sexta-feira, 21 de junho de 2013

[Opinião] "Sozinhos na Ilha", de Tracey Garvis Graves [Asa]


Título: Sozinhos na Ilha

Autora: Tracey Garvis Graves

Edição: Junho de 2013

Editora: Asa [Grupo LeYa]

Páginas: 352

Género: Romance

Saiba mais detalhes sobre a obra AQUI

Crítica para o Blog Os Livros Nossos por Isabel Alexandra Almeida:

   Sozinhos na Ilha, de Tracey Garvis Graves, autora Norte Americana, é o romance ideal para evocar o Verão que teima em não chegar a terras Lusas.

    Com uma capa bastante apelativa e refrescante, esta obra que assinala a estreia da autora na escrita é bastante surpreendente pelo tema abordado e pela mestria com que a autora soube construir a trama, entrelaçando na perfeição ficção com acontecimentos da histórica contemporânea.

   As duas personagens centrais são bastante densas e bem construídas. Anna Emmerson, Professora de Inglês, decide aceitar um trabalho de verão, dispondo-se a viajar até às Maldivas, com o jovem aluno de 16 anos T.J. Callahan, onde se irão reunir com os pais do rapaz, e tentar recuperar a matéria em atraso no percurso escolar interrompido devido a um cancro linfático que entrou em remissão.

   Por sua vez, Anna aproveita a viagem para fugir a um relacionamento amoroso insatisfatório com John, e decidir com calma se irá ou não manter tal relação.

    Mas o imprevisto acontece, e Anna e T.J. acabam por sofrer um acidente aéreo, quando o avião que os levaria ao destino cai algures nas Maldivas, e ambos vão sobreviver, encontrando refúgio numa das muitas Ilhas desertas daquela zona tropical.

   É bastante interessante acompanhar a rotina do casal na Ilha, e faz-nos pensar na indiscutível capacidade de adaptação dos seres humanos a situações limite, numa instintiva luta permanente pela sobrevivência. Aproveitando os parcos haveres que vão dando à costa, após o acidente, racionando medicação, detergentes e produtos de higiene, usando brincos como anzóis, depressa descobrem como obter alimento e abrigo, passando por fases depressivas, e perdendo a esperança de virem a ser salvos um dia.

   Enquanto permanecem na Ilha, Anna e T.J. acabam por ver nascer entre ambos uma forte cumplicidade, acreditando que nenhum poderia sobreviver ali sem a presença do outro. Surgem, gradualmente, confidências trocadas, ternura, e a relação poderá mesmo avançar para um plano mais profundo aos níveis emocional e físico, já que entretanto passam-se três anos sem que sejam socorridos, e todos os julgam mortos.

   De forma inesperada, o socorro acaba por chegar, e ao serem resgatados da Ilha, Anna e T.J. a enfrentar outras dificuldades, ao ponto de desejarem e recearem em simultâneo o reencontro com as famílias.

   Brilhante também a abordagem que a autora faz da cobertura mediática do salvamento, e da forma abusiva como, por vezes, membros menos escrupulosos da Imprensa criam factos falsos ou deturpados em nome do sensacionalismo, esquecendo as vidas humanas que se escondem por detrás das histórias e que lhes dão protagonismo.

   Anna e T.J. dão por si a reaprender a viver em sociedade, dita civilizada, depois de anos de adaptação à sobrevivência numa Ilha deserta e inóspita. 

   Trata-se, pois de um romance que apela à reflexão sobre a luta pela sobrevivência, os perigos do sensacionalismo mediático, os julgamentos sociais, as opções de vida a tomar.

   E o leitor? sobreviveria numa Ilha deserta? E como seria o regresso à "civilização"?  

   Perigo, aventura, coragem, determinação, amor, drama, humor. É um livro que proporciona uma imensa panóplia de sentimentos ao leitor. Sorrisos, lágrimas, e uma enorme curiosidade para saber o final da história.

  Original, sensível, e imperdível!  Recomendo esta leitura !




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