Autor: Ardo Antas
Colecção: Viagens Na Ficção
Páginas: 286
Data de publicação: Agosto de 2011
Género: Fantástico
Preço: 14,00 €
Colecção: Viagens Na Ficção
Páginas: 286
Data de publicação: Agosto de 2011
Género: Fantástico
Preço: 14,00 €
Edição: Chiado Editora
Opinião/crítica por: Isabel Alexandra
Almeida – Blogue “Os Livros Nossos”
Terminei
há pouco a leitura de “Memórias de um caçador de Vampiros”, de Ardo Antas, numa
edição Chiado Editora.
Trata-se
de uma ficção do género fantástico/sobrenatural, escrita com qualidade,
imaginação e indicia também uma aplicada pesquisa sobre o mundo do sobrenatural
e dos mitos (urbanos ou não).
A
personagem principal desta história, cujo cenário são os Estados Unidos (sendo percorridas
várias regiões),é o fascinante Richard Chambers, que se torna um caçador de
vampiros, muito motivado pelo facto de os seus pais terem sido assassinados por
tal espécie de “criaturas”, para usar a terminologia muito própria e
consistente do livro em questão.
Vamos
acompanhando o crescimento, formação e o futuro de Chambers como exímio caçador
de Vampiros, em diversas aventuras, sempre presente está também o seu tutor Jimmy Storm, que acaba por se revelar
a figura parental de referência do nosso Herói, perante a sua orfandade
prematura.
Com
descrições vibrantes e diálogos que bem poderiam ser facilmente adaptados a uma
versão cinematográfica, o autor vai-nos envolvendo no mundo sobrenatural da
personagem, a qual nos é descrita tanto
nos planos físico, como psicológico.
Ao
longo da narrativa, vão sendo pontualmente inseridas referências a diversos
mitos,sendo também contextualizadas as diferenças entre vários tipos de
vampiros (as “criaturas”), que , ficamos a saber, têm origem e grau de
perigosidade variáveis.
Como
apaixonada pelo universo do fantástico, gostei especialmente de ver a
inclusão de características clássicas do
mito dos vampiros (e.g. não suportarem a luz solar, ao ponto de esta os matar
ou enfraquecer-lhes especialmente os poderes sobrenaturais, e ainda o facto de
continuarem a ser afastados com alho, e poderem ser mortos com estacas de
madeira) transpostas para um cenário moderno e urbano ou rural (consoante a
cidade onde decorre cada episódio).
Apenas
um reparo, que eventualmente poderia ser
corrigido em edições futuras, existem ao longo do livro diversas frases em
inglês, as quais não se mostram traduzidas, o que pode prejudicar a leitura
para quem não esteja familiarizado com esta língua, consigo entender que há
frases no livro que não teriam o mesmo efeito, se apresentadas logo em
português, especialmente, quando se trata da Vampira Poetisa – Bloody Mary, um
dos meus capítulos preferidos!
A
acção é constante, e o livro tem todos os elementos necessários para agradar a
amantes deste género fantástico/sobrenatural, lê-lo transporta-nos,
efectivamente ao mundo da personagem, que aliás é o narrador, o que me pareceu
um excelente “truque” para cativar e envolver ainda mais os leitores.
É
especialmente agradável notar que um autor Português conseguiu uma estreia em
grande estilo neste género literário, por vezes incompreendido, como o foi há
uns anos, o género policial ( sendo olhados, por muitos, como géneros
literários de categoria inferior), e num universo de autores onde se encontra
muito latente um estilo marcadamente comercial e demasiado colado a autoras
como Stephenie Meyer ou Charlaine Harris, que continuam a destacar-se pela
originalidade e acabam por servir de inspiração a novos escritores.
Ardo
Antas conseguiu criar também um estilo próprio, Richard Chambers é um caçador
Justiceiro, que se faz transportar numa Harley Davidson, sua fiel companheira
de aventuras (com o nome de Fúria do Asfalto), e a verdade é que, enquanto o
vemos partir no horizonte, esperamos ter, em breve, uma sequela das suas
aventuras!
Numa
palavra final, recomendo a leitura desta obra, em especial aos adeptos do
género, e um dos desafios foi, confesso, avaliar a prestação de um autor
Português, as expectativas colocadas pela sinopse da Chiado Editora foram
cabalmente preenchidas.
Boas
leituras.