terça-feira, 22 de setembro de 2015

[Renda & Saltos Altos] "Ensina-me a amar", de Jess Michaels [Quinta Essência]

Ficha Técnica:

Título: Ensina-me a amar


Autora: Jess Michaels


Editora: Quinta Essência [Grupo LeYa]


Edição: Setembro de 2015


Nº de Páginas: 296


Preço: 15,60€ (s/desconto) ou 14,04€ (c/10% de desconto).


Género: Romance Histórico/de época/erótico


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Crítica por Isabel Alexandra Almeida para o Blog Os Livros Nossos:


   Ensina-me a amar, de Jess Michaels, é mais um delicioso romance sensual, de fundo histórico, narrado com a paixão a que esta autora já nos habituou.
 
   Em 1811, na cidade de Londres, a jovem Lysandra Keates vê-se sem alternativas que lhe permitam sustentar-se a si mesma e à mãe, viúva e doente, a não ser encontrar um nobre que possa ser seu protector, e tornar-se cortesã. Num acto de coragem, pede ajuda a Vivien Mannig, uma célebre e rica cortesã, agora emancipada e que se dedica a recomendar potenciais amantes para os libertinos da nobreza britânica, predispondo-se a mudar totalmente o seu estilo de vida.

   Ingénua, sentindo-se responsável pela mãe, receosa por ser inexperiente nas artes do amor e correr o sério risco de não ser bem sucedida na sua decisão deveras difícil, irá ser apresentada ao Visconde Andrew Callis, um libertino retirado [após ter-se casado e perdido a esposa], o qual é incumbido por Vivien de treinar a jovem Lysandra para se tornar numa boa Cortesã.

   Andrew Callis assume uma postura algo cínica, mas aceita a incumbência de treinar a jovem, não deixando de ficar surpreendido por encontrar nesta uma rapariga de classe média, doce, meiga, inteligente, e que se predispõe a aceitar um modo de vida pouco respeitável, mas que acaba por ser, naquelas circunstâncias, a única forma de sustento para esta e a mãe, ao ter sido injustiçada na casa nobre on de serviu como criada, sendo-lhe impossível encontrar outra casa onde possa servir, devido à impossibilidade de apresentar referências.

  Curioso notar que, só por si, a queda em desgraça de Lysandra, revela as dificuldades da condição feminina na Inglaterra do século XIX, e a submissão da sociedade de então a um sem número de preceitos morais nem sempre lógicos ou sequer justos e justificados.

   O Visconde Andrew Callis é um homem atraente, com uma elevada posição social e fortuna pessoal, é viuvo, e encontra em Lysandra uma luz capaz de iluminar um possível caminho para um futuro melhor, pois tem estado retirado da sociedade, isolado na sua residência campestre, vivenciando um luto patológico perante a morte prematura e traumática da esposa Rebecca Callis, pela qual era verdadeiramente apaixonado.

  Embora a família, nomeadamente, o pai e o irmão, venham tentando quebrar o isolamento e o ciclo vicioso de luto, angústia e culpa em que Andrew se deixou envolver, apenas Lysandra, com a sua gentileza, o seu amadurecimento emocional, a sua entrega e rendição sensual e o amor que começa a sentir pelo protector temporário, parece estar à altura deste desafio de libertar Andrew desta existência deprimente e sofrida.

   Mas Andrew é um  homem orgulhoso, imerso na culpa, e querendo ocultar segredos que considera inconfessáveis, estará disposto a abrir o seu mundo afectivo ao amor e à felicidade? permitir-se-á a si mesmo começar de novo?

   Em termos físicos, encontramos, logo desde o primeiro momento, uma forte e intensa ligação entre o casal protagonista, a pouco e pouco, o envolvimento físico acaba por despertar em ambos a componente emocional, e parece-nos que a autora soube bem dosear o ritmo a que a relação evolui na sua plenitude.

  Como seria de esperar num romance de Jess Michaels, as cenas íntimas entre os protagonistas são bastante explícitas e intensas, estando o desejo e o erotismo bem presentes neste romance, como é expectável, mas a autora foi bem além desta circunstância e temperou a história com romantismo, segredos a desvendar, lutas internas a travar pelos personagens, e uma reflexão acerca da necessidade de recomeçar, de superar momentos difíceis e de nos permitirmos novas hipóteses de felicidade.

  Uma leitura bastante quente e sedutora para a nossa rentrée literária.







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