quinta-feira, 23 de maio de 2013

[Secção Criminal] "Ninguém Quis Saber", de Mari Jungstedt






Autor: Mari Jungstedt

Género: Policial

Título: "Ninguém Quis Saber"

Editora: Contraponto

Páginas: 240



Crítica/Opinião por: Ângela Costa/Os Livros Nossos

   Henry foi em tempos um ótimo jornalista/fotografo e vivia uma vida regalada com a sua mulher e filha, mas com o decorrer do tempo o álcool começou a tomar conta dele, passando a ser um dos seus melhores amigos, até um dia se tornar o único. A família abandonou-o, perdeu o emprego e os seus dias tornaram-se num inferno provocado pela dependência. A vida de Henry ficou reduzida ao álcool, ao jogo e às noites boémias até à inconsciência, embora por vezes em momentos de maior lucidez Henry ainda exercia a sua paixão pela fotografia.
   Fanny é uma jovem de 14 anos, que devido ao alcoolismo da sua mãe, foi obrigada a tornasse numa adulta precoce, para poder cuidar da mãe e de si própria. Mas por vezes esse crescimento precoce trás consequências, nem sempre a cabeça de uma jovem ainda criança, consegue aguentar tamanha pressão e responsabilidades, aliás isso nem deveria acontecer. Fanny desvia-se da vida normal que se espera de uma jovem da sua idade, o que a leva a seguir por um caminho sem retorno.
   Em comum, ambos tinham um destino traçado - a morte, ás mãos de um assassínio. Knutas é o investigador responsável pela investigação das suas mortes, um quebra-cabeças, devido à dificuldade em encontrar pistas que o levem ao autor dos crimes. Mas estarão estes  relacionados ou serão casos isolados?
   Este livro aborda o tema do alcoolismo e suas consequências no seio das famílias, aborda também a forma como as pessoas por vezes se tornam alheias ao que as rodeia, descurando sinais evidentes de pedidos "mudos" de socorro.
   "Ninguém Quis Saber", a mãe que não estava presente para cuidar da filha que ainda era uma criança.
   "Ninguém Quis Saber", nem mesmo na escola, embora os professores tivessem reparado que se passava algo de errado com a Fanny, ela estava lá mesmo à frente deles, mas ninguém a via.
   Falo aqui mais da Fanny porque a sua história marcou-me, é uma realidade que se cruza muitas vezes connosco, estamos rodeados de "Fannys" e na maioria das vezes, também nós não as vemos...
   Gostei imenso do livro, não só pelo policial que é bom, mas também pela reflexão que nos impõe. Recomendo a sua leitura.





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