quinta-feira, 19 de julho de 2012

[Gostámos] "Incarceron" de Catherine Fisher





Novamente, falamos sobre um livro que conjuga um cenário futurista com um cenário distópico.

A história conta a perspectiva dos dois personagens principais. O primeiro é Finn, um prisioneiro da prisão Incarceron e que não tem memórias anteriores aos seus quinze anos e, o segundo, Claúdia, a filha do Governador da Prisão. Ambos obtêm uma chave de cristal, conseguindo comunicar através dela e trabalhando para conseguirem retirar Finn e os amigos do interior da Prisão. 

Gostei da originalidade da escritora, em relação à Prisão e dos seres/locais que por lá se encontravam (seres e florestas de metal, por exemplo). 

A personagem principal feminina ficou bem desenvolvida, muito forte e, para além de intrigante, um pouco destemida também. Já Finn desiludiu-me um pouco. Pareceu-me um tanto ingénuo e demasiado crente nos amigos. Contudo, as personagens secundárias são fortes e interessantes. Gostei mais dos diálogos deles do que dos principais, apesar de que os diálogos finais entre Cláudia e Finn me tenham deixado bastante interessada no que se iria passar a seguir. Os sábios, Sapientes, que os acompanham foram um acrescento indispensável. Tornou o enredo muito mais estimulante e agradável.

Sou daquelas pessoas que adora descrições, não aborrecidas e extensas, mas aquelas em que nos sentimos a entrar dentro da história e nos sentimos como parte dela. Neste livro, achei-as fracas, tanto dos locais como das personagens. Às vezes, houve também descrições deslocadas (quem ler ou já leu, saberá o que quero dizer. Pelo menos, eu senti isso. Dava por mim a pensar “O que é que isto está aqui a fazer?”. Ou seja, alguns pormenores eram totalmente desnecessários.) E embora seja repleto de acção, não consegui entrar na história. Desconcentrava-me muitas vezes por causa deste aspecto. 

Outro pormenor que não gostei foi o fraco desenvolvimento sobre o cenário futurista geral, embora a escritora inclua alguns pormenores interessantes (acerca dos Sapientes que acompanham Cláudia e Finn). 

Nos aspectos que referi nos dois últimos parágrafos, a autora deixou muito a desejar. Digo isto, porque Catherine Fisher já escreveu imensos livros e é licenciada em Literatura Inglesa e, na minha opinião, é uma falha muito grande. Mas para quem não gosta de muitas descrições e adora o género, é um bom livro para se ler.  

Assim, a ideia geral da Prisão, embora não muito desenvolvida, é bastante interessante e inovadora. Já o final foi surpreendente, confesso que não estava à espera. Tinha teorias acerca do final, mas revelaram-se todas erradas, o que constituiu uma surpresa e culminou com o clímax que se esperava deste livro. 

Ivonne

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