Título: Sozinhos na Ilha
Autora: Tracey Garvis Graves
Edição: Junho de 2013
Editora: Asa [Grupo LeYa]
Páginas: 352
Género: Romance
Saiba mais detalhes sobre a obra AQUI
Crítica para o Blog Os Livros Nossos por Isabel Alexandra Almeida:
Sozinhos na Ilha, de Tracey Garvis Graves, autora Norte Americana, é o romance ideal para evocar o Verão que teima em não chegar a terras Lusas.
Com uma capa bastante apelativa e refrescante, esta obra que assinala a estreia da autora na escrita é bastante surpreendente pelo tema abordado e pela mestria com que a autora soube construir a trama, entrelaçando na perfeição ficção com acontecimentos da histórica contemporânea.
As duas personagens centrais são bastante densas e bem construídas. Anna Emmerson, Professora de Inglês, decide aceitar um trabalho de verão, dispondo-se a viajar até às Maldivas, com o jovem aluno de 16 anos T.J. Callahan, onde se irão reunir com os pais do rapaz, e tentar recuperar a matéria em atraso no percurso escolar interrompido devido a um cancro linfático que entrou em remissão.
Por sua vez, Anna aproveita a viagem para fugir a um relacionamento amoroso insatisfatório com John, e decidir com calma se irá ou não manter tal relação.
Mas o imprevisto acontece, e Anna e T.J. acabam por sofrer um acidente aéreo, quando o avião que os levaria ao destino cai algures nas Maldivas, e ambos vão sobreviver, encontrando refúgio numa das muitas Ilhas desertas daquela zona tropical.
É bastante interessante acompanhar a rotina do casal na Ilha, e faz-nos pensar na indiscutível capacidade de adaptação dos seres humanos a situações limite, numa instintiva luta permanente pela sobrevivência. Aproveitando os parcos haveres que vão dando à costa, após o acidente, racionando medicação, detergentes e produtos de higiene, usando brincos como anzóis, depressa descobrem como obter alimento e abrigo, passando por fases depressivas, e perdendo a esperança de virem a ser salvos um dia.
Enquanto permanecem na Ilha, Anna e T.J. acabam por ver nascer entre ambos uma forte cumplicidade, acreditando que nenhum poderia sobreviver ali sem a presença do outro. Surgem, gradualmente, confidências trocadas, ternura, e a relação poderá mesmo avançar para um plano mais profundo aos níveis emocional e físico, já que entretanto passam-se três anos sem que sejam socorridos, e todos os julgam mortos.
De forma inesperada, o socorro acaba por chegar, e ao serem resgatados da Ilha, Anna e T.J. a enfrentar outras dificuldades, ao ponto de desejarem e recearem em simultâneo o reencontro com as famílias.
Brilhante também a abordagem que a autora faz da cobertura mediática do salvamento, e da forma abusiva como, por vezes, membros menos escrupulosos da Imprensa criam factos falsos ou deturpados em nome do sensacionalismo, esquecendo as vidas humanas que se escondem por detrás das histórias e que lhes dão protagonismo.
Anna e T.J. dão por si a reaprender a viver em sociedade, dita civilizada, depois de anos de adaptação à sobrevivência numa Ilha deserta e inóspita.
Trata-se, pois de um romance que apela à reflexão sobre a luta pela sobrevivência, os perigos do sensacionalismo mediático, os julgamentos sociais, as opções de vida a tomar.
E o leitor? sobreviveria numa Ilha deserta? E como seria o regresso à "civilização"?
Perigo, aventura, coragem, determinação, amor, drama, humor. É um livro que proporciona uma imensa panóplia de sentimentos ao leitor. Sorrisos, lágrimas, e uma enorme curiosidade para saber o final da história.
Original, sensível, e imperdível! Recomendo esta leitura !
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