Foi
pelas administradoras de Tertúlias à Lareira e d’Os Livros Nossos que tomei
conhecimento deste autor. Gostei da capa estonteante, da sinopse misteriosa, do
título da obra e gostei mais ainda da jovialidade e descontracção do jovem escritor.
Estes foram factores predominantes para comprar o livro e tê-lo na minha
colecção. Para além de que o género (Fantástico) é a minha praia
definitivamente e sendo de um Autor português, tinha mesmo de ler este livro.
Não
sabia bem o que esperar do desenvolvimento da história, mas adorei a ideia de
que há um oposto para tudo. Deus, criador da Terra, um planeta comum e, a Deusa,
criadora de Orbias, um mundo mágico. Dei por mim a pensar muitas vezes “Como é
que ele pensou nisto? Fascinante!”. O enredo foi bem construído e envolvido em
muito suspense, mistério e acção.
Confesso
que ao princípio, apesar de muito activo, me foi difícil entrar na história,
nem sei dizer bem porquê e isso fez-me ficar um bocadinho de pé atrás. A obra
começa com versões alternadas de duas personagens (femininas!) principais, na
primeira pessoa e, talvez por isso me tenha sido difícil acompanhar. Talvez
porque os narradores dos últimos livros que li antes deste tenham sido
personagens principais (sensivelmente uns cinco!). Ressalvo que o escritor não
teve culpa desse aspecto, fui eu e ignorei a falta de concentração que sentia.
Ainda bem que o fiz. Li a última metade do livro em menos de um dia.
As seis
Guerreiras, todas diferentes, mostram a sensualidade que a sinopse promete.
Todavia, dava por mim a pensar se o tinha feito de forma “correcta”. Não sei se
o escritor não estereotipou um pouco o pensamento e a sensualidade feminina
(como pensamentos fúteis durante as batalhas). Contudo, é de louvar por ter
escrito na perspectiva feminina (e logo de duas! Todos sabemos como é difícil
entrar na cabeça das mulheres!).
Outro
pormenor de que gostei foi o tempo da acção. Diria que podia passar-se nos dias
de hoje e por isso as influências da sociedade moderna ajudaram a criar uma
história bastante divertida e muito terra-a-terra.
Infelizmente e, vou ter de dizer, não muito gostei
das óbvias influências dos desenhos japoneses. Apesar de ter gostado de os ver
em criança, penso que retirou alguma maturidade à obra e foi nessas alturas que
perdi muita da minha concentração. Em relação às Guerreiras, dava por mim a
fazer uma comparação quase imediata com as Navegantes da Lua, uma outra
influência de desenhos japoneses. Posso dizer que tornou a trama engraçada, mas
penso que o escritor podia ter tido um pouco mais de originalidade… Claro que
isso adveio das influências que teve e depende dos gostos de cada escritor e de
cada leitor. Não se pode recriminar isso. Eu, simplesmente, não me identifiquei
muito com este aspecto.
Gostei
das descrições detalhadas e dos pormenores criativos (como o fruto principal de
Orbias). Notou-se também, ao longo do livro, um crescimento maturacional na
escrita do autor. Já o final foi interessante e misterioso e como ainda não
tive oportunidade de comprar o segundo, já fui às livrarias tentar passar os
olhos pelas primeiras páginas.
Para
Fantástico, está… bem, fantástico. Quando comecei esta opinião, estava
reticente sobre o que ia escrever. E, principalmente, como o ia escrever.
Estava com medo de criticar muito negativamente os aspectos que não gostei,
pois é isso que faço muitas vezes, sem pensar. Mas, no geral, e olhando agora
em retrospectiva, acabei por gostar do livro. Fábio, desejo-te muita sorte no
futuro e que continues a escrever mais e melhor.
“Os Livros Nossos” gostaram!
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