Ficha Técnica:
Título: Tu, Eu e Todo o Tempo do Mundo
Autora: Taylor Jenkins Reid
Edição: Fevereiro de 2016
Colecção: Grandes Narrativas [nº 626]
Editora: Editorial Presença
Páginas: 304
Classificação atribuída no GR: 4/5 estrelas
Saiba mais detalhes sobre a obra AQUI
Crítica por Isabel Alexandra Almeida para o blogue Os Livros Nossos:
Tu, Eu e Todo o Tempo do Mundo, de Taylor Jenkins Reid é o romance de estreia desta autora Norte-Americana, que nos surpreende, desde logo, pela riqueza, rigor e forma desafrontada como aborda um tema bastante complexo e pertinente como o luto pela perda da pessoa amada.
Elsie Porter é uma jovem e independente bibliotecária que mantém com os pais - médicos viciados no trabalho - uma relação muito pouco próxima e carente de afectividade. A pessoa com quem pode sempre contar, nos bons e maus momentos, é a sua melhor amiga Ana.
Elsie levava uma vida simples e algo rotineira, até que, acidentalmente, conheceu Ben, o amor da sua vida, e, muito rapidamente, o que começou com uma atracção física transformou-se numa relação estável, intensa mas que foi brutalmente interrompida pela morte acidental de Ben.
A protagonista ilustra de modo muito realista e terra a terra uma jovem esposa enlutada, apresentando as várias fases do luto: choque, negação e uma lenta aceitação.
A sensação de que a vida deixa de ter sentido após a morte do marido, o isolamento social, o descurar a imagem pessoal, e a culpabilização pela perda sofrida também são evidentes no percurso de Elsie.
Curiosa é também a evolução do relacionamento entre Elsie e Susan, a sogra que apenas virá a conhecer aquando do falecimento de Ben. Inicialmente, a desconfiança e alguma hostilidade marcam o contacto entre ambas, mas os seus caminhos não são tão opostos como, à partida, poderia parecer, pois também Susan perdeu o marido e encontra-se ainda a tentar lidar com essa situação, quando é apanhada de surpresa pela morte do filho, e por um aspecto da vida deste que desconhecia.
A narrativa vai alternando entre o passado e o presente de Elsie, e vamos assistindo à sua caminhada emocional ao longo do processo de luto, e à sua evolução psicológica neste campo.
Terno, intenso, realista e emotivo, é um romance que nos faz oscilar entre a sensação de ternura e de empatia em relação à tristeza da protagonista e da sogra, e que revela maturidade e sensibilidade por parte da jovem autora.
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