Novamente, falamos
sobre um livro que conjuga um cenário futurista com um cenário distópico.
A história
conta a perspectiva dos dois personagens principais. O primeiro é Finn, um
prisioneiro da prisão Incarceron e que não tem memórias anteriores aos seus
quinze anos e, o segundo, Claúdia, a filha do Governador da Prisão. Ambos obtêm
uma chave de cristal, conseguindo comunicar através dela e trabalhando para
conseguirem retirar Finn e os amigos do interior da Prisão.
Gostei da
originalidade da escritora, em relação à Prisão e dos seres/locais que por lá
se encontravam (seres e florestas de metal, por exemplo).
A personagem
principal feminina ficou bem desenvolvida, muito forte e, para além de
intrigante, um pouco destemida também. Já Finn desiludiu-me um pouco.
Pareceu-me um tanto ingénuo e demasiado crente nos amigos. Contudo, as
personagens secundárias são fortes e interessantes. Gostei mais dos diálogos
deles do que dos principais, apesar de que os diálogos finais entre Cláudia e
Finn me tenham deixado bastante interessada no que se iria passar a seguir. Os
sábios, Sapientes, que os acompanham foram um acrescento indispensável. Tornou
o enredo muito mais estimulante e agradável.
Sou daquelas
pessoas que adora descrições, não aborrecidas e extensas, mas aquelas em que
nos sentimos a entrar dentro da história e nos sentimos como parte dela. Neste
livro, achei-as fracas, tanto dos locais como das personagens. Às vezes, houve
também descrições deslocadas (quem ler ou já leu, saberá o que quero dizer.
Pelo menos, eu senti isso. Dava por mim a pensar “O que é que isto está aqui a
fazer?”. Ou seja, alguns pormenores eram totalmente desnecessários.) E embora
seja repleto de acção, não consegui entrar na história. Desconcentrava-me muitas
vezes por causa deste aspecto.
Outro pormenor
que não gostei foi o fraco desenvolvimento sobre o cenário futurista geral, embora a
escritora inclua alguns pormenores interessantes (acerca dos Sapientes que
acompanham Cláudia e Finn).
Nos aspectos
que referi nos dois últimos parágrafos, a autora deixou muito a desejar. Digo
isto, porque Catherine Fisher já escreveu imensos livros e é licenciada em
Literatura Inglesa e, na minha opinião, é uma falha muito grande. Mas para quem
não gosta de muitas descrições e adora o género, é um bom livro para se ler.
Assim, a ideia
geral da Prisão, embora não muito desenvolvida, é bastante interessante e
inovadora. Já o final foi surpreendente, confesso que não estava à espera.
Tinha teorias acerca do final, mas revelaram-se todas erradas, o que constituiu
uma surpresa e culminou com o clímax que se esperava deste livro.
Ivonne
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