Título: Quando o Ódio Matar
Autora: Carina Bergfeldt
Edição: Julho de 2014
Editora: Planeta
Páginas: 384
Preço: 18,85€
Género: Thriller Psicológico
Crítica por Isabel Alexandra Almeida para o blog Os Livros Nossos:
Quando o Ódio Matar, é o surpreendente e brilhante romance de estreia da autora Sueca Carina Bergfeldt. Um thriller psicológico verdadeiramente arrebatador e de leitura compulsiva, que fará o leitor procurar cada pista que lhe permita chegar ao culpado do homicídio de uma dona de casa e mãe de família, na normalmente calma cidade de Skode.
Também constitui um apelo irresistível para o leitor procurar descobrir qual das três protagonistas femininas da história se encontra a planear detalhadamente, e sem nada deixar ao acaso, a morte do pai, um homem violento que deixou marcas indeléveis na sua auto-estima, nos seus padrões de relacionamento com terceiras pessoas,e em todo o se percurso de vida.
A investigação do violento homicídio de Elisabeth Hjort irá merecer a atenção de duas jornalistas de um jornal local - Ing-Marie Andersson e Julia Almliden , assim como da agente da polícia Anna Eiler.
Ao leque de personagens centrais soma-se ainda o chefe da polícia local - o temperamental e mal humorado Ulf Karlkvist, cujas atitudes menos educadas e ponderadas conferem algum colorido à dinâmica da narrativa.
A narrativa decorre em dois planos paralelos, logo,enquanto acompanhamos o curso da investigação criminal de um homicídio, onde tomamos contacto com as ligações por vezes conflituosas entre as autoridades e os meios de comunicação social, e com os meios menos ortodoxos, mas tantas vezes mais eficazes utilizados pelos jornalistas de investigação, somos brindados com a determinação de uma mulher que procura cometer o crime perfeito na pessoa do seu pai.
O plano de homicídio vai sendo concebido a par e passo, sem esquecer qualquer detalhe, e não sem algumas notas de ironia no diálogo interno da personagem.
Em termos narrativos, parece-nos também interessante assinalar a presença de breves descrições do passado familiar da personagem que pretende assassinar o próprio pai, sob a forma de analepses, e que permitem melhor compreender os motivos subjacentes a esta decisão crítica.
Todo o romance tem subjacente uma pesada carga psicológica, aqui e ali atenuada com alguns momentos de ironia e até humor. Mas a caracterização psicológica mais profunda incide sobre a personagem que pretende matar o pai, e que acaba por nos suscitar uma reflexão sobre o modo como o ambiente envolvente e, em especial, as relações significativas em termos familiares moldam a conduta humana na vida adulta, numa perspectiva que, arriscamos mesmo a dizer, tem alguma inspiração de origem psicodinâmica em termos de modelo teórico psicológico subjacente (a referida linha teórica, em termos de psicologia, tem a sua origem nas teorizações de Sigmund Freud e seus seguidores).
Em suma, um livro cru, irónico, e uma narrativa tecida de forma elaborada e envolvente, que nos impele a virar cada página de forma compulsiva.
Esse é exatamente o tipo de livro que eu sou apaixonada. Já quero ler! *-*
ResponderEliminarBeijo
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