Autora: Nicole Jordan
Título: " O Desejo"
Edição: Janeiro de 2013
Tradução: Sónia Mota Maia
Páginas: 399
Sinopse:
Brynn acredita que o fascínio daquele conhecido libertino por ela resulta de uma maldição com séculos que condena as mulheres da sua família a tentarem os homens - apenas para conduzirem aqueles que amam à morte. Obrigada por circunstâncias difíceis a casar com Lucian, Brynn entrega o corpo às suas carícias mas não se atreve a entregar-lhe o coração.
Preso numa batalha de vontades com a sua encantadora mulher, Lucian começa a suspeitar que Brynn é uma traidora. Não tarda a verse atraído para uma teia de perigo e traição, na qual o preço de conquistar o coração esquivo da esposa pode ser a sua própria vida.
Crítica por: Isabel Alexandra Almeida/Blog Os Livros Nossos
“O Desejo”, de Nicole Jordan, traz-nos mais
uma sensual narrativa de fundo histórico, cuja acção decorre na Inglaterra do
Século XIX.
Com início na belíssima região da Cornualha,
terra de mistérios, maldições e contrabando, numa paisagem de sonho,
encontramos aí a principal personagem feminina – Brynn Caldwell – uma beleza local, de flamejantes cabelos ruivos
que irão enfeitiçar o belo, inteligente e obstinado Lord Lucian Tremayne, Conde de Wycliff.
Brynn vive julgando-se predestinada a ficar solteira, pois crê
firmemente ser vítima de uma poderosa maldição cigana, lançada sobre as
mulheres da sua família, porque uma sua antepassada teve a ousadia de roubar o
amante a uma cigana.
Devido a uma tragédia que assolou o seu passado, Brynn
pensa não mais poder apaixonar-se, sob pena de arrastar para a morte quem com
ela pretenda relacionar-se de forma apaixonada.
Os Caldwell são uma família nobre em dificuldades financeiras, e à semelhança de outros habitantes locais, dedicam-se ao comércio livre (contrabando), o que poderá trazer a Brynn alguns sérios dissabores, quando se tornar, a contragosto, Condessa de Wycliff, acedendo ao pedido de casamento em troca de auxílio financeiro à sua família, e em especial, em troca de uma educação condigna para o seu pequeno irmão Theo, um jovem com especial apetência pelas curiosidades do mundo as ciências naturais, que sonha conhecer John Dalton (o famoso cientista Britânico).
Grayson, o irmão mais velho de Brynn, é o chefe de família assolado pelas dificuldades de sustentar os irmãos e manter a casa, a questão é até onde irá ele arriscar em termos de legalidade? Será um traidor perigoso ou apenas um sobrevivente?
Wycliff, um aristocrata com fama de libertino, é na verdade, um fiel servidor dos interesses da Coroa Britânica, é funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros, trabalha em missões secretas, e procura combater todos os traidores que auxiliam Napoleão, então o principal inimigo da Inglaterra e de boa parte da Europa. É um homem atormentado pela necessidade de fazer conciliar o dever da profissão, com a descendência da sua família que deve ser assegurada. Vive também atormentado por um remorso quase irracional, devido a uma fatalidade da qual não tem culpa, em termos morais.
Deixando a casa familiar, Brynn inicia a sua vida no seio da alta sociedade Londrina, vendo mudar todo o estilo de vida a que, até esse momento, estava habituada. Tem de enfrentar os familiares do marido [que preferiam que este se mantivesse solteiro e sem herdeiros], as novas exigências sociais [festas particulares, idas ao teatro, novo guarda roupa, e um particular cuidado com as aparências e o saber estar socialmente, tão próprio deste contexto histórico onde decorre a acção].
Em Londres, Brynn lutará consigo mesma para não se apaixonar pelo sedutor marido, Lucian, o qual fica rendido aos encantos da mulher, tudo fazendo para a conquistar, já que se sente completamente enfeitiçado e obcecado por esta, e vai estando sempre presente a dúvida acerca da natureza deste encantamento do Conde pela esposa, tratar-se-á de pura química amorosa iniciada com uma forte e imediata atracção física desde a primeira vez que a avista, ou será isto obra da poderosa e assustadora maldição cigana de que Brynn se julga vítima, e que afecta as mulheres da sua família?
A par dos conflitos psicológicos internos das duas personagens centrais, vamos também acompanhando a carreira de chefe de espionagem de Lucian, Conde de Wycliff, e a luta deste contra os traidores que teimam em roubar ouro para favorecer Napoleão, prejudicando a Inglaterra, deixando atrás de si um rasto de morte de funcionários leais à coroa. O grande mistério que nos vai alimentando o suspense e levando a suposições, é a identidade do chefe dos criminosos, o perigoso e astuto Lorde Caliban.
Nicole Jordan consegue manter o interesse permanente dos leitores neste poderoso e fascinante romance [que bem poderia ser passado para a tela de um cinema], além da reconstituição de época bastante detalhada e com pormenores históricos de relevo como as Guerras Napoleónicas [que dão o mote à história de espionagem e traição intercalada na narrativa principal], somos ainda brindados com uma completa construção de duas personagens fascinantes [Brynn e Lucian], e com uma personagem feminina bastante forte e com personalidade vincada, que se assume claramente predisposta a lutar contra o papel secundarizante habitualmente atribuído ao sexo feminino nesta época histórica.
E o que ganha em intriga, reviravoltas e mistério, a obra não perde, de modo algum, em sensualidade, com cenas eróticas bastante detalhadas e requintadas, embora descritas em linguagem bastante elegante [considerando-se o contexto], denota-se o cuidado na tradução pela coerência revelada nestas cenas mais sensíveis.
O romantismo não é esquecido, pois que, pelo meio da fortíssima tensão sexual, vai nascendo naturalmente um grande amor. Conseguirão os protagonistas superar as adversidades e conquistar, a final, a paz que tanto desejam? Ou terá Brynn de sacrificar-se em nome do amor que acaba por a invadir? A maldição cigana será verdade ou mera lenda?
Recomendo a leitura desta obra, a qual será certamente para reler, numa palavra, um livro fascinante e com um poder encantatório acima da média para quem gosta deste género literário. Nicole Jordan não desaponta, que venham mais livros!
Deixando a casa familiar, Brynn inicia a sua vida no seio da alta sociedade Londrina, vendo mudar todo o estilo de vida a que, até esse momento, estava habituada. Tem de enfrentar os familiares do marido [que preferiam que este se mantivesse solteiro e sem herdeiros], as novas exigências sociais [festas particulares, idas ao teatro, novo guarda roupa, e um particular cuidado com as aparências e o saber estar socialmente, tão próprio deste contexto histórico onde decorre a acção].
Em Londres, Brynn lutará consigo mesma para não se apaixonar pelo sedutor marido, Lucian, o qual fica rendido aos encantos da mulher, tudo fazendo para a conquistar, já que se sente completamente enfeitiçado e obcecado por esta, e vai estando sempre presente a dúvida acerca da natureza deste encantamento do Conde pela esposa, tratar-se-á de pura química amorosa iniciada com uma forte e imediata atracção física desde a primeira vez que a avista, ou será isto obra da poderosa e assustadora maldição cigana de que Brynn se julga vítima, e que afecta as mulheres da sua família?
A par dos conflitos psicológicos internos das duas personagens centrais, vamos também acompanhando a carreira de chefe de espionagem de Lucian, Conde de Wycliff, e a luta deste contra os traidores que teimam em roubar ouro para favorecer Napoleão, prejudicando a Inglaterra, deixando atrás de si um rasto de morte de funcionários leais à coroa. O grande mistério que nos vai alimentando o suspense e levando a suposições, é a identidade do chefe dos criminosos, o perigoso e astuto Lorde Caliban.
Nicole Jordan consegue manter o interesse permanente dos leitores neste poderoso e fascinante romance [que bem poderia ser passado para a tela de um cinema], além da reconstituição de época bastante detalhada e com pormenores históricos de relevo como as Guerras Napoleónicas [que dão o mote à história de espionagem e traição intercalada na narrativa principal], somos ainda brindados com uma completa construção de duas personagens fascinantes [Brynn e Lucian], e com uma personagem feminina bastante forte e com personalidade vincada, que se assume claramente predisposta a lutar contra o papel secundarizante habitualmente atribuído ao sexo feminino nesta época histórica.
E o que ganha em intriga, reviravoltas e mistério, a obra não perde, de modo algum, em sensualidade, com cenas eróticas bastante detalhadas e requintadas, embora descritas em linguagem bastante elegante [considerando-se o contexto], denota-se o cuidado na tradução pela coerência revelada nestas cenas mais sensíveis.
O romantismo não é esquecido, pois que, pelo meio da fortíssima tensão sexual, vai nascendo naturalmente um grande amor. Conseguirão os protagonistas superar as adversidades e conquistar, a final, a paz que tanto desejam? Ou terá Brynn de sacrificar-se em nome do amor que acaba por a invadir? A maldição cigana será verdade ou mera lenda?
Recomendo a leitura desta obra, a qual será certamente para reler, numa palavra, um livro fascinante e com um poder encantatório acima da média para quem gosta deste género literário. Nicole Jordan não desaponta, que venham mais livros!
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