segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

[Crítica Contemporânea] "Tu, eu e Todo o Tempo do Mundo", de Taylor Jenkins Reid [Editorial Presença]


Ficha Técnica:


Título: Tu, Eu e Todo o Tempo do Mundo


Autora: Taylor Jenkins Reid


Edição: Fevereiro de 2016


Colecção: Grandes Narrativas [nº 626]


Editora: Editorial Presença


Páginas: 304


Classificação atribuída no GR: 4/5 estrelas


Saiba mais detalhes sobre a obra AQUI


Crítica por Isabel Alexandra Almeida para o blogue Os Livros Nossos:


Tu, Eu e Todo o Tempo do Mundo, de Taylor Jenkins Reid é o romance de estreia desta autora Norte-Americana, que nos surpreende, desde logo, pela riqueza, rigor e forma desafrontada como aborda um tema bastante complexo e pertinente como o luto pela perda da pessoa amada.

Elsie Porter é uma jovem  e independente bibliotecária que mantém com os pais - médicos viciados no trabalho - uma relação muito pouco próxima e carente de afectividade. A pessoa com quem pode sempre contar, nos bons e maus momentos, é a sua melhor amiga Ana.

Elsie levava uma vida simples e algo rotineira, até que, acidentalmente, conheceu Ben, o amor da sua vida, e, muito rapidamente, o que começou com uma atracção física transformou-se numa relação estável, intensa mas que foi brutalmente interrompida pela morte acidental de Ben.

A protagonista ilustra de modo muito realista e terra a terra uma jovem esposa enlutada, apresentando as várias fases do luto: choque, negação e uma lenta aceitação.

A sensação de que a vida deixa de ter sentido após a morte do marido, o isolamento social, o descurar a imagem pessoal, e a culpabilização pela perda sofrida também são evidentes no percurso de Elsie.

Curiosa é também a evolução do relacionamento entre Elsie e Susan, a sogra que apenas virá a conhecer aquando do falecimento de Ben. Inicialmente,  a desconfiança e alguma hostilidade marcam o contacto entre ambas, mas os seus caminhos não são tão opostos como, à partida, poderia parecer, pois também Susan perdeu o marido e encontra-se ainda a tentar lidar com essa situação, quando é apanhada de surpresa pela morte do filho, e por um aspecto da vida deste que desconhecia.

A narrativa vai alternando entre o passado e o presente de Elsie, e vamos assistindo à sua caminhada emocional ao longo do processo de luto, e à sua evolução psicológica neste campo.

Terno, intenso, realista e emotivo, é um romance que nos faz oscilar entre a sensação de ternura e de empatia em relação à tristeza da protagonista e da sogra, e que revela maturidade  e sensibilidade por parte da jovem autora.


Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigada pela sua opinião. Os comentários serão previamente sujeitos à moderação da administração da página e dos autores do artigo a que digam respeito, antes de publicação.