domingo, 29 de junho de 2014

[Renda & Saltos Altos] "Um Amor na Cornualha", de Liz Fenwick [Quinta Essência]



Autora: Liz Fenwick

Editora: Quinta Essência [Grupo LeYa]

Edição: Junho de 2014

Páginas: 368

Género: Romance

Crítica por Isabel Alexandra Almeida/ Blog Os Livros Nossos:

            Um Amor na Cornualha  “Um amor na Cornualha”, da autora Norte Americana Liz Fenwick, trata-se de um romance assumidamente feminino e ligeiro, mas que fica na memória das leitoras, pela sensibilidade com que aborda temas delicados em termos de vivência humana, além de descrever uma região do Reino Unido que, a julgar pelas descrições da belíssima paisagem, parece conter em si uma espécie de magia ou encantamento, que facilmente prende o forasteiro que ali se desloque – a Cornualha.

      A linguagem é fluída, acessível, imbuída de sensibilidade e envolvência. O ritmo da narrativa é suficientemente rápido para nos manter presos às páginas do livro, mas lento o bastante para nos arrastar para o meio da história.

        Judith Warren, aos 30 anos, parece ter a vida que muitas pessoas sonhariam ter, vive junto da família em Osterville, Cap Cod, Massachusetts, e está prestes a casar-se com John, um Advogado bem sucedido, de uma família local, que está sinceramente apaixonado pela jovem. 

      Uma inquietação inesperada, uma insegurança e um súbito desejo de mudança, leva a noiva a desistir do casamento, deixando o noivo desolado e as duas famílias perante o duro julgamento social da impulsividade do acto.

       Jude e os pais, na verdade, vivem numa aparente acalmia, mas nenhum deles superou ainda a morte de Rose, a irmã mais velha de Jude, que acaba por ser vista pelos pais e pela irmã, como um exemplo de perfeição – no que certamente resultará de algum natural grau de idealização de um ser amado em relação ao qual toda a família ainda não elaborou o respectivo processo de luto.

      Além de não ter superado a morte da irmã, Jude sente que nunca conseguiu satisfazer as expectativas da mãe, enquanto filha, apesar de sempre se ter esforçado para conquistar o apreço e amor incondicional dos progenitores, chegando mesmo a anular a sua personalidade, e como que a deixar que a mãe a leve a viver uma vida que, afinal, sente não ser a sua.

     A jovem parte para o Reino Unido, para junto de Bárbara, amiga de longa data da mãe, e acaba por ir em trabalho até à Cornualha, onde lhe caberá ajudar o académico Petrock Trevillion na árdua tarefa de organizar e catalogar uma vasta colecção de notas pessoais e a biblioteca, estando em preparação a escrita de um livro sobre um local muito especial e caro a Petrock – Pengarrock – uma mansão familiar e histórica na Cornualha.

     Apenas Tristan Trevillion, filho de Petrock, não se deixa envolver pelo fascínio da casa e do local, e tem outros planos para a propriedade. 

   Também Helen, a fiel governanta, é uma defensora incondicional da herança cultural e histórica de Pengarrock, encontrando em Jude uma importante aliada.

    Creio não ser exagerado considerar Pengarrock, a mansão, uma personagem da história de pleno direito, até porque não é difícil imaginar-nos a querer desvendar mistérios do passado, a percorrer uma belíssima mansão histórica, dotada de uma beleza decadente, ou a percorrer as estantes de uma biblioteca antiga, com volumes únicos de impressionante valor histórico e cultural. 

      Em busca de si própria, e dos segredos da bela Cornualha, Jude terá tempo para reflectir sobre o seu percurso, e na melhor forma de reencontrar a sua própria identidade, e lançar as pontes que lhe permitam recompor o seu relacionamento com os pais.

     Uma excelente leitura com chancela Quinta Essência, Liz Fenwick, em cuja leitura nos estreámos, será mais uma autora a seguir.






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