um pouco mais na história de cada uma, o livro teria sido melhor, pois as personagens é que dão alma ao livro, mas quando nem estas criam qualquer impacto com o leitor, a leitura acaba por não ter o efeito pretendido.

Foi com alguma pena que vi o desentendimento entre Valentin e Peter ser pouco explorado, a autora podia ter desenvolvido melhor o afastamento entre os dois melhores amigos.

Como referi acima, o meu problema não é o livro ser só sexo, isso já eu sabia que seria assim, pois o primeiro livro segue este mesmo caminho, mas pensei que nesta sequência a autora pudesse incorporar mais história de modo a que o livro tivesse mais valor. Apesar de acção passar-se nas décadas de oitocentos, não há qualquer outra referência que este livro seja histórico.

O sexo é explorado em várias vertentes, recheando as páginas de relações sexuais cruas, onde o pecado carnal e os fetiches das personagens falam mais alto, abafando os sentimentos de amor e carinho que devem sempre estar lado a lado com o sexo. Há um apelo aos jogos de sedução e aos desejos mais profundos e psicológicos do ser humano. Não há qualquer tabu quanto ao que é praticado.

Concluindo, "Escravos da Paixão" é um romance digno de bolinha vermelha na capa e que deve ser lido de mente aberta e sem preconceitos. Segue a mesa estrutura do primeiro livro e como tal só aconselho a pessoas que estejam à vontade com os temas abordados referidos mais acima. A série “Casa do Prazer” já conta 8 livros publicados no estrangeiro e é ideal para apimentar outras leituras mais monótonas

Até para a semana, 

Lady M.

1º volume da série
Escravos do Amor (Casa do Prazer, #1)

sábado, 22 de setembro de 2012

[Secção Criminal] "A voz", de Arnaldur Indridason





Autor: Arnaldur Indridason

Género: Policial

Título: "A voz"

Editora: Porto Edirora

Páginas: 304


Sinopse:

"Gudlaugur, o velho porteiro de um dos mais famosos hotéis de Reiquiavique, é encontrado seminu e apunhalado no seu miserável quarto na cave do hotel. Mas Gudlaugur é muito mais do que um simples porteiro que também se disfarça de Pai Natal para as festas das crianças - ele é um completo mistério. Ao fim de vinte anos a trabalhar no hotel, ninguém parece conhecê-lo verdadeiramente. À medida que a investigação prossegue, uma teia de más intenções, avidez e corrupção começa a emergir. Toda a gente - entre funcionários e hóspedes - tem algo a esconder. Mas o segredo mais chocante reside no passado da vítima, no qual o inspector Erlendur tem de mergulhar para encontrar o assassino."
 
Crítica/Opinião por: Cátia Correia/ Os Livros Nossos

Foi a minha estreia deste escritor escandinavo, vencedor de diversos prémios, embora ele já tenha outro título já traduzido em português.
Tem uma sinopse inquietante e é assim mesmo que o livro se revela, bastante perturbante.. um homem é encontrado morto numa cave escura e fria de um dos maiores hotéis da cidade de Reiquiavive na Islândia uns dias antes do Natal, o estado em que o encontram é deplorável e brutal, presumindo-se assim que foi um crime intenso e bastante violento, talvez sexual.
Este homem é nada mais nada menos que Gudlargur Egilsson (nomes nórdicos complicados que teimo em não conseguir fixar, levando-me sempre a andar às aranhas com quem é quem, acho-os todos parecidos), o velho porteiro que há vinte anos trabalha neste hotel, sendo já trabalhador imprescindível pois fazia todo tipo de serviços, inclusive interpretava o papel de Pai Natal nas festas natalícias, pronto até aqui tudo bem, digamos “normal”. Mas quando se começa a investigar o crime, eis que os investigadores principais: Erlendur, Sigurdur Óli e Elínborg (esta última mulher) se deparam com um imenso muro de silêncio e desconhecimento da parte tanto de funcionários do hotel como da família.
Como é possível que ninguém conhecesse bem este homem ou os seus hábitos? Ninguém quer falar e todos parecem tê-lo evitado em vida, tornando bastante complexa a investigação. Ninguém parece conhecê-lo verdadeiramente, para poder indicar o seu modo de vida ou pessoas com quem se relacionasse.
Há medida que os dias da investigação vão avançando é-nos contado em paralelo uma história de violência sobre uma criança, levando-nos a questionar se ambas as histórias poderão ou não estar relacionadas. A juntar a isto temos claro uma luz, embora que fraca sobre os problemas conturbados da vida do principal investigador: Erlendur.
A confusão e a falta de informações da polícia vão-se mantendo ao longo do livro, com várias tramas em paralelo proporcionadas pelas personagens que Erlendur vai conhecendo ao longo do caso, as pontas soltas são mais que muitas, e só mesmo no final é que tudo é rematado rapidamente, embora quando isto aconteça, parece ficar sempre algo por explicar. Ainda assim, gostei bastante de o ler e é um livro, aconselho!!
Em relação à composição do livro, este lê-se bastante bem, rapidamente, a história é dividida em dias, e dentro de cada temos ainda capítulos, mas curtos e que se leêm num ápice. O livro começa logo com a chegada da polícia ao local, daí esta a estruturação da minha opinião, começa logo pela cena central e depois vamos regredindo aos poucos e entre episódios mais passados, nomeadamente da vida da personagem assassinada.