terça-feira, 29 de abril de 2014

[Renda & Saltos Altos] " Uma rapariga entra num bar", de Helen S. Paige [Bertrand Editora]



Autora: Helena S. Paige

Editora: Bertrand Editora

Edição: Abril de 2014

Páginas: 200

Género: romance erótico/Interactivo


Crítica por Isabel Alexandra Almeida para o Blog Os Livros Nossos:


    Uma rapariga entra num bar, é uma obra escrita por três amigas, assinando sob o pseudónimo literário de Helena S. Paige.

   Estamos perante um romance erótico com descrições de fazer corar a leitora mais atrevida, mas escrito com um humor verdadeiramente contagiante.

   A protagonista do livro acaba por ser uma personagem cujas decisões e experiências sexuais bastante imaginativas e inusitadas se destinam assumidamente a serem fantasiadas na primeira pessoa pela leitora, e esta característica da obra é abertamente transmitida às leitoras, na medida em que estamos perante um livro francamente original, dentro do género literário erótico, pois no decurso da leitura cabe ao leitor escolher o fio condutor da história que pretende ler, podendo ser escolhidos diversos percursos, consoante as decisões ou escolhas que se façam ao longo dos vários segmentos narrativos.

 Bem escrito, divertido, terrivelmente sensual e ousado, é inevitável que não se consiga resistir à tentação de seguir os vários percursos narrativos propostos, e garanto que vale a pena aproveitar todo o potencial da obra, que é verdadeiramente interactiva, dando à leitora o raro poder de decidir pela personagem, e acabando por dar uma experiência de leitura com múltiplos finais alternativos, como se perante os nossos olhos desfilasse uma série televisiva, onde nós assumimos o papel de espectadores privilegiados.

  Verdadeiramente delicioso, diferente, bem humorado e sensual, uma verdadeira tentação que nos faz virar as páginas sempre em busca da próxima surpresa.

   Outro detalhe interessante, é que a protagonista é uma personagem perfeitamente verosímel, pode ser qualquer uma de nós ou the girl next door.

  Brilhante e bem conseguido! Um conceito bastante inovador num género onde existem sérios riscos de cair em estereótipos.


Classificação GoodReads atribuída: 5 em 5 estrelas
  

segunda-feira, 28 de abril de 2014

[Renda & Saltos Altos] " Nove Semanas e Meia", de Elizabeth McNeill [Quinta Essência]



Autora: Elizabeth McNeill

Edição: Abril de 2014

Editora: Quinta Essência

Páginas: 152

Género: romance erótico


Saiba mais detalhes sobre a obra AQUI


Crítica por Isabel Alexandra Almeida para o Blog Os Livros Nossos:

   Nove Semanas e Meia, agora reeditado em Portugal com a chancela de qualidade da Quinta Essência, é o que podemos apelidar de um verdadeiro clássico da literatura erótica mundial, sendo sua autora Elizabeth McNeill, o pseudónimo da Austríaca Ingeborg Day.

   A obra de curta extensão adquire em intensidade o que lhe falta em número de páginas. Numa escrita elegante, a narradora descreve na primeira pessoa o relato de uma relação amorosa mantida com um homem que conheceu casualmente em Nova Iorque, e ao qual virá a ligá-la um vínculo bastante forte, já que ambos acabam por manter uma relação amorosa de carácter sado-masoquista e também algo obsessiva, onde necessariamente se testam limites e resistências, físicas e psicológicas, assumindo a mulher o papel passivo da relação, sendo sujeita a diversas experiências sexuais de dominação, humilhação e destas retirando inegável prazer para si própria.

Quase como paradoxo inerente ao género de relação íntima que mantêm os protagonistas desta história (que sabemos serem pessoas cultas, de classe media alta e executivos), o elemento masculino mima a sua amante, satisfazendo-lhe mesmo alguns caprichos materiais ( por exemplo, comprava e oferecia-lhe um livro em que esta tivesse manifestado interesse), mas revela-se verdadeiramente implacável e irredutível quanto ao exercício de poder na relação, exercendo também um evidente jogo de manipulação psicológica , sempre que a conduta da mulher não se coadune com os seus planos ou com o entendimento muito peculiar que tenha de uma dada situação contextual.

A linguagem usada na obra é literária, embora contenha descrições bastante explícitas de actos sexuais ou com conotação sexual de natureza Sado-masoquista, estando inerente por vezes uma violência física e/ou psicológica que poderá chocar os leitores menos prevenidos ou menos ambientados neste tipo de leitura.

  Um dos detalhes que também se evidencia no livro é o seu final bastante surpreendente.

  Em suma, um clássico do erotismo, que chegou a inspirar um filme de culto com o mesmo título, ousado, sensual, violento, mas escrito com uma rara elegância e clareza de linguagem, como que descrevendo objectivamente uma vivência ou perspectiva de relacionamento que tem tudo de subjectivo, de íntimo e de pessoal.


Classificação atribuída no GoodReads: 4 em 5 estrelas.



  

quarta-feira, 23 de abril de 2014

[Novos Livros] "Feitiço", de Sylvia Day [5 Sentidos]


Título: Feitiço

Autora: Sylvia Day

Editora: 5 Sentidos [Grupo Porto Editora]

Edição: Abril de 2014

Páginas: 216

Género: Erótico/paranormal

Leia um excerto da obra AQUI


Lançamento: 24 de Abril de 2014


   A 24 de abril, chega às livrarias Feitiço, um novo romance de Sylvia Day, autora da série de sucesso Crossfire, que vendeu mais de 12 milhões de livros no mundo inteiro. A publicação desta obra da autora na 5 Sentidos responde aos anseios de milhares de leitores portugueses. Líder das principais listas de vendas internacionais, a série Crossfire, protagonizada por Eva e Gideon, é composta, até ao momento, pelos livros Rendida, Refletida e Envolvida.    Feitiço é uma obra em tudo próxima e cheia de momentos de enorme sedução.
   Sylvia Day é uma autora várias vezes finalista do prémio RITA (da Romance Writers of America). Publicou em e-book, com grande sucesso, a série Crossfire, que despertou o interesse das maiores editoras internacionais. Rendida, por exemplo, teve uma primeira tiragem, só nos Estados Unidos, de um milhão de exemplares.
   Desde que foram publicados, os livros desta série têm conseguido, inclusivamente, ultrapassar a trilogia de As Cinquenta Sombras de Grey, nos primeiros lugares dos principais tops de vendas mundiais. Recentemente, os famosos estúdios Lions Gate adquiriram os direitos para adaptação à televisão.

[Sinopse da Obra]:

Max Westin: a personificação da sensualidade. Victoria podia até cheirá-la e senti-la assim que ele se aproximava. Tudo nele era brutal e determinado. Uma criatura primitiva, tal como ela. Max segurou a mão dela de forma intensa e a sua respiração ofegante e excitante deixou bem clara a sua intenção de a possuir, de a domar. "Victoria." O nome dela, uma só palavra, foi entoado com tamanha possessividade que ela quase sentiu a coleira à volta do pescoço “Está na tua natureza”, murmurou ele. “O desejo de seres possuída.” Neste jogo do gato e do rato, tudo parece uma ilusão mas a paixão é muito real.



[Passatempo] "Mulher Solteira Procura Vingança", de Tracy Bloom - Dia Mundial do Livro [Apoio Saída de Emergência]

 
Com o apoio da Saída de Emergência temos para oferecer a um dos nossos leitores um exemplar do romance "Mulher Solteira Procura Vingança", de Tracy Bloom, para celebrar o Dia Mundial do Livro, que se assinala a 23 de Abril.

Para se habilitar apenas será necessário cumprir as seguintes Regras:

- O Passatempo decorrerá entre 23/04/2014 e as 23 horas e 59 minutos do dia 11.05.2014
- Apenas são admitidas participações de Portugal Continental e Ilhas
- Apenas é permitida uma participação por pessoa
- É necessário preencher correctamente o formulário de participação no passatempo
- É obrigatório ser fã da página do blog no Facebook
- É obrigatório ser fã da página da editora no Facebook
- O vencedor será sorteado pela editora, a qual procederá ao envio do livro em correio registado, nem a editora nem a administração do blog se responsabilizam por atrasos ou extravios nos serviços postais.


- Para responder às perguntas será necessário ler o excerto da obra que se encontra disponibilizado no site da Editora AQUI


[Passatempo] "Nove Semanas e Meia" , de Elizabeth McNeil - Dia Mundial do Livro [Quinta Essência]



   Para Celebrarmos com os nossos leitores o Dia Mundial do livro, efeméride que se assinala no dia 23 de Abril, temos para oferecer, com o simpático apoio da nossa parceira editorial Quinta Essência um exemplar do livro "Nove Semanas e Meia", de Elizabeth McNeill, a obra literária que inspirou o célebre filme homónimo, que constitui uma obra prima do erotismo.

Para se habilitar a ganhar basta cumprir as seguintes Regras:

- O passatempo decorre entre 23 de Abril de 2014 e as 23 horas e 59 Minutos do dia 11  de Maio de 2014
- Apenas serão válidas participações para Portugal Continental e Ilhas
- Apenas se considera válida uma participação por pessoa
- Pode encontrar a resposta à pergunta do formulário AQUI
- Deve ser correctamente preenchido o formulário que se segue.





terça-feira, 22 de abril de 2014

[Resultados Passatempos] 2º aniversário do Blog



Aqui ficam os resultados dos três passatempos alusivos ao 2º Aniversário do Blog Os Livros Nossos:

1º Passatempo - " A Partir deste momento" - Bella Andre - Apoio Planeta

Total de participações: 319
Vencedor: Jorge Manuel [...] Martins - Castelo de Paiva

2º Passatempo - Três livros de Rose Gordon - autografados pela autora

Total de Participações: 127
Vencedora: Daniela Martins [...] Costa - Montijo

3º Passatempo - "Uma História de Amor Eterno" - Sebastian Cole - apoio Presença

Total Participações: 300
Vencedor: Rúben Alexandre [...] Peregrino - Portimão

O nosso obrigado a todos os participantes, parabéns aos vencedores e quem não ganhou não desanime, novas oportunidades não faltarão.




segunda-feira, 31 de março de 2014

[Opinião] " Uma história de amor eterno", de Sebastian Cole [Editorial Presença]



Autor: Sebastian Cole

Edição: 04/02/2014

Colecção: Grandes Narrativas [Nº 569]

Páginas: 264

Género: Romance romântico

Saiba mais detalhes sobre esta obra AQUI

Crítica por Isabel Alexandra Almeida para o Blog Os Livros Nossos:

   Uma História de Amor Eterno, do autor Norte Americano Sebastian Cole é, como o título não esconde, uma história de amor comovente, terna e surpreedente.

   As personagens centrais são -Noah Hartman -  oriundo de uma abastada família Judia, que  conhecemos já na fase final da vida, internado numa unidade hospitalar, onde recorda o seu percurso pessoal. Noah é uma personagem bastante densa psicologicamente, com a qual facilmente empatizamos. 

  Superprotegido pelos rígidos pais - Miriam e Jerry Hartman, conta com a amizade terna do irmão  Scott e da esposa deste, e encontra em Robin, uma Asistente Social ruiva, exuberante e de estatuto social inferior ao de Noah a sua verdadeira alma gémea, mas tal relacionamento não agrada à família de Noah, em especial à sua tradicionalista mãe Miriam Hartman, uma mulher de forte personalidade, fortemente controladora e manipuladora em relação à vida do filho, e que deseja que este encontre um casamento socialmente correcto, com alguém que seja do seu círculo de relações e que comungue da religião judaica.

   Contra a vontade dos pais de Noah, este e Robin iniciam uma relação onde alcançam o pleno entendimento e uma verdadeira comunhão de almas, até que, subitamente, as coisas escapam ao controlo de ambos, por motivos que, só no final do romance serão desvendados.

   Robin é uma mulher bela, extrovertida, solidária e bastante devotada ao seu trabalho junto dos mais carenciados, mas que esconde uma inquietação interior, uma perturbação psíquica  lhe chega mesmo a ser prejudicial, devido a situações profundamente traumáticas que marcaram a sua adolescência.

   Ao longo da obra, escrita num tom bastante emotivo e até mesmo confessional e intimista, onde acedemos ao mundo interno de Noah, o grande protagonista da trama, através de planos narrativos que percorrem o passado  e que vão fazendo eco do presente, assistimos ao amadurecimento da personagem, à sua reconstrução como ser humano, aprendendo gradualmente a sair da zona de conforto proporcionada pelo entorno familiar, e a arriscar satisfazer os seus próprios sonhos e vontades.

   Robin é uma personagem algo perturbadora, que suscita no leitor sentimentos algo contraditórios,até ao momento revelador em que iremos conseguir contextualizar a sua instabilidade psicológica.

   Ternura, amor, a força do destino, e um final verdadeiramente surpreendente prometem horas de entretenimento a todos os que adoram uma bela história de amor, narrada com sensibilidade e um toque de originalidade.

Classificação atribuída no Goodreads: 4 de 5 estrelas


sexta-feira, 21 de março de 2014

[Renda & Saltos Altos] " O Olhar de Sophie", de Jojo Moyes [Porto Editora]



Autora: Jojo Moyes

Editora: Porto Editora

Edição: Março de 2014

Páginas: 456

Género: Romance


Quer ler as primeiras páginas deste livro? Leia AQUI


Crítica por Isabel Alexandra Almeida para o Blog Os Livros Nossos:


"Esta era a história das nossas vidas:pequenas insurreições, minúsculas vitórias, uma breve oportunidade para ridicularizar os nossos opressores, pequenos barcos de esperança a flutuar num imenso oceano de incerteza, privação e medo."





   O Olhar de Sophie, de Jojo Moyes é um emotivo romance que nos suscita algumas importantes reflexões acerca da condição humana, da resiliência dos seres humanos perante as condições mais adversas, da forma como gerimos as nossas perdas, e de como os papéis sociais podem estar em conflito de interesses.

   A narrativa mostra-se estruturada em dois planos - 1916/1917 [durante a I Guerra Mundial] na Vila de Péronne, ocupada por tropas Alemãs, e algumas incursões por momentos antes da guerra [em Paris]; e Londres em 2006. 

   Trata-se de uma estrutura narrativa algo complexa, pois na segunda parte do romance, de permeio com a narração do plano temporal contemporâneo, surgem analepses que servem para adensar o mistério e suspense que rodeia o destino da protagonista do primeiro plano narrativo.

 As personagens de maior relevo no primeiro plano narrativo, durante a I Guerra Mundial, são: Sophie Lefèvre, esposa do pintor impressionista da escola de Matisse Édouard Lefèvre, que tendo servido do modelo a um quadro do marido, vai deter, juntamente com o quadro, o maior protagonismo na trama; Hélène, irmã de Sophie,também casada, e Aurélian Bessette (o irmão mais jovem), que se encontram,em tempo de guerra, a explorar um velho negócio de família - o Hotel Le Coq Rouge, que acaba por ser o ponto de passagem de muita da população local e, a contragosto dos nativos, das tropas Alemãs aquarteladas na região, sob o comando do Kommandant, que requisitam os serviços de cozinha do Hotel para as tropas invasoras.

  No segundo plano narrativo, em Londres, vamos encontrar como protagonista feminina Olivia Halston, a viúva de um arquitecto de renome - David Halston, e Paul McCafferty - um ex agente da Policia oriundo dos Estados Unidos, e que assume as delicadas funções de Director de uma agência de investigação cuja missão é recuperar obras de arte roubadas durante as guerras, fazendo-as restituir às famílias de origem, dando conta de todos os procedimentos legais inerentes a tal tarefa.

   O traço de união entre ambos os planos temporais, separados entre si por quase cem anos, é precisamente o quadro que Édouard pintou, tendo como modelo a mulher Sophie, e que acaba por surgir na história como um símbolo do amor e da obsessão capaz de unir ou separar homens e mulheres.

   De todas as personagens, a nossa preferência vai para Sophie, uma mulher apaixonada, altruísta, que vê a sua realidade e a sua vida totalmente alteradas e subvertidas devido a uma guerra de que nenhum dos lados sairá vencedor, afinal, como a dado momento refere mesmo o Comandante Alemão aquartelado em Péronne.

   O clima de terror permanente, o prazer momentâneo das pequenas transgressões decorrentes das estratégias para ludibriar os invasores, os colaboracionistas e os resistentes, e toda uma rede social rural que assiste a uma inversão de valores e prioridades devido à guerra fica bem patente na narrativa respeitante a este período temporal.

  É impossível ler este livro e ficar indiferente aos diversos sentimentos contraditórios que nos vão assaltando, perante a violência, as injustiças, os actos irracionais e impulsivos, levando a reconhecer que o ser humano, apesar de tudo, adapta-se a vivências bastante adversas, usando como recursos psicológicos, por exemplo, a esperança em futuro melhor, a vontade de reencontrar alguém que ama, a solidariedade de toda uma comunidade local, com os seus defeitos e virtudes.

  Mas também se traça o reverso desta força positiva de resistir às dificuldades, o clima de suspeição e de julgamento social é implacável, as suspeitas mais ou menos fundamentadas podem cair sobre qualquer pessoa, e a crueldade da comunidade local para com aqueles que julga não agirem correctamente pode ser bastante equiparada à das tropas Alemãs.

  A dança da articulação dos papéis sociais que podem ser tão dispares, tão dissonantes, no fundo, invasores e inimigos são também, ou foram apenas "pessoas", "humanos", a quem a história e o destino pregou uma partida bastante cruel e absurda, porque crueis e absurdas são as próprias guerras.

 No plano contemporâneo, encontramos também uma protagonista feminina forte - Olívia [Liv] Halston, que se encontra ainda a fazer um luto complicado, após a morte do marido, um homem carinhoso, sensível e dedicado que partiu cedo demais.

  Olívia vai confrontar-se com emoções bastante intensas,  descobre uma boa amiga numa antiga colega de Faculdade - a simpática e radical Mo - encontra em Paul a ambiguidade de intenções que pode levar a que este desempenhe o papel de rival numa luta legal, ou talvez, a pessoa capaz de tirar Liv do registo de sobrevivência, trazendo-a de volta ao registo de vivência em toda a sua plenitude.

  Apaixonante, vibrante, agridoce e com um toque bastante filosófico, trata-se de um romance que tem um toque bastante especial, pautado por uma rara sensibilidade e escrito por uma autora que sabe bem captar a essência da alma humana, no que esta tem de melhor e de mais aterrador.

 O suspense que transita entre os planos é também um ingrediente que muito contribui para manter o leitor preso, além da linguagem e escrita irrepreensíveis de Jojo Moyes. 

Uma excelente opção editorial.

Classificação GoodReads Atribuída: 4 de 5 estrelas