Título: Prazer Ardente
Autora: Lisa Kleypas
Edição: Março de 2014
Editora: 5 Sentidos [Grupo Porto Editora]
Páginas: 304
Género: Romance Histórico Sensual
Pode ler AQUI as primeiras páginas do livro
Crítica por Isabel Alexandra Almeida para o Blog Os Livros Nossos:
Prazer Ardente, de Lisa Kleypas, corresponde ao quarto romance da série "A Flor da Pele", com a chancela 5 Sentidos.
A acção decorre em Inglaterra, no Século XIX. Vamos reencontrar personagens já conhecidas dos anteriores livros da série, que gira à volta de quatro amigas, inicialmente na ingrata condição de solteironas, e que, gradualmente, vão construindo as suas novas famílias - Annabelle [esposa de Simon Hunt]; Evie [esposa de Lorde St. Vicent]; Lillian Bowman [agora condessa de Westcliff, após ter casado com Marcus Westcliff], e a ainda solteira Daisy Bowman [irmão de Lillian, solteira aos 22 anos].
Neste romance, assumem protagonismo a jovem Daisy Bowman [irmã de Lillian, e filha de Thomas Bowman, um duro comerciante de sabão] e Matthew Swift [um jovem ambicioso, feroz negociante, é empregado de Thomas Bowman e é visto por este como um filho, sendo inclusive mais estimado do que os filhos varões de Bowman].
Confrontada com um ultimato do pai para arranjar marido, Daisy irá travar conhecimento com um leque de possíveis pretendentes, convidados a passar uns dias na mansão campestre da irmã desta [Lillian] e do cunhado [Marcus - Conde de Westcliff]. Determinado a ver a filha casada, Thomas Bowman impõe a Daisy uma obrigação, caso esta não encontre um marido pelos seus próprios meios e poder de decisão, num dado espaço de tempo, a alternativa será a jovem contrair casamento com Mathew Swift.
Sentindo que Matthew não é, de todo, o candidato indicado para seu futuro marido, Daisy aceita ir conhecendo o lote de pretendentes que é convidado para a mansão dos Condes de Westcliff.
Mas Daisy, uma jovem inteligente, sensível, culta [é uma ávida leitora, hábito que merece sérias críticas e reservas da parte do seu conservador pai] acaba por travar conhecimento mais aprofundado com Mathew, descobrindo o lado mais humano, sensível e divertido do intrépido homem de negócios, e começa a sentir dúvidas sérias quanto ao seu futuro.
Mathew, por sua vez, fica deveras surpreso ao saber as intenções do patrão de o fazer seu genro, e não sabe bem como gerir a afeição que nutre pela jovem, mas que sempre reprimiu, com receio de ser mal aceite ou mal entendido.
Daisy e Mathew terão de perceber, no seu respectivo intimo, se são ou não compatíveis, e além de importantes decisões, há importantes segredos no passado de Mathew que podem colocar em risco o seu futuro, ainda que este pudesse incluir uma vida ao lado de Daisy.
A autora confere à narrativa um ritmo bastante equilibrado. É muito fácil simpatizar com os dois protagonistas, e é verdadeiramente delicioso apreciar os toques de humor com que a narrativa vai sendo enriquecida.
São bastante acentuados os elementos de romantismo e de elegante sensualidade, e não são esquecidos detalhes bastantes apelativos para os apreciadores deste tipo de romance de época, como as referências a diversos maneirismos sociais próprios do período histórico em causa, como a necessidade de encontrar um bom marido inerente a todas as jovens debutantes no seio da alta sociedade britânica, os rituais de sedução que estavam presentes em actividades de lazer [bailes, jantares, saraus, jogos colectivos] e ainda o facto de ser criticável e mal aceite a intelectualidade das mulheres [note-se que a estas cabia, de acordo com princípios sociais mais ortodoxos, constituir família e gerir uma casa, deixando de parte actividades intelectuais como hábitos de leitura, e aqui, como leitora ávida , Daisy assume uma característica menos convencional e que é alvo de sérias reservas por parte do pai].
Resultam bem destacados na obra os valores da amizade, apoio e os estreitos laços que unem as quatro amigas, ainda que o futuro possa implicar alguma distância espacial entre estas.
Interessante é também assistir a toda a dinâmica familiar dos Bowman, com um pai frio, determinado e autoritário, como é Thomas. Mercedes [mãe de Lillian e Daisy] assume-se como uma mulher distante, rígida e demasiado presa ao peso das convenções sociais, revelando-se uma pessoa com pouca capacidade de investimento afectivo nas filhas. Por sua vez, esta mesma distância parental, acabou por tornar muito cúmplice e protectora a relação entre as duas irmãs - Lillian e Daisy.
Aliás, na sua vertente de protecção, Lillian chega mesmo a ser egoísta, ao recear que a irmã mais nova tenha de afastar-se, devido ao casamento.
Muitos twists pautam também esta narrativa verdadeiramente deliciosa e envolvente. Uma série a seguir, ler, reler e guardar em lugar de destaque na biblioteca.
Classificação Goodreads atribuída: 5 em 5 estrelas
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