Sinopse:
"Uma reconstituição delicada, serena e escrupulosa." (The Guardian) "Estou com medo. Com medo de poder cair e não conseguir parar. Com medo de nunca vir a fazer amor com uma rapariga. Com medo de ser cobarde. Com medo de estarmos encurralados. Com medo de podermos ser apanhados. Com medo de que seja o meu fantasma que ali está parado, à minha espera ao fundo das escadas. Que seja só isto - tudo o que resta da minha vida." Peter van Pels e a família estão escondidos com os Franks, e Peter vê tudo com um olhar diferente. Como será ser-se obrigado a viver com Anne Frank? Odiá-la e depois dar por si apaixonado por ela? Saber que é tema do seu diário dia após dia? Como será ficar sentado à espera, olhar por uma janela enquanto outros morrem e desejar estar a combater? O diário de Anne termina a 4 de Agosto de 1944, mas, nesta história imaginada, a experiência de Peter continua para além da traição e chega aos campos de extermínio nazis. "Está aí alguém?", pergunta ele. "Está alguém a ouvir?" Nós devíamos estar.
Opinião:
Se há temática que gosto muito de ler é o holocausto. "O diário de Anne Frank" é um dos meus livros favoritos e mudou a minha vida para sempre, "O Longo Inverno" de Ruta Sepetys e "O Rapaz do Pijama às Riscas" de John Boyne, idem aspas aspas e mal vi a sinopse de "No Anexo" de Sharon Dogar, sabia que iria enventualmente querer ler este livro e que iria gostar. Como raramente os meus gostos me enganam, posso dizer que adorei ler este livro.
Este livro não é totalmente real, sendo ficcional alguns detalhes, mas nem o facto de ser "inventado" tira mérito ao livro. Practicamente todos conhecem a história de Anne Frank e dos Franks. Mas e a outra família que vivia escondida num armazém em Amersterdão? É sobre o Pels que a autora Sharon Dogar se debruça neste maravilhoso livro, contando-nos a história desta família, que viveu em cativeiro dois anos, escondida dos nazis. Um testemunho relatado por Peter, um adolescente judeu.
A par dos relatos do sofrimento que as duas famílias viviam naquela altura, o ponto alto do livro é o suposto romance que Anne e Peter viveram durante os anos de convívio. De um mútuo desprezo no início do livro, passamos para uma amizade claustofóbrica e a um amor furtivo entre estes jovens. E eu adorei este romance proibido, escondido dos olhos de todos, um romance tão único entre duas personagens extraordinárias que só queriam ser livres. Não se sabe e provavelmente nunca iremos saber se este romance realmente aconteceu, mas havendo outros livros dedicados ao namoro dos jovens, aponto para que a relação entre Anne e Peter tenha mesmo acontecido.
Só posso aconselhar a leitura deste livro fascinante, não se irão arrepender!
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