terça-feira, 31 de julho de 2012

[Opinião] Crime no Hotel, de Tiago Moura


Autor:  Tiago Moura
Editora: Editora Chiado
Colecção: Revólver
Páginas: 118
Data de publicação: Novembro de 2011
Género: Ficção
Preço: 12,00 €
ISBN: 978-989-6973-63-6

Análise realizada por: Liliana Novais.

Tiago Moura , com apenas doze anos, estreia-se com este livro publicado pela Editora Chiado. Enquanto muitos adolescentes estariam a jogar computador ou consola, ele estava a escrever.
O livro trata de um crime ocorrido no hotel D. Afonso Henriques e o detetive privado Macmilan é chamado para investigar.
A premissa do livro está interessante, relembra-nos dos velhos livros da Agatha Christie. Só que as semelhanças acabam aí. A tenra idade do autor não lhe permite levar o livro mais além.
Toda a investigação é levada de uma forma que não acontece na realidade, para além de erros como a proteção de dados pessoais num hotel, temos também a intimidação de pessoas por um detetive privado, até que ponto deixaríamos uma pessoa assim entrar no nosso quarto e ameaçar-nos?
O livro torna-se monótono após o detetive começar a ouvir as gravações, sendo o leitor confrontado com a transcrição integral dos capítulos anteriores. Enquanto lia perguntei-me se tal não era apenas um artifício para aumentar o número de páginas.
Com algum trabalho e muita leitura, poderá tornar-se num bom escritor. Terá é de evoluir mais.

domingo, 29 de julho de 2012

[Opinião] - A Devota, de Ricardo Tomaz Alves





1ª Edição: Novembro 2011
Editor: Alfarroba
Colecção: Romance
PVP: 12,90€
ISBN: 978-989-8455-24-6
Páginas: 186
 
Texto/Opinião por: Isabel Alexandra Almeida/Os Livros Nossos
 
 O romance “A Devota”, do jovem autor Ricardo Tomaz Alves, surpreendeu-nos pela positiva, sendo, mais uma vez, uma prova de que em Portugal existem bons escritores, com a mais valia de ser usada a narrativa para dar a conhecer realidades e locais tão Portugueses.

   A Devota conta-nos parte da história de vida de Sara, uma jovem criada no seio de uma família Católica e bastante conservadora, mas que, como todas as famílias, guarda alguns segredos que irão ser descobertos pela jovem, da maneira menos desejável e mais dolorosa, sendo uma marca que terá repercussões no futuro desta personagem.

  Sara, após a morte do pai, irá experimentar a vivência num colégio de orientação Católica, bastante conservador e repressivo, um mundo onde convivem o bem e o mal, e onde irá descobrir a melhor amiga, o amor da sua vida, pessoas que verdadeiramente a estimam e admiram, mas também o reverso da medalha das relações humanas e institucionais, alguns inimigos, com destaque para as vilãs Rute Oliveira e Irmã Joana.

   A narrativa prima pela originalidade, e decorre a bom ritmo, sendo de fácil leitura e mostrando-se com um estilo de escrita simples e acessível, mas em simultâneo, bastante cuidado. E é bem mais do que um vulgar e simples romance, já que desperta nos leitores mais atentos algumas reflexões de natureza filosófica e até religiosa, bem como acerca do carácter e formação de personalidade dos seres humanos, considerando-se a multiplicidade de factores que condicionam tais factos (sejam eles, a família e o tipo de valores e formação ali transmitidos, o ambiente do local onde se estuda e a orientação da escola ou colégio, a maior ou menor predisposição para partir à descoberta de novos horizontes de conhecimento, e a conciliação mais ou menos correcta, dos velhos com novos valores e objectivos a alcançar num mesmo percurso de vida).

   E mesmo os leitores mais românticos não vão ficar desapontados ao acompanhar a evolução da belíssima história de amor que irá ser vivida entre Sara e Tomás.

   Apreciei, em especial, os percursos das personagens pela maravilhosa e mística Vila de Sintra, e o ambiente vivido na “Casa”, onde se privilegia o conhecimento e a cultura num espaço de enriquecimento e liberdade de expressão, onde convivem espíritos que poderemos classificar de especiais e livres (ou que aprendem a sê-lo).

  E quase me atrevo a desejar que seria tão bom que muitos dos nossos jovens, da actual geração, pudessem frequentar um local onde lhes dessem a conhecer os grandes clássicos da literatura e também os autores contemporâneos, numa sociedade de consumo onde os valores não existem (salvo honrosas e cada vez mais raras excepções), e onde a cultura e a leitura são vistas como algo “assustador”, “fastidioso” e mesmo “desnecessário”, porque é tão mais fácil carregar num botão e ver um filme (do que ler um livro), ou pesquisar na internet (nem sempre com a sensibilidade para distinguir as fontes fidedignas das que não o são).

Perdoar-me-ão o desabafo, mas muitos dos nossos jovens das mais recentes gerações da aldeia global precisavam de descobrir a sua “Casa” e o prazer em alargar os seus conhecimentos.

  Obviamente que este meu desabafo não é “inocente” pois que para melhor o entenderem, será vivamente aconselhável a leitura de “ A Devota”.


sexta-feira, 27 de julho de 2012

[Entrevista] Sara Farinha, autora de "Percepção - Uma Estranha Realidade"


Após a leitura do romance Percepção – Uma estranha realidade de Sara Farinha, publicada pela Alfarroba Edições, surgiu a oportunidade de realizar esta entrevista . Agradecemos a disponibilidade e simpatia da autora.

Segue-se então a entrevista conduzida por Ivonne Zuzarte.
Novo formato, publicado a 8 de Agosto de 2012. 

 (Foto retirada do blogue da Autora)

1.      É uma pergunta banal e muito recorrida, mas introdutória e necessária para que te possamos conhecer um pouco melhor. Fala-nos um pouco sobre de ti, Sara.

Sou uma lisboeta que adora escrever, ler, fotografar, viajar, música, cinema e conviver com os amigos. Licenciei-me em Sociologia do Trabalho desempenhando diversas funções em contexto empresarial e como formadora de adultos.
Educação, formação e emprego deram-me as ferramentas para o estudo dos valores humanos e ajudaram a perspectivar parte da natureza social e individual. Foram estas experiências que alimentaram a minha natureza inquisitiva e ajudaram a tornar as letras na minha forma de expressão pessoal.
Administradora do blogue http://sarinhafarinha.wordpress.com/ desde 2007, este tem sido a minha plataforma de eleição como autora, especialmente após a publicação do meu primeiro livro ‘Percepção’, no final de 2011.

2.      Que características te definiram e definem enquanto pessoa e escritora? E o teu romance, “Percepção”?

Pessoa e escritora são indissociáveis. Enquanto pessoa que escreve posso afirmar que sou persistente, inquisitiva e reflicto bastante sobre aquilo que me rodeia. Odeio falhar mas gosto de aprender com os erros. Adoro criar algo e sentir que o que criei deixou de ser meu e passou a ser de quem lê.

Definir ‘Percepção’ é honrar contrastes. É falar de ciência e de psicologia, de racionalidade e de sentimentos, das dicotomias humanas que ilustram comportamentos. É uma história sobre a influência dos sentimentos, elevados ao expoente máximo, na racionalidade humana.


3.      Quando ainda estavas a escrever “Percepção” e sendo este um romance virado para o interior da existência e o medo que a acompanha (com ou sem dons), que sentimentos e emoções te despoletaram a sua escrita?

‘Percepção’ surgiu num momento muito complicado da minha vida profissional. Apesar da ideia ter amadurecido ao longo de alguns anos, a sua execução foi ininterrupta, e surgiu como um alívio às pressões do dia-a-dia. Escrever ‘Percepção’ foi para mim sinónimo de alívio, de esperança e de recusa de passividade. Esta obra será sempre um símbolo de uma luta que venci.

4.      Quanto tempo levou a ser escrito o romance “Percepção”?

Sensivelmente um ano de trabalho num primeiro rascunho e outro ano até à versão final.

5.      Pelo que temos lido, iniciaste-te na blogosfera há cerca de quatro anos. Como surgiu essa ideia e como tem sido a experiência?

O blogue surgiu porque, no domínio das letras, adoro experimentar coisas novas. Inicialmente era apenas um local de partilha de interesses e gostos pessoais, com o tempo transformou-se num projecto autónomo do qual eu sinto bastante orgulho.

Escrever foi, é e será sempre algo que faz parte de mim. É uma actividade cujo objectivo máximo é social e acredito que escrevo para mim mas, acima de tudo, escrevo para os outros. Um blogue permite a exposição e a interacção necessárias a qualquer autor, proporciona a definição de objectivos concretos e a responsabilidade pelo seu cumprimento.

Os últimos três anos têm testemunhado um aumento de leitores no meu espaço virtual e, por isso, sou grata. Os meus leitores são os melhores e eu espero continuar a progredir para lhes proporcionar bons momentos de leitura.

6.      Vimos no teu blogue que adoravas viajar pelo mundo e que és Socióloga. De que forma esse desejo e o teu curso influenciaram a escrita de “Percepção”?

‘Percepção’ foi largamente influenciada por ambas. A Sociologia como estudo do comportamento humano, em função do meio e da interligação dos indivíduos em sociedade, orientou processos mentais e pesquisa, ajudando a construir esta história.

Conhecer outras realidades sociais é o princípio da Sociologia, assim como dos viajantes. As várias viagens a Londres, uma cidade que eu adoro, proporcionaram o cenário ideal para esta história.

7.      O que significa a escrita para ti?

É como beber água ou alimentar-me, faz parte do meu ritmo diário e da minha saúde. Não consigo imaginar um mundo onde não me fosse permitido escrever.

8.      Que reacções tens tido em relação à tua escrita e ao teu romance?

Tenho recebido bastantes e diversificadas opiniões sobre ‘Percepção’. Podem ver algumas delas no blogue http://percepcaoumaestranharealidade.wordpress.com/. Em relação aos artigos no http://sarinhafarinha.wordpress.com/ o aumento de seguidores e o número de visitas diárias asseguram-me que aquilo que partilho é do interesse do público.
Procuro estar atenta às opiniões e colocá-las em perspectiva. Todas elas são uma lição sobre algo e devem ser usadas de forma construtiva.

9.      O que achas da valorização das obras portuguesas, recentes e mais antigas, no mercado editorial geral (nacional e internacional)? E por parte dos próprios leitores portugueses?

Hoje passei por uma livraria, pertencente a uma das maiores cadeias em Portugal, e constatei que a estante onde todos os meses encontro literatura fantástica traduzida dividia agora o espaço com um número simpático de autores portugueses. Pelo menos três das oito prateleiras exibiam vários exemplares de ficção especulativa portuguesa o que, pode não parecer muito, mas garanto-vos que é o suficiente para me permitir afirmar que o mercado está a mudar.

Obras portuguesas, antigas e recentes, ocupam agora lugares de destaque nos escaparates e isso deixa-me particularmente orgulhosa como escritora e, sobretudo, como leitora.

Posso afirmar que os leitores portugueses têm sido os impulsionadores dessa mudança. As redes sociais vieram facilitar a comunicação entre as partes (leitores, autores, editoras e livrarias), tornando possível divulgar obras de qualidade num circuito que não é facilmente manipulável.

10.  Tens algum projecto em mãos, de momento? E futuros? Se sim, podes levantar um bocadinho a ponta do véu?

Tenho vindo a explorar o formato de Conto num desafio literário pessoal chamado 12 Meses/12 Contos. O texto deste mês será submetido num concurso internacional promovido por uma editora brasileira, mas podem ir acompanhando todos os desenvolvimentos no blogue http://sarinhafarinha.wordpress.com/.

Podem acompanhar alguns dos meus escritos no blogue ‘Fantasy & Co’ http://fantasy-and-co.blogspot.pt/, um projecto em que participo ao lado de alguns colegas escritores portugueses que pretende divulgar a Literatura Fantástica Portuguesa.

Quanto a obras de maior dimensão, fiz uma pausa no rascunho do meu terceiro livro, ao qual pretendo voltar assim que resolva algumas questões temáticas.

11.  E, por fim, há alguma mensagem que gostasses de deixar aos nossos leitores ou aspirantes a escritores?

Continuem a ler (e a escrever, se for o caso), um pouco de tudo, em qualquer língua e em todos os formatos. E nunca acreditem que a vossa opinião pessoal não tem peso porque, é ela que guia a vossa vontade, que vos impele a agir e, consequentemente, é ela que muda o mundo.

Quero também agradecer ao blogue ‘Os Livros Nossos’ pela oportunidade de responder a estas questões e, em especial, à Ivonne Zuzarte pela excelente crítica e pela sua simpatia.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

[Gostámos] "A Revolta" - Trilogia "Os Jogos da Fome", de Suzanne Collins



A Revolta encerra a trilogia Os Jogos da Fome, de Suzanne Collins. 

Neste terceiro volume, vemos que Katniss sobreviveu mais uma vez às investidas do Capitólio. Encontra-se no distrito treze, que todos pensavam estar extinto, com Gale, a sua mãe e a sua irmã, Prim. Fica a saber também que o distrito doze já não existe e a revolução está a rebentar em quase todos os distritos. Tenta recuperar dos ferimentos que sofreu na arena durante os Septuagésimos Quintos Jogos da Fome e descobre que Peeta foi capturado pelos funcionários de Snow, o Presidente do Capitólio. 

A manipulação da mente imposta pelo Capitólio, através de Peeta, é transmitida pela televisão a todos os habitantes de Panem e ficou muito bem conseguida. Confesso que, quando li, vi que os “mauzões” levaram a melhor. Provaram ser mais inteligentes que os “bonzinhos da fita” e conseguiram com que Peeta fizesse o que faz de melhor: deslumbrar através do dom da palavra! 

Contudo, as reviravoltas acabaram inevitavelmente por acontecer e Peeta juntou-se outra vez a Katniss e ao grupo da revolta. Foi quase transformado num Mute (isto é, mutante, cuja percepção da realidade é modificada para agradar aos valores do Presidente Snow). Peeta estava muito debilitado psicologicamente e as cenas de loucura e paranóia descritas pela escritora foram bastante realistas e emotivas.

Este livro foi o que de todos me pareceu conter mais suspense e movimento. A meio do livro, a acção começa a decorrer em Panem e adorei os pormenores minuciosos das revoltas e bombardeios.

Admito que, como “madalena” que sou, chorei no fim, quando a autora revelou o destino de Prim. Resta apenas uma questão: com quem Katniss irá ficar? Com Peeta, fragilizado psicologicamente e que tem de lutar todos os dias com as vozes no seu interior para não magoar Katniss? Ou com Gale, que era mais do que um amigo e sempre a ajudou? 

Adorei o final, mas imaginava-o menos doloroso. Mas afinal… o lema era “matar ou morrer”! 

“May the odds be ever in your favor”

 “Que as probabilidades estejam sempre a vosso favor”
Ou a tradução do livro/filme:
“Que a sorte esteja sempre convosco” 

Ivonne

quarta-feira, 25 de julho de 2012

[Gostámos] "Vidas Trocadas", de Sandra Brown



Sinopse:
As gémeas Melina e Gillian Lloyd são praticamente iguais, ambas empresárias de sucesso e solteiras. Mas numa coisa são diferentes: Melina é impulsiva, enquanto Gillian gosta de ponderar bem as suas decisões. Além disso, Gillian quer um filho. Sentindo o relógio biológico a avançar inexoravelmente, opta por se submeter a uma inseminação artificial, utilizando esperma de um dador anónimo. A história começa no dia em que ela faz a inseminação. Nesse dia, Melina acompanha, na sua qualidade de relações públicas, o coronel da NASA Christopher «Chefe» Hart à cerimónia de entrega de um prémio. Mas terá sido mesmo Melina?
A vida do coronel choca, depois interliga-se, com a das gémeas. Uma partida aparentemente inofensiva acaba em catástrofe. Na manhã seguinte a terem trocado de identidades, Melina recebe uma notícia terrível: a irmã fora brutalmente assassinada — e o coronel, apesar de inocente, é o principal suspeito. O que parece de início ser um homicídio de fácil resolução acaba por conduzi-los às montanhas do Novo México onde um louco, cujos planos diabólicos requerem a substituição de Gillian por Melina, está a criar uma «nova ordem mundial». Mesmo que seja apenas parcialmente bem-sucedido, as consequências serão catastróficas e afectarão o mundo inteiro.

Opinião:

Há muito que não lia um livro deste género. Os últimos policiais que li foram do Dan Brown e do José Rodrigues dos Santos, há mais de quatro anos. Este da Sandra Brown, contudo, é muito diferente dos que li. Primeiro, a sinopse cativou-me numa primeira leitura e a capa deslumbrou-me. Foi amor à primeira vista! Ultimamente, tenho andado a repetir muito isso, mas tem sido um factor determinante para as minhas compras. Não basta gostar, tem de haver aquele clique. E com os que vos tenho mostrado, efectivamente tem havido.  

Ao longo do livro, a autora vai intercalando o rumo que as diferentes personagens tomam. Embora Melina e Hart sejam os protagonistas, Sandra Brown descortina os passos das restantes personagens, principalmente dos detectives e do suspeito. Melina e Hart vão para um lado para tentar descobrir por conta própria o que aconteceu com a irmã, Gillian. Os detectives, por seu lado, seguem noutra direcção, uma vez que dão por encerrado o homicídio ao descobrirem o assassino. Gostei da introdução de novos personagens, desta feita do FBI. Foi um novo ingrediente e que resultou muito bem. 

Gostei ainda mais dos outros ingredientes que tornam a narrativa irresistível. Erotismo, romance, suspense, acção e mistério. Interessei-me principalmente pelo “louco” que tentava criar uma “nova ordem mundial”. Ao princípio, comparei Sandra com Dan Brown, devido à temática religiosa inerente às obras do segundo autor, mas apercebi-me de que estava redondamente enganada e de que a comparação era despropositada. 

O final é empolgante. Muitas vezes, enquanto leitora, dei por mim a duvidar da troca das gémeas, pois essa questão nunca ficou clara o suficiente e, nas últimas páginas… Simplesmente brilhante! 

Li o livro rapidamente, devido aos capítulos curtos e foi muito difícil parar para dormir. Só pensava “só mais um capítulo, só mais um!” e quando dava por mim já tinha lido mais seis ou sete.

Fiquei fã de Sandra Brown. Certamente, não irei deixar passar os outros volumes publicados. E está recomendado pel’Os Livros Nossos. 

Ivonne

[Opinião] "Um Cappuccino Vermelho" de Joel G. Gomes


Ficha Técnica:
1ª Edição: 2012
Editor: Edição de Autor
Preço: 10€ (edição normal) e 8,5€ (edição de bolso)
ISBN: 978-972-8973-42-1
Páginas: 270



Análise realizada por Liliana Novais.

“Um Cappuccino Vermelho” é o livro de estreia de Joel G. Gomes. Um livro policial pouco ortodoxo, nos apresenta duas personagens principais aparentemente independentes. Escrito em 2002, apenas publicado este ano.
Ricardo Neves tem uma vida dupla. Por um lado é um assassino profissional implacável, sem qualquer indício de hesitação, por outro lado, é um escritor de policiais. A sua duplicidade começa a confundir-se quando um contrato o leva muito perto da sua segunda vida.
O escritor João Martins tenta escrever o seu quarto romance, em vão. Acaba por ter uma ideia a qual começa a desenvolver, e acaba por se surpreender quando as pessoas à sua volta começam a morrer exatamente como no seu livro. Será que tem alguma influência no assassino?
Com uma linguagem simples e ação quanto baste, torna-se um livro de fácil leitura. Apresenta alguns erros de edição, mas nada que atrapalhe a leitura. Acabamos por torcer pelo assassino e desejando que ele não seja apanhado.
No primeiro capítulo a ação é mais lenta e o autor aproveita para descrever o maior vício de Ricardo, o café. Acabamos por ficar a saber factos que revelam o trabalho de pesquisa que Joel teve.
A sequela deste livro denominado "A Imagem", está previsto ser editado no início de 2013.
No final da leitura, é um livro leve e interessante, ideal para uma leitura na praia enquanto nos bronzeamos.

terça-feira, 24 de julho de 2012

[Gostámos] "Em Chamas" - Trilogia "Os Jogos da Fome", de Suzanne Collins



“Em chamas” é o segundo volume da trilogia “Os Jogos da Fome”. 

 Neste livro, Katniss voltou para casa após vencer os Jogos… juntamente com Peeta. Através de um acto de coragem (ou de estupidez), Katniss também salva o amigo da morte dada como certa pelo Capitólio. Mudam-se ambos para a Aldeia dos Vencedores do seu distrito com as suas famílias, onde também vive Haymitch e tentam adaptar-se à nova realidade. 

Para celebrar os Septuagésimos Quintos Jogos da Fome, Katniss terá de voltar à arena com Peeta e os tributos dos restantes distritos que sobreviveram em edições anteriores. Novamente, o Capitólio impõe apenas uma regra: só um poderá sair vivo da arena. Face ao novo perigo, Peeta cria uma nova estratégia que emociona o público de Panem para salvar Katniss e saldar a “dívida”. Revela bem a realidade dos programas de entretenimento, reality shows, da actualidade. Na minha opinião, foi um dos factores predominantes para me cativar a atenção. 

Após o primeiro livro, até pensei que a continuação fosse diferente do que realmente foi. Novamente, a autora não desiludiu e mostrou ainda mais acção do que no primeiro, apesar de no início estar um pouco parado. Contudo, aí, notei pormenores sobre o cenário futurista que se interligaram com algumas pontas soltas que ficaram por atar no primeiro volume. Embora eu tenha lido de seguida, tal era a minha “fome”, penso que ajuda o leitor a recordar os acontecimentos do primeiro livro e a não se perder.

Não sei se desilusão será a palavra correcta, mas a personagem de Gale fez-me sentir algo assim. Talvez tenha sido o meu lado romântico a esperar isso, mas contava ver um maior desenvolvimento da personagem e, consequentemente, um maior envolvimento com Katniss. Para quem teve de crescer repentinamente e trabalhar desde os onze anos, pensei que o Gale revelasse os seus sentimentos por Katniss e não permanecesse tão passivo. No entanto, ainda se viu uma ou duas situações que os tornaram mais íntimos emocionalmente e isso foi o suficiente para que Katniss se sentisse dividida entre os dois rapazes. Por um lado, tem Peeta, um rapaz carinhoso e paciente que a ajudou a sobreviver na arena. Por outro, tem Gale, um rapaz que foi obrigado a cuidar da família desde pequeno e que a ajudou a sobreviver no distrito. Quem a pode censurar, certo? É uma escolha difícil. 

O final foi um pouco previsível, tal como no primeiro. Quando cheguei aos últimos capítulos, sabia o que ia acontecer. Todavia, fiquei agradada pela autora não permitir ao leitor saber o “como”. Ou seja, deu-nos a saber o destino, mas também a oportunidade de apreciarmos a viagem. O que Peeta e Katniss não esperavam era tornarem-se os rostos da revolta por toda a Panem. Assim, o final ficou novamente em aberto com Katniss a receber duas notícias avassaladoras antes de a autora dar por encerrado este volume. 

Recomendamos a todos, principalmente para quem gosta de leituras distópicas.

Ivonne

domingo, 22 de julho de 2012

[Gostámos] "Diz-me quem és", de Jessica Bird







    Este romance de J R Ward , sob o pseudónimo Jessica Bird, traz-nos a escritora de fantasia num género que não era ainda conhecido do público Português.

    Um romance sensual "soft", que nos dá a conhecer Grace Hall - uma milionária que busca protecção ao ver as suas melhores amigas serem assassinadas por um misterioso assassino.

Grace acaba por contratar os serviços de segurança de John Smith, um perito na segurança de celebridades e membros da alta sociedade ou da Política, o qual passará a residir no apartamento de Grace, devido ao risco que esta corre ao viver sozinha (encontrando-se em processo de divórcio, o que também será causa de preocupações adicionais para Grace).

Desde o início que há entre ambas as personagens uma forte tensão sexual (um pouco a fazer-nos lembrar algumas séries televisivas dos anos 80), mas ambos lutam contra tais impulsos.

Uma leitura agradável, para descontrair, nao sendo brilhante, é um bom livro para levar em férias, por exemplo. 

[Gostámos] "Os Jogos da Fomes", de Suzanne Collins



Tomei conhecimento da saga através do filme que saiu em Abril deste ano. Desconhecia que tinha por detrás um livro. Aliás, três e, assim que soube, comprei-os. Apercebi-me de que a trilogia d’Os Jogos da Fome, de Suzanne Collins, se inseria no género Ficção Científica, um género que me tem cativado tão intensamente como o Fantástico. 

A história passa-se num futuro pós-apocalíptico, no qual Panem renasce do que foi a América do Norte. É governada por um regime totalitário que gere doze distritos através do Capitólio, a megalópole. Todos os anos, os distritos são forçados a enviar dois tributos, entre os doze e os dezoito anos, para participarem nos Jogos da Fome. Estes assemelham-se aos programas que vemos na televisão, actualmente,  cujo objectivo é entreter. A única diferença é que o espectáculo é sangrento e o lema é “matar ou morrer”, pois apenas um pode sair vivo da arena. 

Uma das personagens principais é Katniss Everdeen, uma adolescente de dezasseis anos, que vive no distrito doze com a sua mãe e sua irmã, Prim. É hábil com o arco e flecha devido às horas que passa a caçar, ilegalmente, com o seu amigo Gale. Na cerimónia de Selecção, oferece-se para substituir a irmã como tributo do distrito. O outro tributo é Peeta, o filho do padeiro que revela estar apaixonado por Katniss e com quem ela partilha um segredo desde a infância.

Após a selecção dos tributos, Katniss e Peeta viajam com o mentor Haymitch e com a acompanhante do distrito, Effie, até ao Capitólio. Face à declaração de amor de Peeta, Katniss convenceu-se de que não passava de uma estratégia para conseguir ganhar patrocínios quando estivesse sozinho na arena. Os patrocínios sempre ajudaram os tributos, sendo a diferença entre a sobrevivência e a morte (ou quando ficam feridos ou sem água). O truque é saber comover as pessoas. A veracidade dos sentimentos de Peeta é posta em causa, por saber fazê-lo como ninguém através da palavra. Contudo, Katniss não deixa que isso a afecte e face ao confronto na arena, tem apenas uma certeza: terá que ser ela a sair com vida de lá. Pela promessa que fizera à irmã antes de partir. Durante o jogo, o seu comportamento é moldado por isso e faz tudo para sobreviver, inclusive aliar-se a outros tributos. 

A escrita é simples, fluída e perceptível e asseguro-vos que nos envolve desde a primeira até à última página. Os críticos não mentiram quando disseram que o ritmo de leitura era frenético, pois li este primeiro livro em apenas um dia. As descrições ficaram bastante reais e não exageradas. Os personagens criados pela autora, apesar de jovens, não revelaram os dramas típicos da adolescência. Notou-se, pelo contrário, uma intensa maturidade devido ao ambiente de opressão imposto pelo Capitólio. Por sua vez, este, juntamente com todo o cenário futurista, ficou muito bem conseguido. 

Adorei cada palavra, cada minuto de leitura. Fica recomendado. 

Ivonne

sábado, 21 de julho de 2012

[Gostámos] "Ser como o rio que flui", de Paulo Coelho



Este é um livro que se constitui colectânea de relatos do autor, de momentos que se passaram na sua vida, de aprendizagens e experiências, de histórias que outras pessoas lhe contaram, reflexões suas em determinados momentos e épocas da sua vida. Não é uma história produzida, é sim uma compilação de textos e crónicas, resultado do pedido de vários leitores seus para que o fizesse. É o segundo livro que leio do autor, o primeiro tinha sido o alquimista, o qual também adorei e coloquei o meu parecer na nossa página do facebook. Para quem ainda nunca leu nada de Paulo Coelho recomendo vivamente. Acho que é um autor cuja escrita, pelo menos a mim, me toca bastante, cujos livros me dão alento, que me fazem repensar a minha forma de viver, que me reportam a momentos do passado nos quais nunca mais pensei, que me fizeram olhar para o presente e para o futuro de outra forma. Paulo Coelho é uma pessoa que acredita em "sinais", diz-nos que a vida nos vai fornecendo sinais de quais as decisões e caminhos que devemos tomar. É espiritualista, acredita em Deus (coisa que desde já assumo aqui, sem problemas nenhuns que também acredito, aliás, acho que a religião é a forma de reencontro connosco mesmos, quando nos julgamos perdidos e que os problemas são tantos que não sabemos o que fazer) que todos nós temos um sonho e uma tarefa a cumprir no mundo. Acredita que existem sempre segundas oportunidades na vida. Alia o sonho, o amor, a coragem, a esperança e a fé. Tem relatos impressionantes, simples, mas absolutamente tocantes a meu ver e que nos fazem pensar. Talvez seja suspeita para falar, uma vez que adoro filosofia, poesia e toda a escrita que seja simples, tocante e nos faça reflectir e mergulhar dentro de nós, mas acho verdadeiramente que a escrita como um meio de comunicação que é, deve ser simples e clara, de forma que os receptores do seu conteúdo o possam compreender e integrá-lo no que já conheciam. A escrita deverá ser algo que consiga chegar a todos, sejam as pessoas mais academicamente ricas em conhecimento ou não. Toda a ciência que se preze a meu ver, deverá ser uma ciência passível de ser compreendida por todos (por entre fórmulas mais complexas ou não, mas que se possa sintetizar numa frase e exemplo prático e simples), e a escrita é uma ciência, porque sem ela, nenhuma outra ciência poderia transmitir a sua essência e fazê-la chegar até nós. Portanto recomendo esta escrita simples e encantadora de Paulo Coelho, é assim que descrevo a sua escrita! 



Boas Leituras,

A colaboradora, Lúcia Pereira